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Autor:
Lívio Giosa
Qualificação:
Coordenador Geral do Instituto ADVB de Responsabilidade Social - IRES - e Secretário Executivo do Coep
E-Mail
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Data:
10/08/01
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Por quem Dobram os Sinos da Ação Social?

O Brasil ainda está muito distante do País que nós brasileiros almejamos. Ano a ano, os problemas se multiplicam. O modelo político, por sua vez, mostra-se cada vez mais impotente para quebrar os paradigmas da indignação geral, beneficiando poucos no lugar de proporcionar atendimento à toda a sociedade.

O cenário econômico ainda patina na incerteza do desafio de caminhar em terra firme rumo ao desenvolvimento, porém com os cuidados intrínsecos dos ajustes necessários da balança comercial, da inflação e da dívida interna.

Com o passar do tempo, nossas atitudes vão se transformando cada vez mais e a sociedade insiste em sua crença para obtenção de níveis mínimos de qualidade de vida para a população.

E então, de papéis trocados, entra em cena a visão social empreendedora da iniciativa privada. O cansaço da espera de que o Estado desenvolva ações sociais permanentes, leva ao aparecimento de um contingente cada vez maior de empresas que decidem "arregaçar as mangas" para fazerem sua parte com absoluta competência.

Com o desenvolvimento de projetos locais socialmente responsáveis, as organizações estão agindo no ponto certo da transformação e da inclusão social, resgatando valores humanos e morais, com resultados extraordinários. Como ocorre também nos países desenvolvidos, a atitude voluntária da empresa ganha força e destaque. Mais ainda, o mercado está percebendo que "empresas-cidadãs" são mais preparadas para o desafio da competitividade, valorizando sua imagem institucional.

Empresas éticas, voltadas para as comunidades com as quais interagem, são claramente distinguidas pelo consumidor, que as reconhece, as valoriza e a elas se fideliza.

Isto já é perfeitamente constatável. Em abril deste ano, por exemplo, a Revista Fortune escolheu as "10 mais admiradas empresas americanas". Democraticamente e sob o impulso de milhares de votos, elas foram eleitas com base em oito requisitos macro-administrativos de avaliação do seu desempenho. Um destes requisitos era o da Responsabilidade Social.

No Brasil parece que estamos começando a perceber e participar destes novos tempos. Neste século ocorrerá um aprofundamento das marcas das diferenças sociais se nada de concreto for feito.

Em contrapartida, as empresas estão descobrindo seus espaços de contribuição, desenvolvendo programas sociais nos mais variados setores de relacionamento com a comunidade. São pequenas, médias e grandes organizações; são os funcionários-voluntários; são as ONG's sociais; são as premiações e distinções colocadas para o bem comum, como incentivos extraordinários. Todas as iniciativas caminhando para um crescimento rápido que, esperamos, contínuo e permanente.

Esses verdadeiros "agentes-sociais de mudanças" são o exemplo vivo de que é possível crescer socialmente em criatividade e amor ao próximo. A "alma da empresa" se ajustou claramente com o espírito social, fazendo, sem dúvida, a diferença positiva e multiplicadora para pessoas carentes que vêem, nestas ações, o seu renascer e o seu futuro, com um mínimo de dignidade.

Estamos, de forma construtiva, fazendo a nossa parte.

Que estas atitudes sirvam realmente de exemplo e estímulo para que entidades, empresas e até mesmo o governo se apercebam, de vez, que depende apenas de cada um dar o passo certo e rápido para o resgate social do nosso País. Só assim teremos o Brasil sonhado e esperado por todos nós.

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