| Autor: | José Pires Alvim Neto |
| Qualificação: | Diretor da PiniWeb |
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| Data: | 23/02/01 |
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O BURACO NEGRO VIRTUAL
A indústria da construção civil brasileira é um mercado de empresas conservadoras, mas que se encontra em processo intenso de modernização. As maiores resistências ocorrem principalmente porque os procedimentos de obras são muito distintos dos aplicados na indústria seriada. Cada situação de obra é peculiar, o que dificulta a assimilação de conceitos de produtividade e de planejamento ao mesmo tempo em todas as frentes de trabalho, espalhadas em vários canteiros de obras.
Diante dessas dificuldades, nos últimos cinco anos, apareceram os programas de qualidade setorial, e muitas construtoras conquistaram a certificação ISO 9000, por exemplo. Um êxito inesperado para a complexa cadeia de construbusiness, composta de construtoras, empresas projetistas, fornecedores tão díspares que vão desde simples olarias até grandes companhias oligopolizadas. O diálogo entre estas empresas, clientes, redes de distribuição e sistemas operacionais tão distintos nem sempre é tranqüilo. Telefone, telex, fax, e-mail, celulares são utilizados intensamente pelos agentes setoriais para agilizar a troca de informações mas, muitas vezes, a rede de comunicação abre lacunas importantes em termos de responsabilidades sobre o empreendimento construído. Com as novas ferramentas eletrônicas da Internet e os softwares mais sofisticados para o mercado da construção civil, o cenário tende a mudar. E ... para melhor. Mas como anda a utilização da Internet pelas empresas de construção?
A Internet brasileira não comporta mais de 10 portais para cada assunto
A Internet não pode ser uma facilidade complicadora, como uma avalanche de sites de utilidade duvidosa disponíveis na Web. Pesquisas indicam que a Internet brasileira não comporta mais de 10 portais para cada assunto. Por este motivo, foi com apreensão que acompanhamos o lançamento de mais de 50 portais para o setor da construção, a maioria bem-intencionada e querendo usar a Internet para superar os graves desajustes industriais da cadeia de produção e consumo de materiais de construção. Segundo o IDC - instituto de pesquisa americano reconhecido mundialmente por realizar estudos no ambiente Web, trabalhando com medição de audiência, participação e crescimento de mercados, comércio eletrônico e faturamento das empresas "pontocom"- o volume de transações de e-commerce no Brasil deve apresentar um crescimento de 90% dentro de 2 anos.
Após um período em que mais de meia centena de empresas se propuseram a responder o desafio de desenvolver sites da construção, chegamos a um momento de mais definição. É preciso criar ações pró-ativas, tanto no desenvolvimento de softwares off-line como sistemas ASP - softwares que rodam diretamente na Internet em sites inteligentes para melhorar essa relação e encurtar o caminho entre o projeto e a construção. Um site para o setor deve ponderar resultados com consistência, fôlego e oxigênio para se capitalizar e estruturar seu desenvolvimento para, só então, oferecer funcionalidades de verdade. A maioria desses portais da construção ainda tropeçam no buraco negro virtual das altas e baixas da Nasdaq, movimento que abalou a nova economia mundial.
O setor da construção civil ainda precisa aprender a usar e a gostar da Internet, e é por isso que as pontocom devem desenvolver e colocar no ar ferramentas, mecanismos de procura, bases de dados e documentos que realmente sejam do interesse e façam parte do universo de conhecimento dos profissionais do setor que se iniciam no uso da rede internacional de computadores. Tudo para facilitar o acesso e induzir a navegação. Além disso, é preciso criar qualidade através de um conteúdo inteligente, objetivo e ágil de forma a acompanhar a velocidade da Internet - fator determinante de sucesso da arquitetura da informação, que permite ao usuário comandar sua navegação e não ser tragado por ela.
O importante é que os profissionais brasileiros da construção civil plugados nessa nova realidade virtual estejam permanentemente atentos às tendências e alterações de rumo, a fim de que possam agir proativamente percebendo que pequenas mudanças podem representar grandes resultados.
