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Autor:
Fabio Mestriner
Qualificação:
Diretor da Packing Design de Embalagem e Presidente da ABRE - Associação Brasileira de Embalagem
E-Mail
[email protected]
Data:
06/02/04
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Embalagem Promove Democratização de Tecnologias e Ascensão de Marcas Menores

O assunto globalização, para países em desenvolvimento como o Brasil, não é mais uma opção. Ele passou a ser um desafio, no qual a indústria de embalagem está inserida e tem, por obrigação, a função de criar produtos com valor agregado, especialmente para a exportação. Não é mais possível que um país com o potencial do Brasil ainda exporte café a granel ou suco de laranja em tanques de navio. A marca Brasil deve ser valorizada e promovida através de produtos de alta qualidade, devidamente embalados.

A globalização é apenas uma das grandes tendências macro-econômicas que a indústria de embalagem deve seguir de perto. A hipercompetição, ou seja, o aumento do número de produtos competindo em uma mesma categoria, é outro aspecto que deve ser respeitado e cuidado pela indústria de embalagem.

Cada vez mais a embalagem deve ser aprimorada para promover a competitividade dos produtos também no mercado interno. Se por um lado temos que apresentar produtos de categoria no exterior, por outro temos que proteger nosso mercado interno com produtos igualmente bons, que não deixem a desejar frente à linvasão dos importados.

Também temos que dar aos fabricantes de bebidas, alimentos, produtos farmacêuticos, cosméticos etc, através da boa embalagem, fôlego para que possam, permanentemente, lançar novos produtos ou renovar itens já existentes. A rapidez destes lançamentos é outro aspecto fundamental no mercado atual. Os especialistas também garantem que o tamanho dos produtos está em franca redução. Produtos cada vez menores garantem um giro maior para o ponto-de-venda, além de poderem circular com maior facilidade em qualquer canto do planeta e exigirem um desembolso menor por parte do consumidor final. A indústria de embalagem se beneficia desta redução de tamanho pelo aumento no consumo de materiais.

Mas qualquer que seja o lançamento, sua embalagem deve sempre oferecer ao consumidor final particidade e conveniência. Já a indústria que compra a embalagem espera que seu fornecedor o atenda com preço, prazo e qualidade.

Outra tendência que se consolida dia a dia é a similaridade tecnológica; tecnologia não é mais privilégio dos grandes. Mais cedo ou mais tarde, as pequenas e médias empresas acabam conseguindo produzir com uma tecnologia moderna, de ponta. E aí, o que sobra para alavancar a competitividade de um produto no ponto-de-venda?

A resposta a esta pergunta tem a ver, inclusive, com o motivo pelo qual sou o primeiro designer de embalagem a assumir a presidência de uma entidade como a ABRE, que a 34 anos vinha sendo gerida por industriais.

Hoje em dia cabe ao design da embalagem ser o elemento de diferenciação do produto no ponto-de-venda. Mas, para esta receita dar certo, toda a cadeia &Mac246; fornecedor, matéria-prima, de insumos e de máquinas, fabricante de embalagem e agência de design devem estar envolvidas no projeto das novas Embalagens trabalhando de forma integrada.

Este grupo deve ter sua atenção totalmente focada para o elemento mais importante de qualquer processo comercial: o cliente. E este cliente deve ser respeitado em suas peculariedades, das mais simples, como idade e sexo, às mais complexas como região em que vive, religião e estado civil e principalmente em seus hábitos e atitudes de consumo.

Uma indústria como a nossa, que movimentou R$ 15,7 bilhões em 2001 (e que deve movimentar R$ 27,5 bilhões este ano) e que é responsável por 160 mil empregos diretos e formais, não tem que temer os novos desfios da globalização. Ao contrário, ela tem é que aceitar todos os desafios impostos por estas megatendências, que a cada dia se consolidam mais, e fazer com que o consumo de embalagem per capta no país atinja os níveis internacionais. Hoje o brasileiro consome em média, por ano, US$ 61 , em embalagem; a média internacional está ao redor dos US$ 85/habitante/ano.

A produção física de embalagens devera crescer cerca de 3% em relação a 2003 principalmente devido ao aumento das exportações de Embalagens (vazias) que devera alcançar 20% da produção total.

Por estas características de performance econômica e pelos cenários expostos acima, fica claro que a indústria brasileira de embalagem está no caminho certo. E a ABRE, como entidade de representação deste setor, está canalizando todas as suas ações para promover um desenvolvimento pleno e constante deste setor. Nosso objetivo é inserir a embalagem na pauta de exportação do Brasil e incentivar nossos associados a exportar mais. Para tanto, criamos um Comitê de Exportação que vem trabalhando neste sentido

Já tendo formado um grupo exportador e entrado com projeto na Apex.

Em 2004 vamos ter stands nas principais ferias internacionais do setor para oferecer nossas Embalagens e acompanhar o que de mais relevante esta acontecendo.

Acompanhar as tendências do setor que já estão qualificadas é uma forma de participar do movimento internacional que tem levado as nações ao desenvolvimento e ao progresso.

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