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Autor:
Roberto Folgueral
Qualificação: Especialista nas áreas Contábil / Financeira / Administrativa / Econômica.
E-mail:
[email protected]
Data:
06/02/2008
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A Estratégia da Empresa Baseada na Contabilidade

Roberto Folgueral*, consultor da DS Consultoria, mostra que a contabilidade não é apenas necessária e sim estratégica segundo a nova Lei 11.638/2007 

Poder-se-ia resumir a Contabilidade, como é conhecida pelos leigos, como sendo um sistema de informação e de controle.

Como poderíamos entender um sistema de informações e de controle que desinformasse ou na melhor das hipóteses fornecessem informações inadequadas? Difícil de aceitar ou até mesmo acreditar nesta possibilidade, mas é assim que a Contabilidade é tratada. Esse tratamento possivelmente é derivado da baixa qualidade do ensino desta ciência em várias escolas espalhadas pelo País, onde encontramos poucos contadores ensinados.

Vivemos em um mundo globalizado e por falar em globalização e ensino em alguns países do chamado "primeiro mundo" o curso de contabilidade se estende por sete anos, onde a maioria dos outros cursos de humanidades tem duração de "apenas" três anos. 

É evidente que um contador deverá ter conhecimentos generalistas de todo o ambiente da empresa (fornecedores, clientes, governo, empregados, etc). E como adquirir todo este conhecimento, colocando-o a serviço das empresas clientes? Este é o grande problema que os CRCs já algum tempo vem trabalhando que é a Educação Continuada. O Conhecimento "envelhece" com muita rapidez.

Podemos afirmar, sem dúvidas de errar, que o conhecimento adquirido em salas de aulas de um curso de graduação perderá em menos de três anos após a conclusão daquele. Mas, o objetivo deste artigo não é a educação e sim um Projeto de Lei que tramitou em nossa Câmara de Deputados por mais de sete anos (e olha que sete neste caso não é conta de mentiroso), que prevê serem as informações contábeis transparentes e...reais.

Parece absurdo, mas não é: elaborar uma Lei para que se obrigue a fazer o que se é preparado, pelas escolas, de fazer. Seria mais ou menos, como dizer que um engenheiro deverá construir uma ponte que não deverá cair! Ora, é no mínimo estranho, não estou criticando o PL3741 só acredito que é obvio e que deveria trazer, também punições severas ao profissional que não cumprisse o que está previsto nos Princípios Contábeis Geralmente Aceitos. Estes princípios são universais, portanto atendem as exigências da Globalização.  

Acredito, ainda ser muito importante a CVM conhecer todas as empresas e não somente aquelas cujo faturamento seja superior a R$ 300 milhões.

Voltando à Contabilidade como sistema de informações padronizado universalmente, só podemos aceitá-lo como sendo um órgão emissor de informações REAIS. Podemos segregar as informações em dois níveis: INTERNO e EXTERNO: interno para a tomada de decisões de seus administradores; externo para uso do Governo, Bancos, Fornecedores, Clientes Empregados, etc. Vejam em quaisquer das situações (interno ou externo) não há do que se falar em informações INEXATAS ou IRREAIS, seria um absurdo ter-se esse entendimento, pois seriam informações...INÚTEIS e ninguém investiria para ter um resultado inócuo. 

Podemos citar somente para ilustração o advento do Lucro Presumido que gerou ERRONEAMENTE o ideário popular de que não é obrigatória a escrituração contábil nas empresas que encontramos como realidade na maioria das empresas Pequenas e Médias, assistidas por "profissionais de contabilidade" (diferentes de Contabilista).

Esperamos que esse PL3741/00 que se transformou em Lei Ordinário número 11.638/2007 publicada no DOU de 28/12/07, realmente surta os efeitos desejados e esperados, notadamente no que tange a conscientização dos envolvidos, quer sejam eles autoridades e ou simplesmente usuários da contabilidade, como profissionais ou administradores gestores. E que seus efeitos sejam estendidos a todos os empreendimentos em nosso País, público ou privado, de qualquer tamanho ou dimensão e que possa existir alguma forma de compensação tributária às empresas que adotá-lo em sua plenitude e possam gerar informações confiáveis, para que nossa economia seja transparente podendo atrair investimentos de outros paises.

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