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Autor:
Conceição Andrade
Qualificação:
Diretora de Recursos Humanos e Gestão da Splendido Alimentação Empresarial
E-Mail
[email protected]
Data:
28/02/02
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Funcionário de Bem com a Vida, Fazendo o Que Gosta e Com Quem Gosta.

Empregado no lugar certo fica feliz e gera otimização
nas verbas de treinamento.

Quanto dinheiro nas empresas é destinado para o treinamento de seus colaboradores?

É comum termos notícias de empresas que canalizam seus programas de treinamento para os colaboradores naquilo que poderíamos chamar de "básico".

Por exemplo, quanto dinheiro se destina a treinamentos de colaboradores para que estes façam um bom atendimento, sendo que o colaborador que está sendo treinado não gosta de atender ou "servir" e os programas insistem em treiná-los?

Penso que existe um caminho a ser percorrido para que as verbas de treinamento sejam canalizadas de forma mais eficiente, gerando um plus e não o básico.

Para isso, são necessários alguns passos, entre eles:

CONHECER O CLIENTE: Tudo começa com o seu cliente. Sem conhecê-lo é muito difícil buscar a formação de uma equipe. Conhecer o cliente significa entendê-lo como empresa e também como pessoa, quais são seus valores, suas crenças, desejos e referências, e assim por diante... Existem clientes parecidos ou semelhantes, mas jamais iguais.

CONHECER SUA PRÓPRIA EMPRESA: O passo seguinte é olhar para os valores da sua empresa, e assim buscar colaboradores que compartilhem do mesmo pensamento, criando uma identidade. Neste momento é fundamental perceber que se o colaborador tiver valores não compartilhados com os da sua empresa, dificilmente ele se sentirá bem. O que não significa que ele não seja um bom profissional, mas talvez este seja um indicador de que ele possa se desempenhar melhor em outra empresa, com a qual se identifique mais.

SELEÇÃO: É importante que se tenha claro em mente qual o perfil ideal do colaborador que procuramos. Características pessoais, comportamentais, técnicas etc... Quanto mais profundo formos neste momento, maior será nossa chance de uma seleção bem sucedida.

O tempo destinado para o conhecimento do candidato deve ser o mesmo que este deve destinar para conhecer a empresa contratante. O que vemos comumente é as empresas investigarem profundamente seus candidatos, mas não permitir que o candidato faça o mesmo com relação à empresa.

O candidato precisa conhecer a empresa não só através da pessoa que o está selecionando, mas através de seus clientes e colaboradores atuais.

GOSTAR DO QUE FAZ: Básico para se iniciar qualquer diálogo. Por exemplo, uma copeira deve se sentir feliz em servir as pessoas, atividade que ela fará em 80% do seu tempo e trabalho. Com certeza não teremos que gastar verbas em treinamento com foco em atendimento, o que se dará como suporte são dicas, sistemas, que auxiliarão este profissional a fazer ainda melhor o que ela por natureza já faz bem feito.

FACILIDADE PARA APRENDER, GOSTAR DE APRENDER, GOSTAR DE MUDANÇAS: Muitas vezes estas três características encontradas num colaborador são mais importantes do que sua experiência e do seu "background".

INTEGRAR COM A CULTURA DA EMPRESA: Considero este o segundo momento mais importante de todo o processo. É neste momento que precisamos fazê-lo sentir a empresa, não só com palavras, mas com atitudes e exemplos concretos.

COMUNICAÇÃO: É fundamental que a comunicação seja sempre muito clara, objetiva e que não fiquem dúvidas sobre o caminho a ser percorrido. Muitas empresas, ao redigirem suas missões, o fazem de forma muito complicada, difícil de ser vivida e que muitas vezes precisam ser decoradas pelos colaboradores.

SISTEMAS: Estes funcionam como ferramentas de suporte para garantir e reforçar os processos, missões, rotinas, etc. Por sua vez, estes sistemas devem também ser simples e de fácil entendimento para os colaboradores, para que sejam utilizados como verdadeiras ferramentas de trabalho.

Acredito verdadeiramente que a concretização destas etapas elimina a necessidade da realização de treinamentos básicos para cada negócio. Desta forma é possível que as verbas de treinamento sejam canalizadas para assuntos / temas que verdadeiramente façam a diferença, fortalecendo os diferenciais de cada negócio frente à concorrência e o mercado em que a empresa atua.

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