Autor:
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João Migliano |
Qualificação:
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Engenheiro Mecânico e de Produção e Sócio Diretor da JEMCO & Associados Serviços técnicos Ltda. |
E-Mail
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[email protected] |
Data:
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19/04/01 |
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ERGONOMIA Condensando uma Longa História
O estudo, a avaliação e a preocupação com o desempenho humano no trabalho são tão antigos quanto a própria história da humanidade e tornaram-se mais importantes a partir do século XVIII, quando a humanidade assistiu ao nascimento da máquina a vapor. A máquina e o homem transformaram-se em atores coadjuvantes de um processo que se convencionou chamar: Revolução Industrial.
Até aquela época a indústria era insipiente e os homens, ao lado dos animais, eram as únicas fontes de energia motriz conhecidas. Na Inglaterra, por exemplo, no século XV, mais de 90% da população vivia, trabalhava e dependia exclusivamente dos campos.
O uso do vapor revolucionou a indústria e provocou o surgimento de ciências relacionadas ao estudo do trabalho, destacando-se em seu primeiro momento, em 1881, o trabalho do engenheiro norte americano Frederick W. Taylor, que se chamou de Time Study. Em seguida, já no principio do século passado, o casal Frank e Lilian Gilbreth despertou a atenção para a análise dos movimentos, criando o Motion Study.
Tanto Taylor quanto os Gilbreth em seus estudos sobre as atividades humanas estavam preocupados exclusivamente com a melhoria da performance dos trabalhadores, considerada tão importante que, a partir de 1930, essas técnicas passaram a dominar e ditar as regras no ambiente empresarial, sendo o cronoanalista o vilão da história.
Na Inglaterra, na metade do século passado, os trabalhos de um grupo multidisciplinar de pesquisadores depreendeu que o assunto era mais amplo, complexo e que só o cronômetro não bastava para resolvê-lo, e sim, o ser humano como um todo, com seus aspectos físicos, psíquicos e cognitivos, é que era o objeto central que, além disso, interagia com os equipamentos e o meio ambiente.
Tais estudos foram designados de Ergonomia ou Engenharia Humana e passaram a abordar o problema de uma forma sistêmica: O Sistema Homem-Máquina.
Otimizamos o sistema quando o homem completar a máquina e esta completar e potencializar as capacidades humanas.
Com a evolução tecnológica do último século, a humanidade assistiu a transferência das atividades mecânicas para as máquinas. Dessa forma, o ser humano valorizado passou, cada vez mais, a ser alocado em atividades que envolvem o intelecto, como: criação, planejamento, decisão etc.
Atualmente, com o advento da Internet, o processo de globalização da economia e o aumento das pressões em um mundo cada vez mais competitivo, as empresas também estão tendo que se ocupar com a saúde física e mental de seu pessoal.
Surge, então, o conceito do Wellness que, como a Ergonomia, busca a economia do ser humano, a melhoria do bem estar geral, da saúde e da aptidão física das equipes, buscando também um aumento da auto-estima e do moral dos colaboradores de uma empresa.
Vamos nos ater, contudo, à Ergonomia e procurar fornecer algumas dicas importantes para aqueles que, no seu dia a dia, gerenciam pessoas que, no passado remoto habitavam as cavernas, mas que hoje estão sentadas diante da tela e teclado de computadores, inseridas no ambiente da nova economia.