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Autor:
Ronald Peach Jr.
Qualificação:
Presidente do POPAI-Brasil
E-Mail
[email protected]
Data:
14/05/04
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O mundo vai se abrir para o Brasil

Como pequeno empresário, sempre foquei meus negócios no mercado brasileiro. Durante 15 anos, atuamos na fabricação de material promocional para o ponto-de-venda, como supermercados, shopping centers e lojas de conveniência. Tudo ia muito bem até a virada do milênio e uma seqüência inacreditável de bombardeios que sacudiram o mundo e particularmente o empresariado nacional.

Se Nostradamus previu o fim do mundo, talvez tenha errado na forma, mas acertou em cheio no conteúdo.

Vimos a chegada do apagão, da crise argentina, do atentado de 11 de setembro, de uma guerra, de escândalos internacionais no balanço de mega-empresas e a quebra de outras. Vimos a chegada de um novo governo que representava uma mudança radical e que infelizmente, com raras exceções, se mostrou forte no discurso e fraco nas ações.

Independentemente disso, todos nós temos de viver e prosperar. De nada adianta ficarmos paralisados, olhando o rombo se abrir, nem nos comportarmos como um exército de desesperados. O que tirará o Brasil da lama será a ação e organização em todos os níveis.

Se não podemos esperar muito do governo, que possui um apetite arrecadatório que nos lembra o xerife de Nottingham, podemos provar a enorme competência do pequeno empresário brasileiro, já acostumado a sobreviver em ambientes inóspitos.

E exportar é, sem dúvida, o grande caminho. Primeiramente, porque nossos preços estão muito baixos se em 1998 o câmbio estava 1:1, hoje está 1:3. Descontada a inflação, nossos preços hoje são menos da metade dos equivalentes internacionais. E em segundo lugar, o Brasil possui um parque industrial invejável, com qualidade reconhecida e jogo de cintura idem.

Basta, portanto, adotarmos uma postura mais agressiva e irmos para o mundo, sem medo de vencer. Temos de formar uma aura de respeitabilidade para os produtos e empresas brasileiras.

Pela segunda vez em menos de um ano, o POPAI-Brasil - Associação Brasileira de Merchandising -organizou uma caravana com seis empresas do setor de merchandising de ponto-de-venda e expôs fora do país, desta vez no Globalshop, em Las Vegas.

Os preços dos stands foram negociados em bloco, bem como o embarque dos materiais e passagens, representando notável economia para o grupo. Todos nos ajudamos, dentro de um sentimento associativo e de esperança comum. Foi montado o Brazilian Pavilion, cheio de bandeiras brasileiras, o único do gênero em todo o evento. Recebemos a visita de empresas da Alemanha, Argentina, Austrália, Costa Rica, Índia, Inglaterra, Nicarágua, México, Porto Rico e logicamente, dos Estados Unidos.

Se é cedo para comentar os resultados, que estão amadurecendo, podemos ao menos comentar o que vimos: existe um mundo lá fora, com consultas gigantescas, mercados fortes e dinheiro rodando. Para quem já viu dias melhores, é como tirar um peso de 100 toneladas dos ombros. Devemos acreditar neste sonho e aproveitar a oportunidade, o mundo vai se abrir para o Brasil.

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