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Autor:
José Manuel Meireles de Souza
Qualificação: Consultor do IDORT/SP nas áreas de Comércio Exterior e Logística
E-mail:
[email protected]
Data:
14/12/2007
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Serviços alavancam exportações e movimentam a economia brasileira

A intervenção direta das empresas brasileiras garantiu um aumento significativo nas exportações de serviços, que superou os 11% de aumento nas exportações de mercadorias

A globalização dos mercados mundiais tem sido, em grande parte, impulsionada pelo rápido crescimento do setor de serviços. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, os serviços colaboram aproximadamente com dois terços da atividade econômica mundial e contribuem com mais de 60% para o PIB brasileiro.

O aumento da exportação de serviços, sobretudo aqueles de maior valor agregado – software, projetos, construção, telecomunicações - reflete a capacidade do País em enfrentar com êxito desafios tecnológicos. Contribui para uma maior penetração de produtos brasileiros nos mercados exteriores e, conseqüentemente, alavanca a imagem do Brasil nos mercados mundiais. Além disso, quando os serviços são resultados do esforço humano (físico e mental) atribuem aos seus promotores, estatuto de competência diferenciado.

Essas exportações incluem atividades de serviços de engenharia, comunicação, construção, consultoria, transportes etc. Em 2006, elas representavam 23% do total geral das exportações mundiais e movimentaram mais de US$ 2,7 trilhões de dólares. Anteriormente, entre 2000 e 2005 cresceram, consideravelmente, a uma taxa média anual de 9%. Nesse período, as exportações de serviços brasileiros atingiram 12,6%, em 2005.

De acordo com a pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), Anita Kon, os serviços podem ser considerados como elemento indutor do desenvolvimento econômico dos países, Seu ápice ocorreu principalmente na América Latina, na segunda metade do século XX, e se estende até os dias atuais. Essa afirmação pode ser observada no trabalho desenvolvido por ela, intitulado “O Comércio Internacional da Indústria de Serviços: os Impactos no Desenvolvimento de Países da América Latina”. Nele, a pesquisadora lembra a idéia anterior de que o papel dos serviços era secundário e obscurecido pelo impacto visível da maior importância das manufaturas sobre a geração de renda e empregos.  Nessa época, os serviços foram tradicionalmente considerados como desempenhando um papel subordinado, que se tornava visível apenas enquanto o setor manufatureiro o fosse. Assim, se esse setor decrescesse e a base de exportação recuasse, as atividades de serviços sofriam efeitos multiplicadores reversos.

Já em 2006, o relatório preliminar da Organização Mundial do Comércio (OMC) “World Trade 2006, Prospects for 2007”, reforçava a importância do setor de serviços nas exportações. Esse ano, o Brasil foi responsável por 0,84 % da corrente global de comércio de serviços e o setor exportou 18 bilhões de dólares, registrou um aumento de 21% em relação a 2005, além disso, importou 27 bilhões de dólares (aumento de 20% em relação a 2005).

Esses dados representam um avanço significativo no setor de serviços brasileiro quando analisados do ponto de vista de controle de mercados. Os valores observados são resultados da intervenção direta das empresas brasileiras nos mercados exteriores, que foram superiores aos 11% de aumento nas exportações brasileiras de mercadorias.

O setor cresce graças aos vários incentivos de instituições. Podemos citar o apoio da Câmara de Exportação de Serviços e do Siscoserv (Sistema Integrado de Comércio Externo de Serviços), que foi criado em 2006 com a missão de fornecer estatísticas fiéis ao mercado. Já o setor de Tecnologia da Informação tem sido impulsionado pelo Regime Especial para Plataforma de Exportações de Serviços de TI, que isenta as empresas de software da cobrança de impostos (PIS e Cofins), em contrapartida a empresa precisa exportar 80% da sua receita bruta anual.

Porém, vale ressaltar que mesmo com todo esse crescimento ainda é necessário adotar políticas de apoio e incentivo à exportação de serviços brasileiros. Seja por meio de incubação empresarial com foco em empresas de serviços, ou apoio financeiro à formação e ao desenvolvimento empresarial, como por exemplo, incentivo à participação em feiras e congressos. Essas medidas beneficiam todas as empresas, empresários, empregados e, sobretudo desenvolve o Brasil.

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