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O Medo da Aposentadoria O assunto aposentadoria normalmente traz um grande desconforto a todos os profissionais, principalmente, pela perda da autoridade que a corporação lhes confere, perda da identidade, de nosso reconhecimento como profissional e até de nosso padrão de vida. Este desconforto faz com que estes profissionais evitem, ao máximo, discutir sobre o assunto, deixando para o momento oportuno essas discussões. Sendo ainda mais enfático, os profissionais abominam a possibilidade de ter que parar um dia, imaginando que este dia esteja muito além de sua visibilidade. Porém, mais cedo do que se imagina, chega a indesejável hora de enfrentar o assunto, que acaba sendo pensado de uma forma apressada e desordenada. Quando começamos a nos aproximar da transição da carreira para a aposentadoria, somos assolados pelos impactos dos desgastes físicos e psicológicos de todas as perdas que enfrentaremos. Estudos mostram que mudanças em nosso corpo, nesta fase, são uma forte ameaça para a auto-estima, pois todas as mudanças físicas trazem impactos psicológicos, já que nosso emocional não tem como separar-se de nosso corpo. Todas as alterações que sofremos, em nosso estado de saúde, em nossa forma física e, mais ainda, a perda de nossa atratividade, em todos os sentidos, muito afetam nossa auto-estima, trazendo-nos um sentimento de inferioridade, levando-nos algumas vezes a nos imaginarmos defeituosos se comparados com os padrões impostos pela sociedade. Os líderes são os que encontram maior dificuldade de administrar as perdas: cargos de liderança trazem muito poder e privilégios e abrir mão de uma quantidade grande de benefícios é bastante difícil. O preparo para enfrentarmos esta fase da aposentadoria trará mais tranqüilidade para vivermos de forma mais prazerosa os mais 20 anos que ganhamos em expectativa de vida, permitindo-nos buscar atividades que tragam realizações em todos os sentidos. As empresas estão sentindo os impactos do envelhecimento da população e, conseqüentemente, de seus colaboradores. Algumas delas, que possuem uma visão de longo prazo, estão movimentando-se para atuarem nas duas situações de maior preocupação dos dias de hoje. Uma das preocupações é prover um acompanhamento dos executivos que, dentro em breve, passarão por uma transição profissional com fortes impactos pessoais. Isso é feito através de programas que definem, claramente, as datas de corte, quando exatamente os profissionais deverão deixar suas posições, e que preparam este momento de saída, utilizando métodos que minimizam o impacto, com reduções de carga horária desses profissionais, possibilitando que eles tenham tempo de se dedicar à preparação e definição dos passos que vão guiar suas próximas atividades. Outro ponto de atuação das corporações é o de criar programas de aproveitamento desses profissionais como consultores, com possibilidade de mantê-los prestando serviços, mesmo que em tempo reduzido, aproveitando sua experiência por mais tempo dentro das empresas. Já existem vários exemplos de empresas que puderam aperfeiçoar os processos de aposentadoria de seus principais executivos, incentivando-os a se prepararem através de um planejamento financeiro e pessoal, para que continuem a desenvolver atividades que permitam a continuidade de sua realização profissional e, mais diretamente, pessoal. Recomendamos que sejam efetuados, muito mais sistematicamente do que estamos acostumados, investimentos em relacionamentos mais duradouros, pois estaremos colhendo resultados muito mais consistentes, decorrentes dos momentos mais intensos construídos durante nossa vida profissional, que levaremos para nossas atividades posteriores às profissionais. É uma mudança de valores: deixamos de falar apenas em busca de resultados, e passamos a um maior compartilhamento de amizades e relacionamentos. |
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