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Autor:
Roberto Brizola
Qualificação:
Presidente da ANEFAC - Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade e Gerente da Unidade de Negócios Novos Associados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP)
E-Mail
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Data:
21/12/02
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A Liderança Gerencial

As grandes mudanças enfrentadas pela economia do País, como conseqüência dos processos de estabilização e de globalização, vêm obrigando as empresas a buscar ganhos de produtividade como uma necessidade vital de sobrevivência. Muito se tem ouvido falar sobre modernização de fábricas, informatização de processos, ISO 9000 e qualidade total. Pouco se tem comentado sobre o impacto dessas mudanças nos processos de gestão empresarial, principalmente na área de liderança gerencial.

Com o processo de globalização abrindo as fronteiras nacionais à chegada de produtos e concorrentes estrangeiros, com os baixos índices inflacionários e com uma menor interferência estatal na economia, o estilo gerencial centralizador e controlador ficou ultrapassado. A empresa se viu obrigada a ser mais inteligente e competente, tornando-se necessária uma grande mudança em todo o processo de gestão de negócios, administração de pessoal e estrutura organizacional.

A gestão participativa, com o envolvimento de todos os empregados e inspirada por um maior foco no mercado, revelou-se fator vital de competitividade. Esse tipo de estratégia traz grandes desafios de mudança, a começar pelos níveis mais elevados da organização, sua forma de trabalho e comunicação e conquista da participação ativa de todos os empregados no negócio.

É importante atualizar o papel do presidente ou do gerente geral, além do que se espera de sua atuação num ambiente de gestão participativa. É possível afirmar que o presidente será, sempre, o grande líder da organização, o modelo para todos os empregados. O que muda é sua forma de atuação, muito mais voltada para a direção estratégica da empresa, para contatos com clientes, motivação de empregados e liderança no processo de qualidade total. Isso, claro, sem deixar de acompanhar e monitorar os indicadores críticos de negócio.

Importante é também seu papel no ambiente externo, principalmente na participação em programas comunitários, como parte da responsabilidade social da empresa. Ele deixa de ser o grande controlador ou o „dono da verdade‰ e passa a ser estadista e líder maior. A ênfase passa a recair sobre a necessidade de implantar uma visão e uma direção estratégica de longo prazo, com liderança indelegável do presidente e participação de todos os empregados.

A qualidade é hoje um dos temas de importância vital para as empresas. Uma estratégia de qualidade exige treinamento de todos os empregados no uso das ferramentas de captura das oportunidades de negócio, a redução de custos a partir da melhoria de processos e a análise adequada de problemas.

As empresas são cada vez mais convocadas a se envolver em programas comunitários, seja de caráter ambiental, seja social. No Brasil, por suas desigualdades sociais, é cada vez maior o envolvimento do mundo empresarial em programas comunitários, estimulando o exercício da cidadania entre seus empregados. A participação nesses programas não implica necessariamente altos investimentos. O mais importante é a vontade política gerencial de participar, pois normalmente se obtêm excelentes resultados apenas motivando e apoiando o envolvimento. Com certeza, uma empresa cidadã terá seus empregados mais motivados e integrados com seus objetivos.

Uma das maiores virtudes das mudanças em curso na economia está em forçar a melhoria dos processos produtivos, inclusive na gestão empresarial. Fazemos parte, agora, de um mundo dinâmico e em permanente evolução. Esse novo mundo exige, em escala crescente, inteligência e competência dos que desejam progredir. Isso significa dispor de gerência e de pessoal treinado e capacitado, trabalhando numa cultura de qualidade, voltados para o cliente e com objetivos de negócio bem definidos. É esse o novo perfil da liderança gerencial.

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