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Autor:
Roberto Brizola
Qualificação:
Presidente da ANEFAC - Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade
E-Mail
[email protected]
Data:
29/01/03
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As Incertezas da Era Atual

Nenhuma outra época foi tão marcada por descontinuidades e incertezas do que a atual. Em uma palavra: MUDANÇA! Este é o mote que os administradores, líderes e executivos, em qualquer ramo de atividade, mais ouvem hoje. E, talvez ainda pior: não importa o que você faça, as coisas parecem que vão continuar a mudar, cada vez mais e mais rápido.

Esta situação de permanente mudança tem conseqüências drásticas, e muitas vezes dramáticas, tanto no nível empresarial como, até mesmo, no pessoal. Novas empresas surgem todos os dias, em todos os mercados, e os antigos bastiões da segurança e solidez empresariais estão desaparecendo paulatinamente. Enquanto isso, fusões e aquisições, joint-ventures e desmembramentos, de empresas de todos os portes - mas, principalmente, de grandes organizações - movimentam o mercado.

Toda mudança, por mais radical e drástica que possa parecer, emite sinais antecipados do que está para ocorrer. O momento empresarial de hoje há muito já é anunciado para os observadores atentos. O ciclo que se iniciou recentemente, e que se acredita vá durar ainda 20 anos, está sendo chamado de Era da Informação. Agora, a Informação e o seu uso , em diversas formas, está se tornando a base de toda prestação de serviços e todo desenvolvimento de produtos.

A evolução da Informática, o deslocamento da economia para o setor de serviços, a customização do marketing e do atendimento a clientes, e a tendência à atuação em redes de fornecedores, foram sinais claros - e muito alardeados - já na década de 80, das mudanças que estavam por vir. Mas muita gente não viu.

Embora ainda não se saiba , realmente , como evitar a morte humana, as empresas têm a possibilidade de sobreviverem indefinidamente, efetuando saltos transformacionais. Um salto transformacional é uma descontinuidade intencional do ciclo de vida da empresa , ou do produto / serviço.

Pensar o futuro não significa fazer projeções das atividades atuais. Não significa fazer mirabolantes exercícios de previsão e futurologia. Não significa antecipar para hoje decisões sobre as situações possíveis de amanhã. Pensar o futuro, no sentido estratégico que tratamos aqui, significa preparar a empresa desde hoje para atuar no mundo de amanhã. Pensar estrategicamente o futuro é exercitar a visão da empresa em seu meio ambiente, hoje, amanhã e sempre.

A idéia central é a de que a empresa tem que atuar num meio em permanente mudança, cheio de incertezas e transformações contínuas, e de que o ritmo dessas mudanças só tende a aumentar. A empresa, como sistema vivo que luta para sobreviver, precisa se adaptar permanentemente ao seu meio ambiente. Para isso é fundamental que a razão de ser da empresa, sua missão, sua utilidade para o mercado, estejam claras. Uma empresa que não sabe para que existe é um ser vivo em grave crise existencial, doente, moribundo.

O ambiente empresarial atual é agressivo, competitivo, instável e repleto de riscos. A arma principal do empreendedor, nesses tempos de mudança acelerada, é o pensamento estratégico. O esforço de percepção do meio ambiente, de análise interna, de formulação de uma visão de futuro e de planejamento, é recompensado pelo aumento da vantagem competitiva.

O risco é muito maior se a empresa viaja às cegas, rumo ao futuro incerto. Planejar, no sentido amplo e estratégico do processo decisório, é reduzir riscos, é otimizar esforços e tirar o melhor proveito possível dos recursos disponíveis.

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