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Autor:
Glauco Pinheiro da Cruz
Qualificação: Contador e diretor do Grupo Candinho Assessoria Contábil Ltda
e-mail:
[email protected]
Data:
11/04/2008
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O discreto escudeiro da empresa

Guias de pagamentos, informações sobre tributos e prazos. Quando o office-boy bate à porta da empresa entregando ou cobrando documentos, o empresário inevitavelmente faz cara feia para o moço, que apenas está cumprindo a sua função de discreto escudeiro dos interesses da empresa.

A cultura brasileira rotulou o profissional da contabilidade como o “cobrador”, mas hoje o contador é peça fundamental, uma espécie de braço direito, para o sucesso de um empreendimento. É por meio da contabilidade que o empresário consegue ter uma visão global da saúde financeira do seu negócio e saber o melhor momento para investir ou poupar.

Sem essa visão geral da situação, os tributos e impostos que devem ser pagos ao governo, a começar pela escolha do sistema de tributação e enquadramento mais adequado, acabam se transformando em “gargalo” para a expansão. E a perda do controle é o primeiro passo para uma inadimplência crônica e até para a falência.

Por isso, o profissional de contabilidade é, mais do que simplesmente um cobrador de tributos, um consultor. Juntamente com o empreendedor, ele pode alinhar estratégias, mostrando qual o melhor caminho para a redução de custos. Em geral, o empresário está tão preocupado com compras e vendas, prazos de entregas e relacionamento com os clientes, sempre voltado à melhor forma de gerir sua empresa, que esquece os tributos e que há situações em que pode também enxugar custos fiscais e trabalhistas.

As constantes mudanças nas normas não são nada fáceis para os empreendedores, especialmente os pequenos e médios, que em muitos casos não sabem fazer a melhor opção diante de regimes tributários como Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real. São “nós” difíceis de desatar sem a figura do contador, que avalia o perfil da empresa e dá as opções mais corretas.
A Receita Federal, cada vez mais apoiada em sofisticados sistemas de acompanhamento de todas as atividades econômicas, não permite deslizes. Qualquer pagamento atrasado ou tentativa de sonegação pode se transformar em tremenda dor de cabeça. E raramente o Fisco aceita explicações que não sejam técnicas. Em casos de inadimplência, não adianta reclamar ou tentar desfiar um rosário de justificativas.

Por isso, é imprescindível que o executivo planeje seu orçamento, conheça os passos a serem dados e os gastos com mudanças na legislação. É preciso estar atento e ter alternativas para situações que não previstas. Quando a questão é a adequação à determinada lei, não há motivos para desespero. Basta agir com orientações precisas. Ou seja, numa visão futurista, os escritórios de contabilidade passarão a ser chamados a participar das reuniões estratégicas das empresas, por serem também responsáveis pela saúde financeira das organizações.

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