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Autor:
Deusmar Queirós
Qualificação:
Fundador e presidente das Farmácias Pague Menos.
Site:
www.pmenos.com.br
Data:
09/06/2014
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Orgulho de ser Brasileiro

Nasci em maio de 1947, em Amontada, interior do Ceará, cidade com menos de 3 mil habitantes, sem escola ou qualquer tipo de infraestrutura onde seus filhos pudessem vislumbrar um futuro melhor. Em 1954, meu pai, um pequeno comerciante, mudou-se com a pequena família para capital com o objetivo de colocar o seu filho único na escola e um dia ser um doutor. Aos sete anos comecei a trabalhar vendendo frutas de porta em porta para ajudar a pagar a escola.
 
Meu pai me dizia quanto custava cada dia de aula e que, se possível, deveria sobrar um pouquinho para ajudar na compra dos livros, da farda e do único par de sapatos. Aprendi a fazer contas muito cedo, quanto valia cada centavo e nunca mais parei de trabalhar, o que não me impediu de realizar o sonho do meu pai me ver formado em Economia pela Universidade Federal do Ceará.
 
Passei minha infância e adolescência no pequeno comércio até que veio o primeiro emprego formal, na IBM do Brasil. Fui professor universitário, entrei no mercado financeiro, montei a Bolsa de Valores do Ceará e, em 1977, aos 30 anos, constituí a minha primeira empresa, a Pax Corretora de Valores. Em 1981, dei início ao meu sonho de adolescência: o de ser um empreendedor varejista. Montei a Pague Menos, primeira rede do varejo brasileiro presente em todos Estados, inclusive no Distrito Federal, contando hoje com 700 lojas, mais de 17 mil colaboradores diretos e faturamento superior a R$ 4,4 bilhões.
 
Ao completar 60 anos de trabalho ininterrupto, considero-me uma pessoa bem sucedida. Não pelo fato de a revista Forbes, na edição de agosto de 2013, ter me colocado como o 46º homem mais rico do Brasil, e sim pelo sucesso obtido nos segmentos mais importantes para o ser humano, quais sejam: o sucesso na família, na saúde, profissional, social e espiritual. Com as bênçãos de Deus e a ajuda da minha querida esposa, Auricélia, com quem convivo há 42 anos, construímos uma bela família com quatro filhos e 14 netos. Tenho orgulho da minha trajetória e, de uma forma toda especial, sempre tive muito orgulho de ser brasileiro. Vivi intensamente os últimos 50 anos. Vi o Brasil atravessar grandes desafios: revolução, inflação galopante, planos econômicos, problemas políticos de toda ordem, mas nunca deixei de amar o nosso país. Viajo muito pelo Brasil e para fora dele e a cada retorno constato que realmente o Brasil é um país “abençoado por Deus e bonito por natureza”.
 
Poucas semanas após o fatídico 11 de setembro, estive nos Estados Unidos, inclusive fora de Nova York, e presenciei uma nação unida com bandeiras nas janelas como nunca tinha visto. Confesso que voltei com um sentimento de inveja, pois é indiscutível reconhecer que nós, os brasileiros, amamos nosso país, mas não demonstramos, a não ser quando somos confrontados por estrangeiros, principalmente argentinos. O Brasil vive uma página da sua história “como nunca antes se viu neste país”. Imprensa livre, judiciário independente, corruptos indo para cadeia. Investimentos em todos os setores; siderúrgicas, refinarias, estradas, ferrovias, portos e aeroportos. O país é um verdadeiro canteiro de obras públicas e privadas. Em breve será o celeiro do mundo, maior produtor de proteína animal, de soja e anualmente batemos recordes na produção de grãos.
 
Há pouco tempo, um de nossos ex-presidentes da República alimentava o desejo de que o salário mínimo correspondesse ao valor de US$ 100. Hoje, é mais de US$ 300. Há dez anos, para se comprar um carro popular – um Gol 1000, por exemplo –, se pagava mais de 150 salários mínimos. Hoje se paga menos de 50. Estamos com o menor índice de desemprego da nossa história e um dos menores do mundo. Mais de 40 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza absoluta e passaram a ter acesso a bens e serviços, antes desejos de difícil realização. Não sou filiado a nenhum partido. O meu partido é o Brasil S/A e é pela sua brava gente que tenho orgulho de ser brasileiro.
 
Escrevo esta mensagem por dois motivos. Primeiro motivo: para registrar a minha insatisfação em ver pessoas do bem, cidadãos de boa índole que, por falta de informação, estão sendo influenciados a apoiar vândalos; marginais, que a título de reivindicar seja lá o que for, destroem o patrimônio público e privado. Ressalte-se. Não sou contra as manifestações. Também concordo que devemos reivindicar mais investimentos em saúde, educação, habitação e segurança, mas existe a forma correta de ser feita, ordeira, sem destruir o que foi construído com tanto sacrifício. Até porque, seja qual for o bem, este não é do governante ou do partido e sim de todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para sua construção. A hora boa do protesto é no dia 5 de outubro, quando formos escolher os nossos representantes, exercendo o democrático direito do voto. Segundo motivo: se o brasileiro é apaixonado por samba e futebol, a sua primeira paixão deveria estar focada em receber bem a todos que vem a nossa casa. O brasileiro é conhecido no mundo inteiro como um povo alegre e acolhedor, sempre pronto a dar uma informação com o sorriso que encanta.
 
Países menores que o Brasil recebem até dez vezes mais turistas que nós. Chegou a hora de mostrarmos as nossas belezas naturais, o nosso bom humor, a nossa hospitalidade. Desejo fazer um apelo aos nossos mais de 8 milhões de clientes, seus familiares e aos demais brasileiros para fazer uma trégua e torcer pela seleção brasileira de tal forma que todos juntos, de peito aberto e o coração a gargalhar, possamos cantar... EU SOU BRASILEIRO/COM MUITO ORGULHO/COM MUITO AMOR ÔÔ.


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