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Autor:
Luigi Nese
Qualificação:
É empresário e presidente da CNS – Confederação Nacional de Serviços
Site:
www.cnservicos.com.br
Data:
07/05/2010
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Indutores do crescimento

Os momentos decisivos revelam a capacidade de reação dos setores da economia. Um teste importante foi a crise financeira mundial de 2009, que causou impacto negativo no início do ano, seguido de um início de recuperação logo depois. Entre as duas pontas do processo, o revés e a retomada, o balanço anual manteve o PIB praticamente estável, já que encolheu 0,2% em relação a 2008. Mas a agropecuária caiu 5,2% e a indústria teve menos 5,5% de desempenho. Já o setor de serviços revelou-se o indutor da recuperação e do crescimento da economia brasileira no segundo trimestre, com destaques nos sub-setores Intermediação Financeira e Seguros (6,5%), Outros serviços (5,1%) e Serviços de Informação (4,9%).

O motivo principal dessa performance é o dinamismo do nicho que representamos, que com os desafios ganha em flexibilidade. Trafegamos com desenvoltura nos empreendimentos sob o impulso da inovação tecnológica e das mudanças de paradigmas na gestão corporativa. Mas, como manter a atuação produtiva com o mínimo de prejuízo e com o máximo de acertos nas projeções de cenários?

Temos certeza que a contribuição do setor irá se intensificar, para que o destaque alcançado pelo Brasil se consolide no jogo internacional e, internamente, possamos fazer da prosperidade um objetivo de largo espectro social. Por isso desenvolvemos propostas para que haja uma política de investimentos à altura da nossa potencialidade e realidade. É fundamental que existam linhas de financiamento para o desenvolvimento dos negócios na área. Essa medida deve ser acompanhada por outras duas, tão importantes quanto ela: a desoneração da folha de pagamento e um intenso programa de qualificação profissional e o consequente aumento na geração de empregos.

O estudo efetuado pela FGV sob encomenda da CNS para desonerar a folha de pagamento propõe o fim da contribuição patronal de 20%, que será substituída por uma contribuição sobre movimentação financeira com uma alíquota de 0,69%. Essa medida trará repercussão macroeconômica significativa, como o aumento do PIB em cerca de 1,65% e de emprego de 1,60%, além da diminuição do índice de preços em 0,75%.

Com isso, haverá grande quantidade de benefícios, multiplicando o impacto já verificado no crescimento nesta década. Em 2008, por exemplo, as atividades de serviços privados, excluídas os dados de comércio, representaram 32,8% do PIB brasileiro, ou R$ 945 bilhões. Quanto poderia reverter para a sociedade, na forma de distribuição de renda e de geração de novos negócios, toda essa massa de recursos com uma nova estrutura de tributação do emprego?

Poderemos, com esse tipo de providência, repetir e aumentar o sucesso alcançado. Se pegarmos apenas as contribuições patronais para o INSS e o FGTS, o volume arrecadado teve um crescimento de 56,3% em oito anos, ou seja, de R$ 24,7 bilhões arrecadados em 2000 para R$ 46 bilhões em 2008. Em 2006, foram pagos R$ 255,5 bilhões em salários no setor, equivalente a 10,8% do PIB brasileiro naquele ano. Foram gerados mais de 6 milhões de empregos – o número saltou de 25,5 milhões, em 2000, para 31,4 milhões, em 2008, o que representa um crescimento de 13,6%.

Esses são os dados de um setor que cresce em sintonia com os países desenvolvidos, e poderá melhorar seu desempenho para o bem do desenvolvimento do nosso país, economicamente, socialmente, com aumento de emprego, do nível salarial e profissional.

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