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Autor:
Rubens de Almeida
Qualificação:
Engenheiro, Jornalista e Diretor da PiniWeb
E-Mail
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Data:
20/01/01
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A PRÉ-HISTÓRIA DO E-COMMERCE NA CONSTRUÇÃO

A Internet brasileira não pode ser uma facilidade complicada, como uma avalanche de sites de utilidade duvidosa disponíveis na Web. Por isso mesmo, foi com apreensão que acompanhamos o lançamento de mais de 50 portais para o setor da construção, a maioria bem-intencionada e querendo usar a Internet para superar os graves desajustes industriais da cadeia de produção e consumo de materiais de construção. Com entusiasmo quase juvenil, alguns empresários con-solidados do setor, vislumbraram a Internet como uma possibilidade de melhorar as atividades dos canteiros de obras, moldadas por doutrinas antiquadas e, por vezes aéticas, e partiram para o desenvolvimento de um novo ramo de negócios no ambiente virtual.
Como profissional do mercado da construção, temos percebido o desequilíbrio de muitas dessas propostas em relação à realidade logo no início da explosão dos portais, e sabemos que muitas iniciativas infelizmente devem fracassar. Chegamos a alertar os responsáveis pelos novos sites quanto às necessidades a serem satisfeitas, antes de se viabilizar um comércio eletrônico, re-sultado de um processo de revisão de conceitos e de identificação dos aspectos determinantes da construção brasileira no século XXI.
Podemos assegurar que tanto o Brasil, como outros países ainda estão vivendo na pré-história do e-commerce da construção brasileira, o que nos mostra a necessidade de organizar o mundo de fornecedores, tecnologias e práticas de execução de obras do País em um grande banco de dados e, assim, iniciar a criação de um caráter industrial para o setor.
Tivemos também o privilégio de acompanhar estudos internacionais sobre o assunto, dentre eles o do grupo Concour (bridge to industry) e as experiências da Universidade de Salford, na Inglaterra. Com a ajuda do engenheiro brasileiro Lúcio Soelbeman - Doutor pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Docente da Universidade de Illinois, USA, rastreamos as possi-bilidades tecnológicas oferecidas pelos chamados sistemas de trabalho colaborativo, que esta-beleceram a verdadeira corrida internacional da construção por uma plataforma abrangente de comércio eletrônico setorial.
O contato que mantemos com o principal pensamento internacional sobre a evolução das rela-ções industriais e comerciais da construção não nos permite perder a possibilidade de real-mente apoiar o setor da construção com essa nova mídia, a Internet. Mas é preciso buscar conteúdo inteligente, padronização e principalmente informações consistentes e organizadas, de modo a possibilitar uma melhor especificação e identificação de técnicas e materiais de cons-trução do Brasil, com conexões lógicas, estruturadas e referências utilizadas em outros países para os mesmos materiais e produtos.
Segundo o IDC – instituto de pesquisa americano reconhecido
mundialmente por realizar estudos no ambiente Web, trabalhando com medição de audiência, participação e crescimento de mercados, comércio eletrônico e faturamento das empresas "pontocom"- o volume de transações de e-commerce no Brasil deve apresentar um crescimento de 90% dentro de 2 anos. Embora o e-commerce de materiais e serviços de construção seja ainda um processo embrionário no país, entendemos que seja real a possibilidade das empresas iniciarem transações comerciais através da Web. Certamente ajudaremos nessa adaptação de procedimentos e estaremos estimulando a automação de seus processos e promovendo uma saudável comparação de produtos e sistemas de construção, na tentativa de incentivar a com-petição intra-setorial, que pode trazer a modernidade que faz falta à construção civil brasileira.


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