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Autor:
Monique Conde
Qualificação:
Analista de marketing da Inrise Consultoria.
Site
www.inriseconsultoria.com.br
Data:
14/09/2015
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De quem é a culpa?

Reclamações a respeito do desenvolvimento dos colaboradores são freqüentes entre os advogados. Relatório errado, prazos atrasados, falta de motivação e falta de envolvimento do colaborador com os projetos são os principais fatores que afetam diretamente o crescimento do escritório como um todo.

A questão é que muitos sócios se esquecem de perguntar qual o motivo da aparente queda de produtividade e falta de atenção por parte de seus colaboradores, e, em contrapartida, muitos funcionários não se sentem a vontade de expor as dificuldades para seus gestores, ora por medo da resposta ora por receio baseado em experiências passadas frustradas.

Então, de quem é a culpa?

Veja bem, não estou querendo jogar a culpa nem para o colaborador ou somente para o empregador, pois sabemos que existem muitas pessoas que preferem só reclamar ao invés de tomar uma atitude positiva e cobrar de seu empregador uma posição, um feedback.

Esta falta de diálogo entre empregador e colaborador faz com que muitos chefes acreditem que a solução está em enviar “o problema” para um curso ou evento, esperando que ele retorne mais motivado para produzir mais. O resultado é que, durante os primeiros dias, obviamente os funcionários retornam mais motivados de fato, cheios de ideias para aplicar dentro de seu departamento, ou mesmo em sua rotina diária, inspirando até outros colegas. Porém ao apresentar tais novidades ao gestor, ou o próprio chefe, logo são barrados por uma série de questões burocráticas e lentas, que os impedem de colocar as ideias retiradas do “treinamento” oferecido pelo próprio escritório, em prática. Ou seja, o curso ou evento que antes era para gerar motivação, gera frustração.

E o resultado desta ação vai por água abaixo, pois os colaboradores desmotivados tendem a ter menor comprometimento com as metas da organização e maior intenção em sair da empresa.

O primeiro passo para a melhoria do diálogo entre empregador e colaboradores é estimular de maneira positiva a troca de feedback. Ao pé da letra, a palavra feedback em inglês significa: “alimentar de volta”, ou seja, críticas construtivas são bem-vindas. Todo mundo necessita saber o que está fazendo de certo ou errado para dar melhor direcionamento em suas tarefas.

Para Eugênio Mussak, autor do livro “Com gente é diferente – inspirações para quem precisa fazer gestão de pessoas“, dar o feedback é “uma manifestação de respeito e afeto, e, antes de tudo, uma demonstração de inteligência interpessoal“.

Segundo a especialista Eva Hirsch Pontes, coach executiva, o que falta aos chefes, é a escuta empática, que significa ir para o lugar do outro, sem se perder de si mesmo.

Os chefes precisam aprender a ouvir, inclusive a interpretar gestos e expressões corporais, a processar as informações coletadas, suspendendo qualquer tipo de julgamento, e só então dar uma resposta. Entenda que aqui não é somente discordar ou estar de acordo, e sim responder o porquê não concorda e o que o motivou a tomar outra resolução que não a indicada pelo colaborador.

Um recente estudo realizado com cerca de 1200 profissionais de cargos de liderança e colaboradores, demonstrou que os colaboradores se sentem mais motivados, confiantes e valorizados quando são ouvidos por seus chefes e gestores.

Uma maneira de estimular esta busca pelo feedback, são reuniões que podem ocorrer individual ou coletivamente, podendo ter periodicidade semanal ou mensal, de acordo com a estrutura do escritório. Estas reuniões poderão servir também como uma forma de treinamento interno, fazendo com que o colaborador entenda qual é a estratégia do escritório, e quais os procedimentos corretos a seguir dentro de sua área, oferecendo assim condições de trabalho para que realizem as tarefas com eficiência.

Se os colaboradores não recebem o direcionamento correto, não tem como saber se estão agindo de acordo com o esperado pelo escritório.

De maneira geral, todos precisam de motivação e autoconfiança para executar suas tarefas. Além disso, todos carregamos uma bagagem de experiências boas e ruins, e o que importa no final é que tenhamos a liberdade de poder falar abertamente com nossos gestores sobre ideias que possam ser muito produtivas para o escritório e para o trabalho do dia a dia.

Outro ponto importante é que também saibamos encarar um feedback de maneira positiva, sempre para a melhora de nossa autoconfiança e nossa auto estima, pois desta maneira o trabalho fluirá melhor.

Em conclusão, é hora de parar de tentar descobrir de quem é a culpa e juntar forças, fortalecendo o time através de funcionários, colaboradores, administradores e sócios que tem o mesmo plano em comum: criar um escritório forte no mercado.


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