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Autor:
Thomas Reaoch
Qualificação:
Proprietário da RC Invest, empresa com sede em Campinas (SP) de aconselhamento financeiro, que orienta pessoas físicas e jurídicas a avaliarem os seus riscos e a descobrirem suas necessidades na área financeira.
Site:
www.rcinvest.com.br
Data:
17/11/05
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Pequenas e Médias Empresas: é Hora de se Proteger

Opções de proteção e seguros ainda são desconhecidas por grande parte dos pequenos e médio empresários, que acham o assunto desagradável, desnecessário e inacessível. Será mesmo?
 
Começo relembrando um episódio triste, mas que pode servir de lição: o caso do tornado que atingiu Indaiatuba (interior de São Paulo), em 24 de maio, que mostrou como as empresas são vulneráveis aos riscos e como é difícil se recuperar quando não se tem nenhum tipo de proteção. Mais de quatro meses se passaram desde que a cidade foi atingida por ventos de 250 quilômetros por hora e as empresas ainda tentam se reerguer.
 
Como o Brasil não está preparado para este tipo de acidente natural, os que foram atingidos acabaram tendo dificuldades em obter ajuda financeira e acesso a linhas de crédito com a agilidade de que precisavam. Grande parte do prejuízo dificilmente será recuperado.
 
Todos estamos à mercê das forças da natureza, contra as quais não se pode lutar. Mas é possível se prevenir para, ao menos, minimizar os danos. Grandes empresas e indústrias já acreditam na importância e na utilidade de um serviço de seguros, mas entre pequenas e médias empresas este assunto ainda é tabu. Pesquisas indicam que apenas 10% das empresas investem em seguros, um número muito baixo.
 
As poucas empresas que recorrem a algum tipo de proteção normalmente preocupam-se apenas com a parte patrimonial, investindo em seguros contra roubos e incêndios, por exemplo. Mas inúmeros outros riscos precisariam ser levados em conta, não apenas os relacionados a desastres naturais.
 
 As empresas estão muito vulneráveis aos riscos de responsabilidade civil, por exemplo: a empresa, como entidade jurídica e os seus gestores podem responder criminalmente por erros que possam cometer. Uma proteção cobre, principalmente, gastos com a justiça. Como os processo normalmente se arrastam por anos, os custos com apoio jurídico podem ser muito altos.
 
A inadimplência é um fantasma que assusta comerciantes de todos os ramos de atividade. Entre as muitas opções disponíveis a empresários do ramo comercial, está a proteção de seguros de créditos, que pode cobrir inadimplência e falta de pagamento, de transações nacionais e também de transições ligadas à exportação.
 
O seguro de infidelidade, que protege a empresa no caso de informações sigilosas e atos feitos por funcionários que possam prejudicar a empresa também é uma nova opção, somada a seguros contra o meio ambiente, cada vez mais necessários. Como consultor, vejo clientes que têm intenção de vender sua empresa para um sócio estrangeiro e alguns pontos que podem invalidar a negociação é o risco do passivo ambiental. Um seguro de meio ambiente certamente facilita o processo.
 
Como mudar este cenário? Como se proteger? Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que muitos empresários sequer buscam informações sobre mecanismos de proteção, porque julgam que são inacessíveis financeiramente. Mas, ao contrário do que se pensa, hoje há inúmeras opções disponíveis, que se adequam ao perfil e às possibilidades de cada empresa. Um profissional qualificado e experiente certamente fará um trabalho amplo de avaliação dos riscos e das melhores formas de se proteger, o que pode inclusive fazer cair o custo de proteção.
 
Estes custos devem ser calculados no orçamento gerencial da empresa. O maior risco é não ter nenhum tipo de proteção. Se não se pode ter a melhor cobertura, tenha a que puder. A tendência é olharmos os riscos na hora em que eles aparecem mas se estamos desprevenidos, será muito difícil escapar dos prejuízos.
 
Em casos como o de Indaiatuba, o planejamento e avaliação mais adequados poderiam ter garantido uma proteção melhor sobre o valor dos bens e imóveis. Com certeza, apenas lamentar o que houve não vai mais adiantar. Mas o triste acontecimento pode servir de exemplo e de alerta: é preciso se proteger.

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