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Autor:
Fabio Arruda Mortara
Qualificação:
Presidente executivo da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG)
E-mail:
[email protected]
Data:
02/12/05
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O Paradoxo da Tecnologia

O ser humano tem avançado enormemente na seara tecnológica em vários setores. Nesse sentido, a indústria gráfica foi um dos segmentos mais impactados pelos avanços promovidos nos últimos vinte anos, que se fizeram sentir sob várias formas. Uma delas foi a própria automatização de processos, antes manuais ou analógicos, substituídos por sistemas digitais ou automáticos,com conseqüências diretas no chão de fábrica. Dentre elas estão o aumento da velocidade nos processos com a decorrente ampliação da capacidade instalada e a democratização do conhecimento.

Outro efeito da evolução tecnológica foi a própria Internet, que surgiu como um meio muito mais ágil de comunicação escrita interpessoal, abocanhando nichos e mercados da indústria gráfica, mas, ao mesmo tempo, oferecendo inúmeras oportunidades de negócios. Essas duas vertentes, somadas ao crescimento muito moderado ou nulo das economias nas nações desenvolvidas e em nosso país, geraram uma imensa capacidade ociosa, que poucos sabem de fato calcular ou estimar. Enquanto são desenvolvidos equipamentos mais rápidos e capazes de trabalhar com formatos ainda maiores, a demanda global por materiais impressos, especialmente impressão convencional no segmento de grandes tiragens, está diminuindo a cada dia.

Tal capacidade ociosa, com subseqüentes margens declinantes, tornou-se exatamente o maior empecilho à capacitação das empresas e à ampla adoção das modernas tecnologias existentes.  Ou seja, os avanços tecnológicos acabaram trazendo dentro de si os elementos contrários à sua própria implantação, de forma paradoxal.

Para fugir desse círculo vicioso, as gráficas têm buscado - e a ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica) as tem apoiado nesse sentido - maior capacitação de seu pessoal, foco principal da VIII Conferência Anual do Giro (Grupo de Impressores em Rotativas Offset), bem como da primeira Conferência Internacional de Normas Técnicas, que reuniu representantes do Grupo Gráfico da ISO, o TC 130, em São Paulo, num reconhecimento da importante instituição internacional do avanço da indústria gráfica brasileira.

Na última Print 05, em Chicago, EUA, um dos principais eventos do calendário internacional do setor gráfico, também o mote dos principais experts foi “como ajudar as gráficas a agregarem valor ao seus produtos, por meio da incorporação de serviços e tecnologias antes não disponibilizados aos clientes”. A criatividade e a habilidade dos profissionais em gerir o negócio gráfico estão, mais de que nunca, colocadas à prova. Tecnologia é essencial, mas é indispensável cuidarmos de quem a está operando.

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