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Autor:
Dimas Facioli
Qualificação: Presidente da Facioli Consultoria
e-mail:
[email protected]
Data:
15/07/2008
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Tarefa ou resultado

Olhar para as exigências relativas aos perfis dos profissionais, impostas pelos contratantes ou empregadores é divertido e porque não dizer preocupante. Em geral, as vagas são tão específicas sob o ponto de vista técnico ou comportamental que as empresas parecem viver em um mundo diferente da realidade. Com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, as pessoas têm procurado por um nível de profissionalização maior, realizando cursos, especializações, conhecimento de novas línguas, etc. As informações estão todas aí, fáceis de serem acessadas via inúmeros recursos, dentre eles, a imprensa e a internet.

É verdade que o profissional que está em busca de uma colocação, precisa compreender que as empresas têm culturas e valores diferentes e que estes são na maioria das vezes, únicos e exclusivos, portanto, não aplicados de forma comum a todas as organizações. Porém, algo que destaque-se em quase todas as vagas é a tal experiência e o conhecimento, que em síntese, são “bichos” da mesma espécie.

Nos processos de seleção os entrevistadores das empresas contratantes querem saber se o candidato sabe fazer cálculos financeiros, por exemplo, conhece as legislações fiscais, tributárias e trabalhistas, com referências óbvias ao cargo em questão. Indagam os candidatos sobre a sua experiência e conhecimento nos recursos de informática e sistemas específicos de tratamento de dados, como os ERP´s, dentre inúmeros outros questionamentos relativos ao conhecimento adquirido pelo candidato.

Portanto, há um grande equívoco, pois a escolha irá recair sobre o candidato que sabe mais aquilo que é valorizado pela empresa, adicionado a afinidade do estilo comportamental do candidato aos valores da organização. É sabido que para se desempenhar uma determinada função é necessário conhecimento, experiência, porém o know-how só garantirá ao profissional que ele desempenhará a contento as tarefas destinadas ao seu cargo, sobrando aos superiores – chefes, encarregados, supervisores, gerentes e diretores - cobrar somente a realização das atribuições.

Ora, nos dias atuais as empresas precisam de performances superiores em função da alta competitividade imposta pelo mercado e o caminho para gerar maior desempenho, via os seus recursos humanos, é olhando para os resultados das pessoas e não para as tarefas realizadas.

No momento da definição do perfil de uma nova função é necessário saber que resultados serão requeridos daquela função, só então, deve-se partir para o tipo de conhecimento necessário. Num processo de seleção a empresa contratante deve saber se o profissional conseguiu aumentar a lucratividade, as vendas, a motivação de seus subordinados, dentre outros resultados e não se o candidato sabe calcular descontos ou decifrar as legislações. Qualquer conhecimento só tem importância se estiver relacionado a melhoria de resultados ou em outras palavras se puder ser aplicado para melhorar a performance da empresa.

Nesse mesmo sentido as empresas precisam começar a incentivar seus funcionários a buscarem resultados e não, simplesmente cobrar a realização das tarefas sob responsabilidade deles. A realização das tarefas deve ser encarada pelos profissionais como pura obrigação. Alcançar resultados diferenciados com conhecimento é bom para a empresa e ótimo para a carreira da pessoa.

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