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Autor:
Francisco Carlos Júlio Pinghera
Qualificação:
Presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto
E-mail:
[email protected]
Data:
10/02/05
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Prestadores de Serviço são a Bola da vez na Guerra Contra os Impostos

Só será possível gerar empregos e renda quando for possível criar novas empresas e manter as que já existem em funcionamento. O governo atual chegou ao poder com a promessa de criar 10 milhões de empregos. Mas, como será alcançada esta meta? Como criar milhões de postos de trabalho se a carga tributária já ultrapassou todos os limites e é a grande responsável pela falência das empresas?

Além dos infindáveis impostos municipais, estaduais e federais que espremem todos os cidadãos, em especial os empresários, o governo vem tomando algumas medidas, no mínimo, irresponsáveis. A edição da medida provisória 232, no dia 30 de dezembro de 2004, foi o golpe final para incendiar ainda mais um movimento de protesto que está unindo os empresários de norte a sul do país.

Enquanto o ano de 2004 dava seus últimos suspiros, o governo editou uma MP que reajusta a tabela do Imposto de Renda em 10% e, em contrapartida, aumentou de 32% para 40% a base de incidência da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e o IR para prestadores de serviços que usam o lucro presumido para calcular tributos. Foi a cartada final.

O coro dos empresários está sendo engrossado por todos os prestadores de serviço do país e por alguns profissionais que só agora, por força de lei, estão sentindo o peso da carga tributária do país, como os médicos de alguns planos de saúde que foram forçados a abrir empresas para manter-se na profissão.

Uma categoria que já estava sufocada por uma carga tributária massacrante decide agora declarar guerra aos impostos. Uma ação nacional, idealizada pela Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de São Paulo (FACESP) resultou, no ano de 2004, em um movimento para aglutinar todos os cidadãos, que muitas vezes não têm consciência de que também são vítimas da carga tributária. O Feirão dos Impostos percorreu as principais cidades do Brasil para mostrar à população o percentual de impostos incidente no preço dos produtos da cesta básica.

E o movimento não pára por aí. A partir de março deste ano, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) vai lançar uma campanha publicitária contra a excessiva carga de impostos. Enquanto isso, a entidade já criou um site (www.contribuitecidadao.org.br) para mostrar o peso dos impostos na vida dos brasileiros.

A idéia é formar uma massa homogênea de cidadãos que una-se ao coro dos empresários para exigir uma postura do governo federal, que tanto defende o crescimento econômico do país. Se não é possível retroceder nesta montanha russa dos juros, que pelo menos nos respondam: o que será da classe empresarial brasileira?

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