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Autor:
Fernando Gomiero
Qualificação:
Administrador de Empresas
E-Mail
[email protected]
Data:
28/08/02
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Tabus e Paradigmas

Um número respeitável de empresas ainda não se curva ante a necessidade de adequação às novas regras de mercado, imposição do mundo globalizado e uma disputa cada vez mais acirrada pelo mercado. Elas permanecem alheias ao movimento, mantendo-se inertes mesmo diante do perigo que representa a forte pressão exercida pela concorrência internacional. É com essa visão imediatista que elas entram num estado degenerativo, fortemente alavancado por preceitos antiquados e idéias ultrapassadas.

São empresas que, contrariando a lógica, andam na contramão de todas as tendências mercadológicas, justamente num estágio em que o excesso de preciosismo com os níveis hierárquicos, com a comunicação vertical e com a centralização de poderes, representam um bloqueio intransponível para a adequação da cultura organizacional aos novos tempos. Um suicídio que poderia ser evitado.

As empresas que almejam manter-se em pé de igualdade com a concorrência devem ajustar a sintonia e adequar suas idéias à nova filosofia do mercado. Exatamente como vêm fazendo inúmeros empresários que, com outra mentalidade, acompanham as tendências mercadológicas e usam a criatividade na busca de alternativas que ofereçam vantagens competitivas no confronto com a concorrência. Ou seguirão tentando apenas sobreviver em meio às dificuldades cada vez maiores, num espaço cada vez mais reduzido.

O processo de adequação é muito simples. O primeiro passo, fundamental para o sucesso, é a mudança gradual e muita bem planejada, da mentalidade institucional. De cabo a rabo, dispensando-se especial atenção àquelas pessoas mais reticentes e resistentes a mudanças, que poderão passar uma falsa impressão de adesão se não forem bem trabalhadas, especialmente em se tratando dos líderes, que terão a incumbência de trabalhar a cabeça dos colaboradores.

Em seguida, tão importante como o primeiro passo, é exatamente a tarefa de convencer os colaboradores. Será preciso promover uma verdadeira revolução nas cabeças mais tradicionalistas e inflexíveis. Muita argumentação e paciência ao desenhar o novo cenário da organização, ajustando-o da forma mais convincente possível à nova realidade do mercado, de modo a facilitar o entendimento e a conseqüente adesão, inclusive a dos mais radicais. Uma tarefa árdua, já que, devido à própria dinâmica do mercado, eles, os colaboradores, não conseguem acompanhar os avanços e inovações que acontecem no dia-a-dia. É um trabalho que pode significar a adesão de todos e a garantia de bons resultados para o empreendimento.

Aí entra o papel ativo dos líderes. Eles devem conhecer muito bem o funcionamento do mercado, o comportamento dos consumidores e da concorrência, e ter uma boa intuição para enxergar oportunidades futuras e as armadilhas do mercado. Com persistência e devidamente sintonizados com as inovações, eles terão a incumbência de orientar os colaboradores. Primeiro, sobre a necessidade de esquecerem as idéias e padrões ultrapassados. Em seguida, sobre os novos rumos, os conceitos de gestão, os avanços tecnológicos, a informatização, as ferramentas empresariais, as informações sobre o mercado, a concorrência e as exigências do consumidor, enfim, tudo o que for necessário para um perfeito encaixe das engrenagens que tocarão a "nova" empresa.

Contudo, em nenhum momento a cautela pode ser deixada de lado, sob risco de um fracasso. As mudanças devem acontecer gradualmente e no tempo certo, pois qualquer precipitação pode levar a desconfiança aos colaboradores mais resistentes a mudanças, o que seria fatal para todo o projeto.

Há vários mecanismos que podem auxiliar, e muito, no planejamento e desenvolvimento de um projeto dessa natureza, e devem ser valorizados pelas empresas, pois representam uma garantia de bons resultados. Gestão Participativa, Plano de Carreira, Qualidade de Vida, Gestão do Conhecimento, Instrumentos Empresariais, Abertura de Mercado, Globalização, Fusões, Parcerias, Sistemas de Informação, Treinamentos, Universidade Corporativa, E-Learning, Softwares de Gestão, Solucionadores de Problemas, Delegação de Poderes, Governança Corporativa, Participação nos Lucros e Resultados, entre outros, estão aí e vieram para ficar. São realidades que fazem a diferença.

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