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Autor:
Dorival Polimeno Sobrinho
Qualificação:
Diretor adjunto Comercial da Editora Scipione.
E-mail:
[email protected]
Data:
24/05/03
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A Mídia do Conhecimento

Em meados do Século XV, a Europa tinha cerca de 50 milhões de habitantes, dos quais apenas oito milhões sabiam ler. A proporção entre analfabetos e alfabetizados começou a mudar a partir de 1455, quando o germânico Johannes Gutenberg inventou os tipos móveis e imprimiu o primeiro livro, uma Bíblia, cujos 200 exemplares iniciais foram vendidos numa feira em Frankfurt, Alemanha. Em pouco tempo, a maior oferta de livros, propiciada pela impressão em escala, estimulou o hábito de ler. Bastaram dois anos para que o número de europeus alfabetizados chegasse próximo de 20 milhões. E o invento contribuiu para mudar o mundo, que assistiu a profundas transformações com o advento do Renascimento.

O exemplo é emblemático no sentido de demonstrar a importância do livro como mídia do conhecimento, informação, cultura e educação. Nem mesmo o advento da internet e outras mídias eletrônicas, inclusive interativas, reduz a importância do livro como ferramenta pedagógica e vetor do conhecimento. Para ilustrar essa questão, duas recentes pesquisas oferecem dados muito interessantes. A primeira, realizada pelo maior fabricante mundial de equipamentos gráficos, demonstra que a mídia impressa representa 70% da comunicação no mundo. Somente em 2010 a comunicação gráfica será superada pela eletrônica, numa proporção equilibrada (49% contra 51%). Porém, com o crescimento da demanda, o volume de impressos, em números absolutos, será muito maior do que hoje. Ou seja, as mídias eletrônicas irão suprir novas necessidades da chamada sociedade pós-industrial, mas o livro e outros produtos impressos continuarão cumprindo seu imprescindível papel.

A segunda pesquisa foi realizada pelo maior grupo impressor do Planeta. Seu resultado é claro e conclusivo: "Os mais velhos acham que os jovens preferem mídias eletrônicas; os jovens, porém, afirmam não abrir mão da comunicação gráfica e da leitura".

Cada vez mais, é importante oferecer à infância e à juventude acesso amplo ao livro, cuja crescente disseminação é um dos meios mais eficientes para agregar qualidade à educação e mudar para melhor o perfil cultural da sociedade brasileira, dois requisitos essenciais ao processo de desenvolvimento. Somente em escolas públicas, o Brasil tem quase 37 milhões de crianças matriculadas no ensino fundamental ((o equivalente a toda a população da Argentina). Essas crianças contam com o trabalho dedicado e decisivo de 2,5 milhões de professores.

O caminho a ser seguido é muito claro, considerando-se que desenvolvimento econômico e social caminham juntos, numa evidente relação de causa/efeito. Com professores gabaritados e livros cada vez mais presentes nas escolas, o Brasil ampliará de forma expressiva suas oportunidades de crescimento, prosperidade com justiça social e inserção vitoriosa na economia globalizada. É unânime a certeza de que essa é a base principal para o desenvolvimento de uma Nação.

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