.
Autor:
Stewalter Soares Moraes
Qualificação: Contabilista, administrador de empresas e diretor da SHAMAR – Consultoria em Recursos Humanos
e-mail:
[email protected]
Data:
06/05/2008
As opiniões expressas em matérias assinadas não refletem, necessariamente, a posição do Empresário Online. Proibida a reprodução sem a autorização expressa do autor.

O trabalho como fonte de alegria e auto-realização

A palavra “trabalho” tem sua origem no vocábulo latino “tripaliu”, que denominava um instrumento de tortura usado pelos antigos romanos. Por outro lado, em algumas religiões, o trabalho está associado a um castigo divino, aplicado ao ser humano por causa de sua desobediência. Ao longo da História, encontramos episódios em que homens escravizavam outros homens, obrigando-os a trabalhos forçados e em condições desumanas.

Seja como for, fica claro que, em algumas culturas, inclusive na nossa, o trabalho está relacionado com castigo, tortura e serviços forçados.
E isso está tão arraigado ao imaginário coletivo que é comum as pessoas dizerem que se ficassem ricas seria maravilhoso, pois nunca mais teriam que trabalhar. Ou ainda que fulano que é esperto, pois ganha sem fazer nada, e outras frases do gênero.

Concordo que em algumas empresas, o clima é tão pesado e ruim que realmente é um castigo trabalhar. Muitas vezes, chefias arrogantes e despreparadas, que continuam vivendo na época do “faça o que eu mando e não faça o que eu faço”, ou “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, oprimem e humilham seus colaboradores, como faziam os antigos capatazes nas senzalas.

Entretanto, cabe a cada um de nós romper com este modelo mental distorcido e equivocado. É papel fundamental das empresas desenvolver e motivar seus colaboradores, para que sintam prazer pelo que fazem, aprendam a trabalhar em equipe e sejam reconhecidos pelos resultados alcançados, mesmo que seja apenas com elogios e agradecimentos.

Na família, os pais precisam enaltecer o valor do trabalho honesto e as conquistas advindas do esforço pessoal, através dos estudos, da aplicação e do bom desempenho.

Acima de tudo, a valorização do trabalho vai ocorrer quando cada colaborador, independente de seu nível hierárquico, do presidente da empresa ao aprendiz, assumir o comportamento de excelência, o compromisso de dar o melhor de si, de superar as expectativas de seu desempenho. Quem diz que trabalha pouco porque ganha pouco, nunca vai receber mais do que merece.

E o que dizer dos voluntários que trabalham por amor ao próximo, sem qualquer retribuição financeira, nas ongs, entidades filantrópicas, clubes de serviços, etc. Contam que um empresário, em visita à Madre Tereza de Calcutá, presenciou-a banhando uma pessoa doente em seu leito e teria dito que por nenhum dinheiro no mundo ele teria coragem de fazer coisa semelhante, ao que a doce madre lhe disse “Eu também não, por dinheiro nenhum ...” e continuou realizando o seu trabalho de amor ao próximo.

Marco Aurélio Viana, consultor e conferencista, costuma dizer, contrariando alguns dogmas religiosos, que Deus não castigou o ser humano com o trabalho. Pelo contrário, foi um presente. Na verdade, Deus terceirizou a criação. Foi a primeira franquia que se tem notícia na humanidade. Assim, o trabalho é a forma de nos aproximarmos de Deus, de criar, de viver do próprio sustento, de transformar o meio em que vivemos. Ao invés de nos fazer depender eternamente das benesses celestiais do Jardim do Éden, o Criador nos concedeu a liberdade e a auto-suficiência para trabalhar, construir e conquistar os nossos objetivos.

Portanto, parabéns a todos que não encaram o trabalho como castigo ou obrigação, mas como fonte de prazer, alegria, auto realização e independência.

.

© 1996/2008 - Hífen Comunicação Ltda.
Todos os Direitos Reservados.