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Autor:
Fábio Melchert
Qualificação: Procurador da Fundação Faculdade de Medicina de São Paulo e Membro do Conselho de administração da Associação dos Amigos Especial da Lapa - AAEEL.
E-mail: [email protected]
Data:
05/09/06
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Os Custos não tão Visíveis das Redes Lentas

Hoje, muitas empresas procuram de várias formas aumentar a eficiência, reduzir riscos e, sobretudo, reduzir custos. Neste último aspecto, muitas se focaram mais nos custos de aquisição e forma de contratação, enquanto outras começaram a entender melhor seus próprios custos de propriedade.

Manter os custos operacionais em um nível razoável é crítico para qualquer organização. Parte destes custos é bem visível, porém há uma parcela importante que pode passar despercebida.

O downtime - ou tempo de rede parada – é um exemplo claro de custo facilmente detectado pelas empresas, que acabam sentindo o gostinho amargo de uma rede indisponível. Para muitos, o downtime, por si só, já é razão de pânico. Grande parte dos negócios já está disponível na web e dela muitas empresas dependem, mesmo as que não são tão adeptas ao comércio eletrônico.

Assim como a disponibilidade da rede é essencial, há um outro aspecto, o qualitativo, que também é fundamental. Este aspecto é menos perceptível sob o prisma de custos, mas devastador quanto ao que chamamos de experiência dos usuários. Um exemplo é a chamada rede lenta ou slowtime, que acaba sendo o tempo gasto pelos usuários enquanto esperam que uma determinada operação de rede seja realizada.

No quadro a seguir, o custo do slowtime foi calculado em uma empresa com 400 funcionários, com 97% de disponibilidade de rede. Para chegar ao número final, é necessário aproximar o custo médio do funcionário e, a partir daí, são apenas contas. O resultado deste exercício, que pode ser repetido com os números de qualquer empresa, demonstram que o custo com o slowtime é maior que o custo com o downtime. Porém, grande parte das companhias não percebe ou contabiliza tais custos.

O problema está na qualidade da infra-estrutura de rede que a empresa optou por instalar, que é a base de todos os demais investimentos realizados nas redes. O cabeamento estruturado é o caminho pelo qual trafegam todas as informações corporativas. Ele responde, em média, por apenas 5% dos investimentos, mas causa 50% dos problemas de rede. Além disso, possui tempo de vida útil superior a 10 anos, sendo, portanto, uma escolha crítica para as empresas.

Hoje, existem padrões nacionais e internacionais bem definidos para as redes estruturadas, que têm sua performance classificada por categoria. As duas categorias mais presentes são a Categoria 5E (ou CAT 5E) e a Categoria 6 (ou CAT6).

Embora a CAT5E seja amplamente utilizada, possui apenas metade da banda passante que a CAT6, quando consideradas as freqüências de especificação. Além disso, a CAT 6 é duas vezes mais imune às interferências que a CAT5E, segundo o padrão normativo TIA 569 A.

A CAT6 é recomendada por órgãos normativos como o IEEE 802.3 af, que especifica a alimentação de dispositivos de pequena potência pelo próprio cabeamento estruturado e é muito importante nas implementações de telefonia IP, e pela recente norma de Data Centers, a TIA 942.

Como a escolha entre CAT6 e CAT5E se relaciona com o problema do slowtime?

Demonstração realizada pela SYSTIMAX Solutions evidenciou que uma rede com apenas 1% de retransmissões compromete a velocidade de rede em até 80%. Isto significa que uma rede que deveria funcionar em 100 Mbps funciona em apenas 20 Mbps. As causas destas retransmissões podem ser erros na transmissão, em parte vinculados à qualidade do cabeamento instalado.

Um estudo comparativo com 20 transmissões de um mesmo arquivo de 2 Mbps em sistemas de cabeamento de CAT5E e CAT6 apontou diferenças significativas. Ao utilizar a categoria CAT5E, o arquivo trafegou, em média, a 0,90 Mbps e o tempo de transmissão médio foi de 17,72 segundos. Já no sistema de cabeamento CAT6, a velocidade média foi de 82,75 Mbps e o tempo médio caiu para 0,19 segundos.

Muitas empresas focam excessivamente nos custos de aquisição de infra-estrutura de rede e não percebem que esta é uma escolha com a qual terão que conviver por anos e que pode gerar custos invisíveis como o slowtime.

A escolha adequada de infra-estrutura possibilita manter sob controle os custos de slowtime associados ao cabeamento, ao mesmo tempo em que prepara as redes de empresas para as tecnologias emergentes.

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