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Autor:
Roberto Gheler
Qualificação:
Empresário e presidente do São Paulo Convention & Visitors Bureau.
E-Mail
[email protected]
Data:
18/04/03
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Por Um Brasil Cheio De Graça

Samba, belas mulheres e lindas praias. Será que desta vez a divulgação turística do País no exterior vai mudar? Sob uma nova administração, o recém-criado Ministério do Turismo e sua principal autarquia - a Embratur&Mac246; conseguirão pôr fim a uma imagem que não se renova há décadas? Temos muitos e ótimos atributos para uma reviravolta na divulgação internacional, pois já passou da hora de se atualizar nossa imagem lá fora.

Precisamos promover muitos dos outros ícones nacionais, bem como a vocação para o turismo de eventos que o País possui. A divulgação do Brasil precisa urgentemente de um marqueteiro do estilo Duda Mendonça. Sempre faltaram estratégia, planejamento e marketing à imagem externa do País&Mac246; o que começou a ser mudado apenas nos últimos anos. Isso não apenas com relação ao aspecto turístico, mas à imagem da Nação em geral. Em um País de infinitas oportunidades e grandes méritos, deixamos que a insegurança e violência social ganhassem destaque na mídia internacional.

Para sair desse círculo vicioso, precisamos agregar mais valor à imagem do Brasil. Os cafeicultores da Colômbia souberam bem fazer isso. Apesar do nosso País ser o maior produtor mundial, o café dos nossos vizinhos tornou-se muito mais valorizado no mercado internacional. Uma mudança depende apenas de nossos novos dirigentes e porta-vozes.

O Brasil possui dentro de seu extenso território e diversidades, qualidades que sempre foram pouco disseminadas. Se fossem melhor divulgadas, poderiam atrair um número ainda maior de turistas, inclusive os de eventos. Nosso País possui a melhor infra-estrutura para a realização de eventos de toda América Latina. Esse mercado é hoje responsável por um faturamento equivalente a 3,1% do PIB&Mac246; segundo pesquisa do Sebrae. A atração de eventos e, conseqüentemente, visitantes trarão muito mais divisas, colaborando inclusive para o equilíbrio de nossa balança comercial. Para isso, porém, é necessário focar o que queremos divulgar, quais os valores que desejamos agregar à nossa imagem e quais mercados queremos e/ou desejamos trazer para nosso País.

Ao assumir a pasta do Turismo, o ministro Walfrido Mares Guia anunciou a intenção de investir US$ 80 milhões em marketing para vender o destino Brasil. Sem dúvida, trata-se de uma verba nunca vista pelo setor. Foi também uma surpresa muito positiva a nomeação de Eduardo Sanovicz - ex-presidente da Anhembi Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo e ex-diretor de operação do São Paulo Convention & Visitors Bureau &Mac246; para dirigir a Embratur. A acertada escolha de Sanovicz deixa o setor bastante otimista, pois ao que tudo indica foi pautada por princípios técnicos &Mac246; como o cargo exige&Mac246; e por se tratar de um profissional extremamente sério, criativo e competente.

As metas anunciadas por Sanovicz são bastante pontuais e representam profissionalismo de quem tem experiência no segmento: atrair mais turistas de lazer, de incentivo e de eventos para o Brasil e formar um banco de dados confiável sobre os números do turismo nacional. Mas qual será o foco, o mote das futuras campanhas promocionais? Cabrochas sambando, país do futebol, de mulheres retratadas sempre nuas?

Temos que dar continuidade ao excelente trabalho desenvolvido pelo ex-ministro Caio Luiz de Carvalho, que iniciou a mudança da imagem internacional do Brasil, até então antiquada, divulgando também nossa diversidade geográfica, cultural e humana. Precisamos continuar reinventando o Brasil.

Só com um brieffing preciso será possível desenvolver campanhas de divulgação no exterior, que agreguem mais valor ao País. Porém, vale insistir na necessidade de uma boa verba e de adequação a cada mercado das campanhas do Brasil no exterior.

Precisamos modernizar a imagem do País, como um destino com diversas opções de lazer, excelente infra-estrutura turística e para eventos, ótimos serviços e com grande gama de opções para os mais diversos gostos. Só assim tornaremos o turismo no Brasil tão respeitado e consumido, no exterior, como o Café da Colômbia. Nosso turismo precisa urgentemente de campanhas internacionais criativas, inovadoras, variadas e bem sucedidas, para que com isso o setor possa, realmente, gerar o adicional de um milhão de empregos, conforme prometido pelo ministro Walfrido Mares Guia quando de sua posse.

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