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Autor:
Roberto Brizola
Qualificação:
Presidente da ANEFAC "Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade"
E-Mail
[email protected]
Data:
08/01/03
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Globalização e Tecnologia

Atualmente, as pessoas do mundo vivem um movimento conhecido como globalização. Esse processo traz efeitos que assustam a muitos setores sócio-políticos. No entanto, a globalização não é um fato novo. Por exemplo, o mundo se fez redondo no século XV quando o Mundo Novo foi descoberto. Na verdade, a partir dessa época os seres humanos passaram a viver uma transformação que não foi mais interrompida. Ao nosso entender, são pelo menos três os movimentos que se iniciaram nesta época: o movimento de capital, a crise do Estado e a transformação no sistema de comunicações entre os seres humanos.

A globalização é um fato antigo e as suas ações e reações são percebidas em todo o cluster socioeconômico. O fato novo para o nosso tempo é o surgimento de novas tecnologias, especialmente no campo das comunicações e que reconfiguram o poder mundial. Saímos de um mundo fundamentado em fatos para um outro construído por promessas e potencial no qual as habilidades de coletar e processar informações irradiando cultura serão o grande diferencial entre uma nação que indica e recepciona o futuro e as outras que seguirão atrás.

Por exemplo, o fato e a possibilidade de sabermos em tempo real, o que se passa em cada terreno do mundo instantaneamente e simultaneamente é uma revolução tal como foram as primeiras da nossa existência humana. Essa revolução tecnológica define um novo fenômeno que leva e traz uma mudança política transcendental. O fim da política de blocos, da guerra fria e da bipolaridade devendo-se ressaltar que o jogo de equilíbrios ainda não encontrou outro fiel para a balança.

Nós, os brasileiros, optamos por deixar passar a primeira revolução tecnológica sem nos fazermos presente para ocupar um espaço ao lado dos países que indicam os rumos para o futuro. Na época de „fazer a primeira diferença, fechamos as portas tanto ao capital quanto ao conhecimento sobre relevâncias tecnológicas, especialmente no que diz respeito à informática. Na verdade, essa opção deveria ter sido amplamente discutida além do ato de privilegiar qualquer alternativa ideológica ou pensamento de grupos.

Imaginem que hoje, mais do que nunca, toda a base da competitividade &Mac246; aquela que produz resultados positivos - está ancorada na tecnologia. Dos sistemas de informação para processamento de dados aos complexos parques de realidade virtual. Tudo demanda competência, habilidades e conhecimentos de tecnologia.

A tecnologia é mais do que um „corpo de conhecimentos que podem estar disponíveis à civilização para a elaboração de implementos para extração e coleta de materiais. É acima de tudo o meio pelo qual a sociedade fornece aos seus membros as coisas que eles desejam e sonham. Nessa definição fica evidente que, também com relação à tecnologia, estamos agregando ideais aos instrumentos e métodos. Vivemos esse novo tempo. Mais uma vez a oportunidade nos bate a porta pedindo apenas que sejamos rápidos.

Aqui, vale lembrar apenas que as vantagens competitivas, derivadas também do domínio tecnológico, ainda não estão sustentadas pela abundância relativa de determinado fator. As nações que vão indicar o futuro vão usar a globalização para facilitar a distribuição de conhecimento e informação.

Quem viver verá!

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