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Autor:
Paulo Pandjiarjian
Qualificação: Jornalista e diretor-geral do Conselho Empresarial Brasil-Peru
E-mail:
[email protected]
Data:
05/12/06
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O Encontro dos Presidentes do Brasil e Peru

O presidente do Peru, Alan García, esteve em Brasília no dia 09 de novembro, em visita oficial ao Brasil, de importante caráter estratégico. A idéia é avançar na ousada agenda bilateral esboçada no encontro que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho passado. O eixo dessa cooperação passa por escancarar o mercado peruano aos capitais e produtos brasileiros, concluir os projetos de integração física e aprofundar a aliança entre a estatal peruana Petroperú e a Petrobras, para a exploração de gás e petróleo. Além disso, os acordos incluem iniciativas comuns nas áreas social, educacional, de biotecnologia, saúde e defesa.

Alan García foi recebido com honras de Estado. Ele veio acompanhado de uma comitiva de peso, que contou com o chanceler José António García Belaúnde, e os ministros Allan Wagner (Defesa), Juan Valdivia (Minas e Energia), Verônica Zavala (Transportes), Mercedes Aráoz (Comércio Exterior e Turismo), Hernán Garrido-Lecca (Habitação e Saneamento) e Susana Pinilla (Trabalho e Promoção do Emprego). Além de se encontrar com Lula, que o homenageou com almoço no Itamaraty, García foi recebido em sessão solene do Congresso Nacional. No dia seguinte, 10 de novembro, foi a São Paulo, onde se reuniu com empresários do Conselho Empresarial Brasil-Peru e da indústria paulista na Fiesp.

De acordo com os dados do Itamaraty, as trocas comerciais aumentaram 129% nos últimos quatro anos. O volume comercial entre o Brasil e o Peru passou de US$ 653 milhões, em 2002, para R$ 1,5 bilhão, nos primeiros nove meses de 2006. No fim de setembro, a Petroperú e a Petrobras assinaram um acordo para aumentar a participação brasileira no mercado peruano. O acordo foi firmado pelo presidente da Petroperú, César Gutiérrez – que esteve reunido com os empresários do Conselho Empresarial Brasil-Peru, e da Petrobras, Sergio Gabrielli, e permitirá à empresa brasileira participar em atividades de exploração de hidrocarbonetos, refino e modernização das instalações da petrolífera peruana.

A Petrobras pode também entrar no crescente mercado de gás peruano por meio de postos de gás natural veicular (GNV) e construir uma petroquímica. Para o chanceler peruano, a relação entre os dois países tem tudo para se aprofundar. “Ambos os países têm visão muito clara de que nos completamos e que somos o eixo da construção do espaço sul-americano”, disse García Belaúnde. Em 2005, Peru e Brasil deram início à construção da rodovia interoceânica, de mais de 2.500km, que ajudará no escoamento da exportação brasileira pelo Oceano Pacífico e da exportação peruana pelo Atlântico.

Essa rodovia tem sido pleiteada pelos empresários do Conselho Empresarial Brasil-Peru desde 1997 e nos três Fóruns Empresariais Brasil-Peru, realizados em 1998 (São Paulo), em 1999 (Lima) e em 2001 (São Paulo).

Esperamos poder retomar essas importantes atividades empresariais no início de 2007, que será um ano marcante para o incremento das relações comerciais entre Brasil e Peru.

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