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Autor:
Alexandre Mendes de Freitas
Qualificação:
Consultor de Empresas/Sebrae/SP
E-Mail
[email protected]
Data:
16/08/02
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O Desafio dos Pequenos

Há o conhecimento que as micro e pequenas empresas representam uma espécie de sementeira onde se desenvolve o talento empresarial, onde novos negócios e processos são testados e onde são lançados milhares de avanços tecnológicos.

Esta mais do que na hora, de incentivar o desenvolvimento das micro e pequenas empresas em suas participações tanto no mercado interno como no comércio exterior. Atualmente, as micro e pequenas empresas mal conseguem atender a demanda interna com produto e qualidade com padrões mundiais, outro fator que impede esta participação é carga tributária que produtos e serviços sofrem devido a metodologias aplicadas atualmente, conforme o Ipea (Instituto Pesquisas Econômicas Aplicadas), já que a carga tributária brasileira oscila entre 30,4% a 31% do PIB (Produto Interno Bruto), isto representa um acréscimo de 13% no custo direto dos produtos brasileiros no mercado internacional. Atualmente a maior economia do mundo, que é o EUA, são responsáveis por 70% das 18 milhões de novas vagas abertas desde 1993, no país existem 24 milhões de micros e pequenas empresas, algumas com 5 ou 10 pessoas trabalhando. Este exército de micros e pequenas empresas são responsáveis por 40% das vendas internas, o que representa 51% do PIB americano ou algo pouco mais de USD 4 trilhões, em outras palavras as micros e pequenas empresas americanas produzem cinco vezes o PIB brasileiro.

Hoje no Brasil são quase 13,4 mil empresas cadastradas no Siscomex como empresas exportadoras, mas apenas 3,75 mil atuam regularmente como exportadores, ou seja, hoje a exportação das micro e pequenas empresas não ultrapassa a 2% do PIB. Países como Alemanha, Japão, Itália e a Coréia são às micros e pequenas empresas detentoras das patentes e de novos processos de fabricação. As exportações desses países são constituídas de produtos e serviços fabricados pelas pequenas empresas, algo próximo de 30% do PIB.

Empresários, entidades sindicais, principalmente os responsáveis pela legislação deveriam olhar o mercado interno, principalmente as micros e pequenas empresas que são as maiores criadoras de produção e emprego. Mesmo com a privatização de empresas brasileiras, o Brasil deveria fomentar o espírito empreendedor, pois o mesmo não se desfaz com a venda dessas empresas, simplesmente são transferidos para outros setores. Para aproveitar as novas oportunidades, as micros e pequenas empresas precisam se preparar para oferecer produtos e serviços com qualidade e preços competitivos, com adequação e padronização nas condições requeridas pelos modernos processos de produção.

A inovação tecnológica pode ser favorecida pela cooperação entre pequenas empresas, favorecendo informações e promovendo o estreitamento dos negócios entre elas. O ambiente competitivo exige maior qualificação e maior orientação nos negócios podendo contribuir para melhor desempenho das micros e pequenas empresas perante quadro econômico estamos vivendo.

O pequeno empresário precisa se conscientizar da necessidade de estar sempre renovando o conhecimento, e se mobilizar na busca solução para seus problemas e maior participação no processo de globalização, cabe cada um de nós saber onde queremos estar no próximo milênio. A globalização é um processo ainda em construção e muitas oportunidades estão para surgir para as micro e pequenas empresas. A qualidade da resposta dependerá do grau de conscientização da nova realidade do país e do mundo.

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