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Autor:
Luiz Cesar Borgo
Qualificação:
Sócio Consultor de Negócios da Dixit Desenvolvimento Tecnológico
e-mail:
[email protected]
Data:
15/12/01
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A Internet e o "web site" - tecnologia, arte, informação e resultado.

A sinergia dos elementos acima caracteriza uma situação bastante interessante na criação e implementação de um "web site". A busca pela aplicação equilibrada dos componentes é ao mesmo tempo empolgante quanto aos aspectos tecnológicos e artísticos e preocupante quanto a real efetividade do uso da informação, da sua contribuição para o enriquecimento democrático do conhecimento humano e à consecução do objetivo para o qual ele foi concebido, em síntese o resultado desejado.

A Internet como rede interativa global e de baixo custo, trouxe significativas mudanças no comportamento dos indivíduos, países, negócios e governos. Fato indiscutível e irreversível. Eventual mau uso da mesma é processo inerente a uma parcela de seres humanos que conseguem degradar desde as mais ricas filosofias de vida, até o uso adequado de ferramentas e instrumentos concebidos originalmente para serem de grande valia ao desenvolvimento humano. O veículo automotivo foi desenvolvido para o transporte com conforto e ganho de tempo, porém em mãos "despreparadas" ou "dolosas" pode matar.

A criação de um "web site" sob o ângulo de uma peça de mídia de massa pode ser algo encantador, marcante e correto quando ao seu design - rico ou sóbrio em cores e traços e/ou animado ou estático -, desde que alinhado com a comunicação de conteúdo que se propõe representar ou divulgar. Porém, pode ser um conjunto inexpressivo e confuso de elementos, sem nexo aparente aos olhos dos usuários da Internet. Qualquer que seja o quadro apresentado, imperdoável são os textos com erros ortográficos - mesmo reconhecendo a complexidade de nossa língua - e os exageros no uso de estrangeirismos.

A aplicação de recursos representados pelos equipamentos, periféricos e acessórios de última geração, associados aos sistemas de navegação, comunicação, aplicativos de tratamento de imagens, sons e dados, entre outras inovações diuturnas, constituem-se em verdadeiros shows tecnológicos, algumas vezes verdadeiros espetáculos circenses frente às reais necessidades de sociedades em desenvolvimento. Contudo, segundo os desenvolvedores de tecnologias, essas soluções sempre estão a serviço da identificação, organização, armazenamento e recuperação de dados e informações úteis ao saber contínuo e à democratização do conhecimento. Novamente é impossível negar que a amplitude de conhecimentos obtida através de pesquisas em "web sites" da Internet, em poucos minutos, é expressivamente maior que o resultado obtido com as consultas a respeitáveis fontes de saber, representadas pela Coleção Tesouro da Juventude e às Enciclopédias Delta Larousse e Britânica, entre outros "bancos de dados" disponíveis em forma gráfica.

Se a Internet traz tantas vantagens e benefícios, então qual é o problema? Ele está justamente na clara definição de qual é o objetivo, isto é, o propósito para o qual um "web site" é criado e implantado na Internet. Sem tal clareza, a esperada contribuição pode ficar comprometida ou minimizada, desperdiçando seu grande potencial de penetração, como mídia de massa, além do investimento efetuado.

No universo dos negócios, desenvolver um "web site" exclusivamente institucional é desprezar todo potencial de um dos mais poderosos instrumentos de mídia dos últimos anos. É verdade que uma cultura de negócios virtuais ainda está em formação via Internet, porém obtêm os melhores resultados àqueles que ousam, inovam e investem nas tecnologias emergentes, desde que com visão estratégica de negócios e de cidadania corporativa. Escreveu Richard Bach, no livro Fernão Capelo Gaivota, "Enxerga mais longe a gaivota que voa mais alto".

Em nossa percepção, só a aplicação contínua e conjunta dos recursos tecnológicos, artísticos e de tratamento da informação, com foco nos resultados estratégicos institucionais e sociais desejados é que cristalizará a Internet como o marco divisório da evolução humana em termos de democratização da gestão do conhecimento. Os absurdos, como em todos os processos de evolução, entendo que serão tratados à medida que a Sociedade aprender a com eles lidar, estabelecendo limites éticos, morais e legais pertinentes, em hipótese alguma considerando a censura à liberdade de expressão como meio válido de controle.


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