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Autor:
Ignácio Fraga
Qualificação:
Diretor de operações,responsável pelo departamento de terceirização da Tradeworks e especialista no comércio exterior.
E-mail:
[email protected]
Data:
27/05/03
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O Papel das Parcerias no Segmento de Comércio Exterior

Quando ouvimos o termo comércio exterior sempre lembramos da troca de produtos, serviços e a paridade das unidades monetárias dos países, mas quem é profissional da área sabe que não é só isso.

O comércio internacional envolve muito mais que simples trocas, que caracterizavam o período da Revolução Mercantilista, o começo de tudo. A realidade é que os países cresceram desordenadamente em função de seus recursos disponíveis, o que os diferencia uns dos outros. A política econômica de cada um influenciou desenvolvimento de suas sociedades e hoje, envolvem fatores que ditam o ritmo do crescimento das atividades comerciais internas. As barreiras impostas pelas nações, para defender seus mercados internos, são os principais fatores que aumentam a complexidade das relações internacionais entre as nações.

Atualmente, os países possuem legislação, moeda, localização geografia e língua próprias, o que exige um trabalho cada vez mais especializado por parte daqueles que lidam com o comércio exterior. Dessa forma, as importações e exportações se tornaram atividades mais complexas, na medida em que abrangem desde negociações, marketing, transporte e logística internacionais, assim como despacho, suporte legal, documental e financeiro, liberação no aeroporto ou porto e sistemas de controle exigidos pela Receita Federal no Brasil.

A maioria das corporações que atua internacionalmente, via de regra, utiliza o trabalho terceirizado para efetuar essas operações da maneira mais ampla possível, dentro do conceito „door-to-door‰. É neste momento que surge o dilema: como as empresas podem acompanhar a evolução do comércio exterior sem perder o foco em sua atividade fim?

A resposta pode ser resumida com uma única palavra: parceria. Trabalhando com parceiros especializados em áreas afins, torna-se possível cada corporação manter o foco necessário ao seu negócio principal, ao mesmo tempo em que pode acompanhar todas as fases dos processos acessórios e complementares à atividade central.

Portanto, em conjunto com uma empresa especializada em logística, controle informatizado, consultoria, despacho ou legislação, fica mais fácil compatibilizar as ações no âmbito do comércio exterior. Com isso, criam-se as condições básicas para uma participação mais competitiva no mercado externo, dando mais eficiência à empresa, num mercado cada vez mais concorrido e globalizado.

O trabalho com parceiros habilita a empresa a intensificar seu trabalho no comércio exterior, e a aproveitar, ao máximo, as oportunidades e benefícios oferecidos pelo governo, amadurecendo e consolidando o papel das empresas brasileiras no comércio exterior.

Devemos lembrar que neste cenário de competitividade, no mundo externo, a credibilidade e a rapidez para realizar as operações de importação e exportação são vitais para o sucesso e o desenvolvimento de corporações em seus segmentos. A especialização dos profissionais que desenvolvem estas atividades e a correta interpretação da legislação que norteia o comércio internacional são fatores importantes para a qualidade das transações comerciais. Por isso, atualmente, há uma tendência natural (não apenas no segmento de comércio exterior) das empresas recorrerem aos serviços terceirizados.

No Brasil, o estabelecimento de parcerias entre empresas do segmento de comércio exterior ainda é pouco utilizado, mas há sinais de que já existe uma tendência das grandes corporações buscarem parceiros para executarem seus processos de importação e exportação de maneira rápida e eficiente, diminuindo seus riscos e margens de erro.

Frente ao aumento da movimentação financeira entre o Brasil e os mercados externos, que cresce cada vez mais, aumenta também a necessidade das empresas buscarem serviços de empresas especializadas, com amplos conhecimentos do comércio exterior para acompanhamento integral de seus processos de importação e exportação.

Só para termos uma idéia desse montante sabe-se que as exportações mantiveram a tendência de crescimento em março e ajudaram a garantir o saldo positivo de US$ 326 milhões, o que oferece um saldo de US$ 817 milhões a balança comercial brasileira, valor 37% superior ao mesmo mês do ano passado. Somente em 2003, esse número já alcança US$ 3,1 bilhões, 367% maior ante os US$ 663 milhões registrados nos primeiros três meses de 2002.

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