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Autor:
Alexandre Mendes de Freitas
Qualificação:
Consultor de empresas Sebrae/SP
E-mail:
[email protected]
Data:
22/05/03
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O Remédio Para Indústria Farmacêutica, Veneno Das Farmácias

Alguns setores estão em plena fase de descentralização de suas atividades, assim como as empresas estão mudando sua forma de atuar no mercado.

O preço hoje em dia é só mais um item a ser considerado na hora da venda, os chamamos de valores intangíveis, são pontos a serem considerados daqui por diante na hora de vender.

Muitas redes farmacêuticas já ligadas em alguma distribuidora de medicamentos já fazem a reposição dos itens diretamente nas gôndolas, o estreitamento do espaço entre o ponto de venda, distribuidor e o fabricante, foi a forma encontrada de otimização (redução) de custos e processos.

Essa mudança é silenciosa, e cada vez mais outros produtos estão tomando a vez dos medicamentos nas gôndolas das farmácias e drogarias, contribuindo melhor e mais acentuada para os lucros da empresa. Como nossa legislação não é clara, não há uma classificação objetiva que determina ao comércio o que ele pode e o que deve ser vendido, embora existem algumas leis como a lei 5.991 dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Além da concorrência desleal dos distribuidores que também partiram para serviço de "delivery" as industrias já fazem corpo a corpo para fornecer diretamente toda a produção para alguns distribuidores que acabam detendo maior parcela do produto no mercado, monopolizando em quantidade de produtos e seguido de preços.

O cliente tendo que submeter a pagar preços aviltantes por falta de opção, ou por falta de fiscalização do próprio CADE – Conselho Administração de Defesa Econômica gerando pressão de demanda provocando inflação neste setor. O excesso de leis complementares e a subjetividades das leis, criam oportunidade para aqueles que possam manter em seu quadro de colaboradores, administradores e jurídicos, outras formas de contrapor a toda e qualquer legislação existente.

Por outro lado, o varejo muda suas forma de agir adicionando nas gôndolas outros produtos como perfumarias, higiene, estética, cosmética e nutrição. A venda de não-medicamento já correspondem a 25% do faturamento das empresas segundo a ABRAFARMA.

As empresas fabricantes de medicamentos estão partindo para os chamados de produtos genéricos, o que tem causado grande euforia para o setor de medicamentos. Muitas drogas estão saindo do território brasileiro e indo parar em outros países. As substâncias base dos medicamentos que geralmente são encontradas nas plantas, estão deixando o território brasileiro e indo parar na mão de países com maior capacidade tecnológica para desenvolver novos produtos e conseqüentemente seu registro em marcas e patentes no Brasil como produto importado. Estrategicamente está correto como forma de reter o capital investido em pesquisa e desenvolvimento. Por outro lado perdemos duplamente pelo produto, o primeiro deles é o direito pela planta nativa que na maioria das vezes é característico do território brasileiro, o segundo fator é o preço que pagamos por se tratar de produto importado.

O mercado varejo de farmácias e drogarias ainda não faz uso de muitas coisas como pesquisa junto ao seu público, 80% não sabem contabilizar perda de mercadorias, 20% apenas são informatizados e só 10% fazem uso da interconetividade e 40% do varejo ainda atuam com margem de contribuição (diferença entre compra e a venda) tipo "pay-back". Quando o pequeno empresário aliar-se a tecnologia para levantar alguns indicadores no ponto de venda, muitas empresas o tratarão de forma diferenciada. Alguns valores intangíveis estão apenas começando a entrar no ponto de venda bem como: promoção, layout bonito limpo, claro, degustação, abordagem, visual e alguns casos aromoterapia do ambiente e vitrines temáticas já estão sendo usados por algumas marcas de perfumes. É fundamental conhecer o que o seu cliente quer, o varejo até possui esta percepção o que muitas empresas gostaria de saber, mas faz pouco ou quase nenhum uso dela. O remédio da industria farmacêutica esta no varejo, e a falta de indicadores nos pontos de vendas e o oligopólio dos medicamentos é o veneno das farmácias e drogarias.

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