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Autor:
Alfried Plöger
Qualificação:
Presidente da Abigraf Regional São Paulo (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) e da Associação Brasileira das Companhias de Capital Aberto (Abrasca)
E-Mail
[email protected]
Data:
01/10/04
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Vocação para Exportar

São Paulo foi responsável por 63% da exportação do setor gráfico no primeiro semestre

Conforme estudo recém-concluído pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), o saldo da balança comercial do setor no primeiro semestre foi de US$ 59,09 milhões, pouco superior ao de igual período de 2003, quando atingiu US$ 58,40 milhões. As exportações alcançaram US$ 111,25 milhões, representando ligeiro decréscimo em relação a 2003 (US$ 112,34 milhões), quando, porém, o setor teve expressivo crescimento nas vendas externas (35,4%). São Paulo foi responsável por 63% dessas exportações, com US$ 70,21 milhões. Os principais produtos vendidos no mercado externo foram cadernos (US$ 28,11 milhões), caixas e cartonagens dobráveis de papel e cartão não-ondulado (US$ 17,70 milhões), jornais empresariais e publicações (US$ 7,42 milhões) e livros, brochuras e impressos (US$ 4,90 milhões).

A performance deve-se a alguns fatores associados, a começar pela atualização tecnológica da indústria gráfica. Dois aspectos, contudo, devem ser evidenciados. O primeiro é a melhoria da qualidade do produto gráfico nacional, também atestada pelos 13 prêmios que acabam de ser ganhos por gráficas brasileiras no Premier Print Awards, promovido pela Printing Industries of America (PIA), dos Estados Unidos, considerado o mais importante do gênero no mundo. O segundo é a constituição e operação do Graphia, o consórcio de exportação do setor gráfico, organizado pela Abigraf Regional São Paulo. Participando de feiras, eventos e realizando profissional e intensa atividade prospectiva, o grupo tem conseguido abrir importantes frentes internacionais.

O segmento de embalagens contribuiu com 47,40% das exportações nestes seis primeiros meses do ano, vendendo US$ 52,73 milhões. Um dos destaques no segmento é representado pelas caixas e cartonagens dobráveis de papel e cartão não-ondulado. Com 35,03% das exportações realizados no primeiro semestre de 2004, o segmento de artigos de papelaria vendeu US$ 38,97 milhões. Somente a comercialização externa de cadernos atingiu US$ 32,42 milhões. Dados recentes de julho de 2004, obtidos no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ratificam os números da Abigraf, revelando que as exportações de cadernos nos sete primeiros meses do ano já alcançaram US$ 37,05 milhões, resultado que superou as vendas externas realizadas ao longo de 2003.

Os números do setor gráfico nos primeiros seis meses de 2004 são mais um exemplo da vocação exportadora da indústria brasileira, que, de aviões a alimentos processados, tem presença crescente em praticamente todos os mercados internacionais, respondendo por cerca de 60% das vendas externas do País. As mais recentes estatísticas da balança comercial demonstram que exportar é uma alternativa imprescindível ao crescimento econômico nacional e para o ingresso do Brasil num círculo virtuoso de desenvolvimento, com equilíbrio entre o aquecimento do nível de atividades e o controle da inflação.

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