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Autor:
Fernando Gomiero
Qualificação:
Administrador de Empresas e Consultor Jr.
E-Mail
[email protected]
Data:
04/11/02
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L.E.R.: O Grande Desafio do Mundo Globalizado

Cadeiras e mesas com alturas não apropriadas, postura inadequada do corpo, falta de um período reservado ao descanso e relaxamento - pelo menos dez minutos a cada cinqüenta de movimentos repetitivos -, geralmente dedicados a alongamentos de braços, mãos e pescoço (movimento laterais de um lado para outro com a cabeça), número reduzido de funcionários impossibilitando a prática de revezamentos, entre outros, são fatores que precipitam o aparecimento de doenças como a ler (lesão por esforços repetitivos), além de dificultarem o tratamento e recuperação daqueles que já são portadores do mal

Com o advento do avanço tecnológico, principalmente no mundo da informática, uma necessidade cada vez maior de se adequarem às novas exigências do mundo globalizado obrigou as empresas a se armarem com equipamentos de última geração em todos os seus departamentos.

A partir daí, o constante e envolvente desafio de superar suas próprias limitações na interminável tarefa de descobrir os limites das máquinas passou a exercer uma forte atração sobre aqueles que as "pilotam". Algo como se coçar ou jogar vídeo game. É só começar! Profissionalmente ou não, eles se aplicam até a exaustão, esquecendo-se dos cuidados básicos que devem ser tomados para sua própria segurança.

O resultado disso é uma propensão à incidência de doenças relacionadas com os tendões de braços e mãos, como é o caso da ler, por exemplo, além dos danos aos resultados das empresas e, dependendo da gravidade ou estágio da doença, as inevitáveis seqüelas com as quais os funcionários terão de conviver no seu dia-a-dia, muitas vezes até mesmo incapacitados para a realização de determinadas tarefas.

O problema já se constitui numa verdadeira epidemia no mundo corporativo e um enorme desafio para as organizações, que se vêem privadas de mão-de-obra qualificada durante todo o tempo de tratamento e recuperação de cada um de seus "doentes". Tanto que uma boa parte das empresas do mercado vem desenvolvendo programas voltados à prevenção do surgimento de novos casos e ao tratamento intensivo e eficaz para os já existentes. São organizações que, percebendo a gravidade da situação, encaram o problema e buscam incessantemente um aprimoramento contínuo do seu arsenal de combate às causas da doença, até porque o problema é institucional e mexe também com seus lucros e resultados.

Então, urge que as demais empresas se engajem nessa luta. Começando por criar sua equipe de profissionais especializados em ergonomia, para que seus líderes e colaboradores sejam definitivamente ligados no problema e instruídos sobre a forma correta de desenvolver cada uma de suas atividades. Além de criar condições que viabilizem o combate aos fatores negativos citados na sinopse. Pois, só assim elas conseguirão evitar os terríveis transtornos causados pelas constantes privações do desempenho de funções, muitas vezes ocupadas por grandes talentos.

Para aqueles que já contraíram a doença, manter a esperança é fundamental para uma recuperação adequada. Por isso, paralelamente ao tratamento especializado, as empresas devem dispensar especial atenção ao trabalho com o lado emocional e psicológico dessas pessoas, pois nem tudo está perdido para elas. Mesmo porque está disponível no mercado um programa de reconhecimento de voz, destinado a substituir, quase que integralmente, o trabalho de digitação pelo comando da voz, dispositivo que possibilitará o exercício normal de suas atividades e o conseqüente resgate de sua auto-estima.

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