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Autor:
Frederico De Marchi
Qualificação:
Sócio-diretor da Form4.biz web agency
E-Mail
[email protected]
Data:
15/04/04
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O Barato Também sai Caro no Mundo Digital

Se você pensa que com o avanço da tecnologia o ditado popular "O barato sai caro" mudou? Está enganado, muito enganado.

Vivemos a época de maior aceleração da história da humanidade. O movimento da globalização vem transformando radialmente todos os paradigmas sociais e empresariais. Sob essa nova ordem, vivemos um século em um mês e a democratização da tecnologia da informação se destaca como a sua principal ferramenta. Neste contexto, está claro que cada vez mais a web vem conquistando adeptos. Uma recente pesquisa revelou que grandes corporações internacionais acostumadas a gastar volumosas quantias em publicidade estão investindo cada vez mais recursos em anúncios na web. A evidência maior desta consolidação, como alternativa aos meios convencionais de divulgação - tv, radio e jornal - é ratificada pela dificuldade em encontrar empresas que não se sentem atraídas pelos benefícios da Internet, menor custo de divulgação e maior poder de mensuração, e não a vêem como uma vitrine global.

Apesar deste crescimento exponencial, infelizmente algumas empresas persistem em ignorar a importância da internet e continuam no que podemos chamar de "ciberamadorismo". Atualmente, é muito comum encontrar websites de empresas mal planejados, pouco informativos e de gosto duvidoso. Parodiando outro ditado popular, - o que seria azul se todos gostassem do vermelho? - as atividades de desenvolvimento de websites, a exemplo de qualquer outra, envolve um mínimo de planejamento. Não se trata simplesmente de uma questão de gosto mas sim de estratégia de negócios, o que é muito mais complexo.

Mesmo que alguns sejam visualmente atrativos, é importante frisar que ele não deve retratar simplesmente o gosto pessoal do webdesigner ou do diretor de arte responsável pelo desenvolvimento. Na maioria das vezes, quem toma decisões baseando-se em suas necessidades pessoais acaba fazendo a escolha errada. E a razão é óbvia, estamos lidando com um mercado altamente competitivo, que exige ações muito bem planejadas e sempre focadas na imagem e objetivos de comunicação da companhia. Assim, se a programação de uma homepage, por si só, pode ser considerada commodity, é inconcebível ter um site sem considerá-lo como uma ferramenta de marketing.

Somente possuir a vitrine não basta, o seu conteúdo deve possuir ótimos atrativos para conquistar o cliente, caso contrário, o público alvo nem vai notá-la ou, o que é pior, vai identificá-la negativamente. É isso mesmo, quando mal feita a "vitrine" pode destruir todo o trabalho de comunicação e posicionamento de uma marca.

A meu ver, a causa da enorme quantidade de sites com baixa qualidade tem origem nos designers de plantão, uma legião de "amadores" e sem "know-how", que tem invadido o mercado conquistando muitos desavisados, principalmente, por praticarem "preços irrisórios".

Parte deste problema pode ser creditada à falta de regulamentação da profissão de webdesigner no Brasil, permitindo que este segmento seja invadido por pessoas que fazem o famoso "bico" e acabam prostituindo o mercado com preços insignificantes - diretamente proporcional ao seu nível de qualificação.

Além disso, novamente em função do baixo custo, outras cometem o erro de adquirir templates pré-prontos e, via de regra, acabam tendo um site igual ao de outras empresas - prejudicando a apresentação estratégica dos seus diferenciais competitivos em relação aos concorrentes e truncando intensivamente um dos principais canais de comunicação da empresa. Lembre-se, a conduta imitativa limita a possibilidade de uma empresa identificar quais são as novas demandas do mercado, convertê-las em oportunidades e aproveitá-las de forma intensiva

Portanto, no seu desenvolvimento, e para torná-lo um instrumento capacitador de crescimento, além da qualificação da contratada, as estratégias devem estar fundamentadas numa estrutura coesa de informação, intimamente relacionada, com consistência suficiente para despertar o seu magnetismo, criando um campo de atração em torno dela.

É imprescindível também, que as estratégias corporativas partam da identificação do público alvo para, em seguida, escolher as formas de comunicação com ele - o que está em jogo é a sua marca - e, como a diferença entre a maioria dos produtos e serviços desapareceu - tornando-se commodity - os clientes agora consideram outros benefícios. O que eles querem das empresas é olhar para dentro de cada uma e identificar conceitos nos quais verdadeiramente acreditam e, nesta nova onda, o atendimento é o modo mais fácil para se diferenciar.

Para agregar valor na sua decisão - a exemplo de qualquer iniciativa de outsourcing - além da definição precisa dos seus objetivos e do envolvimento de um número mínimo de funcionários dos dois lados, a escolha correta da agência é fator determinante no resultado do projeto. No seu processo deve ser avaliada a capacitação técnica da proponente, envolvendo desde os conhecimentos de programação aos conceitos de design propostos na determinação do seu conteúdo. É primordial que o desenvolvimento seja executado por um grupo de trabalho formado por diretores e funcionários da agência envolvendo profissionais de no mínimo três áreas: conteúdo, design e programação.

Neste ponto, vale lembrar que assim como existem amadores no mercado, há também agências de webdesign muito sérias e que, além de ter todas as características mencionadas, vão muito além. Oferecem assessoria de marketing como parte da solução e estão em sinergia com as mais recentes tecnologias de desenvolvimento e criação.

Encontre empresas com os atributos que deseja e fuja dos amadores para não ter um surpresa desagradável quando estiver com o site pronto porque, neste caso, o barato, sempre sai caro.

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