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Autor:
Cláudio Peçanha
Qualificação:
Engenheiro e Economista, é Empresário, Membro do Conselho de Administração de Diversas Empresas e ex-Diretor do BNDES
E-Mail
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Data:
22/10/02
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Evitar o Suicídio em Massa

Em junho de 1990, o Estadão publicou um artigo meu sob o título "Suicídio dos Trabalhadores" no qual eu defendia que o empresariado precisava enfrentar a CUT mais abertamente, alertando os trabalhadores que estariam "se suicidando", caso aceitassem totalmente as teses dos Sindicatos dos trabalhadores, que lutavam pela estabilidade dos funcionários públicos e das empresas estatais, uma maior estatização dos setores produtivos, além dos tradicionais pleitos de redução de jornada de trabalho e fechamento do País ao mercado internacional como forma de proteção de emprego.

Eu era então Presidente de uma metalúrgica em região dominada pela CUT além de presidir um Sindicato patronal vinculado à FIESP, sendo ameaçado, diretamente, pelos líderes da CUT (hoje Deputados do PT) que iriam "fechar" a minha fábrica com piquetes, que de fato ocorreram. Meu artigo teve bastante repercussão no meio empresarial que reagiu, evitando o que eu vaticinava como o suicídio dos trabalhadores, e mais tarde uma fase de enfrentamento positivo ao sindicalismo destrutivo possibilitou um crescimento significativo da produtividade industrial no Brasil com melhorias gerais nas condições dos trabalhadores.

A CUT hoje virou PT e o Lula sindicalista de então virou candidato mais votado a Presidente da República, disputando o segundo turno em 27 de outubro próximo. Agora é novamente a hora da necessária reação: a elite responsável do Brasil precisa agir, gritar forte aos seus colaboradores, mostrando o perigo que a ideologia que o Partido dos Trabalhadores representa para todos nós, ricos e pobres, empresários e operários, das cidades e dos campos, homens e mulheres. Morreremos todos, se os brados de igualdade de tirar dos ricos para dar para pobres prevalecer aos princípios de racionalidade, produtividade e valorização diferenciada dos indivíduos. "Não podemos esquecer que todos que tentaram, no passado, buscar o poder cavalgando as costas do tigre acabaram sendo comidos por ele."

O PT defende a estatização, defende a manutenção do Estado improdutivo, redistribuindo corruptamente maior taxação, sob a capa do altruísmo, do bom-mocismo retrógrado. O PT quer manter funcionários públicos improdutivos, sustentados por mais impostos a serem cobrados do setor privado, que não sobreviverá à sanha arrecadadora e terá necessáriamente que demitir, gerando mais desemprego e miséria. O PT (Lula) quer fechar o País à economia mundial, evitando investimentos externos no Brasil que criam empregos para brasileiros aqui. As intenções de Lula e do PT podem ser as melhores, mas a forma para alcançar justiça social, menos miséria e mais emprego que pretendem implantar, já se provou errada e desastrosa em outros países ao longo da história.

O risco que Lula representa para o País é de termos mais recessão, caos economico-financeiro e, consequentemente mais miséria. Consequentemente, os mais prejudicados com a eleição de Lula seriam exatamente os "pobres" e os "miseráveis", muito mais que os "ricos". O risco não seria de tirar dos ricos para dar para os pobres, o risco seria de só termos pobres e miseráveis neste País, sem ter de quem tirar!

No segundo turno das eleições, não basta votar no Serra. Além disso, é preciso mostrar claramente aos eleitores do Lula no primeiro turno o risco que correm se ele for eleito. Precisamos evitar o suicídio em massa que a eleição do Lula pode representar para a sociedade brasileira!

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