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Autor:
Stan Braz
Qualificação:
É diretor presidente executivo do Sintelmark (Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos).
Site:
www.sintelmark.org.br
Data:
02/02/2011
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Desoneração da folha mantém divergências entre empresas e governo

A desoneração da folha de pagamento ainda está na pauta de discussão dos ministérios da Fazenda, Desenvolvimento e Ciência e Tecnologia sem nenhum acordo em comum nos últimos oito anos. Recentemente, entidades que representam dois grandes segmentos se uniram e encaminharam uma proposta sugerindo a redução de tributos e encargos trabalhistas, que se resume em abater a alta carga tributária na folha de pagamento, que é de 36%, sugerindo assim a troca de 20% fixados na folha por uma alíquota entre 2% e 4% no faturamento da empresa.

Para os setores de Tecnologia da Informação e Comunicações, a redução da carga tributária seria uma medida compensadora em função da desvalorização do dólar, o que é uma pretensão ordinária, pois a política cambial prevê o dólar flutuante e em médio prazo podemos ter uma inversão na cotação do dólar, e se pleiteará o que?

Essa alteração da carga tributária seria viável tanto para o governo, que ganharia em cinco anos cerca de R$ 2 bilhões (líquidos) quanto para as companhias de TIC que, com baixos tributos, podem investir na formação na mão de obra especializada.

O Brasil carece de profissionais capacitados principalmente para as áreas de viés técnico sendo que as empresas precisam preparar pessoas para o mercado de trabalho, corrigindo e aprimorando conhecimentos educacionais, muitas vezes básicos, que deveriam ser adquiridos durante o período de ensino formal.

Com isso, grandes partes dos profissionais contratados não estão totalmente preparadas para o mercado de trabalho, pela educação básica deficiente, dessa forma, as empresas precisam investir pesadamente em treinamentos e capacitação antes de colocá-los na linha de frente.

Também devemos observar que incentivando e priorizando os programas de ensino técnico de Tecnologia, mais uma vez cria um grupo de formandos de elite em prejuízo da maior parte dos formados no ensino médio que é a base do primeiro emprego.

Considerando os dados do estado de São Paulo, o segmento de TIC cresceu 9% com faturamento de R$ 5,9 bilhões, em 2010, ou seja, menos da metade da movimentação nacional das empresas terceirizadas de Call Center que, no mesmo período, faturou R$ 10 bilhões

O mercado nacional de Call Center (terceirizado) conta atualmente com 514 mil funcionários e 228 mil PAs (posições de atendimento). Somente no estado paulista, o setor encerrou o ano passado com 400 mil profissionais na área, ocupando 137 mil PAs

Recentemente o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e do Comércio Exterior fechou convênio, em vigor até dezembro de 2012, com entidades do setor com o objetivo de apoiar e capacitar profissionais da indústria brasileira de software e serviços de TI.

É importante ressaltar que 80% dos serviços de TI exportados estão na atividade de Help Desk, que é uma modalidade de Relacionamento com o cliente (Call Center).

Neste sentido o setor de Call Center se posiciona na defesa de não onerar o faturamento, reduzir definitivamente a carga fiscal e estimular o investimento na educação básica.

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