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Autor:
Fábio Martinelli
Qualificação:
Fundador da rede de franquias Zupy!
Site:
www.zupy.com.br
Data:
18/11/2014
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Como criar uma rede de franquias

O franchising tem se tornado referência no mundo dos negócios. O modelo de mercado é um dos que mais cresce no país. Somente no ano passado, esse setor movimentou mais de R$ 115 bilhões, inaugurando quase dez mil unidades franqueadas, segundo dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising). Esses fatos têm despertado a atenção dos empresários que buscam novas maneiras de expandir seus negócios.

Aos que querem enveredar por esse caminho, o primeiro passo é realizar um estudo de franqueabilidade. Na maioria dos casos é preciso contratar uma consultoria especializada para auxiliar no diagnóstico se a empresa é franqueável ou não. Ou seja, é preciso ter em mãos um modelo de negócio fácil de ser replicado e operado, e que tenha aderência em outras localizações do país. Também é recomendado que esse empreendedor realize cursos de aperfeiçoamento, já que é fácil se enganar e acreditar que basta ter o conhecimento do próprio negócio para ter uma rede de sucesso. Apesar disso ser igualmente importante, cursos como os que a própria ABF oferece, na qual explica-se a fundo a dinâmica do franchising, suas leis, vantagens e desvantagens, são interessantes, além de outros relacionados à gest&atil de;o e administração disponibilizados, por exemplo, pelo Sebrae.

Com toda essa atmosfera precisa ser absorvida, a construção de uma rede de franquias consegue ir além, sendo encarada como um sistema de transferência de know-how técnico, operacional, estratégico e de gestão. Ou seja, é vital repassar o conhecimento adquirido ao futuro franqueado, para que ele seja absorvido e colocado em prática ao longo do tempo, frente às recorrentes mudanças de cenário.

Na sequência, entram em cena as questões jurídicas para regulamentar a nova rede, protegendo a propriedade da marca e definindo os direitos e deveres dos futuros franqueados. É desse trabalho, que surge a Circular de Oferta de Franquia (COF), que é fundamental para uma rede ser ofertada no mercado. Nesse trâmite, é importante estar respaldado pela consultoria jurídica de quem entende a fundo esse modelo de negócio.

Já para a comercialização e a divulgação da franquia, o novo franqueador precisará de um estudo, que contenha uma ação direcionada para atingir as praças-alvo e os candidatos a novos franqueados, com o perfil condizente às premissas da rede. Vale lembrar que o plano de marketing é fundamental para manter a marca na memória do consumidor. O documento precisa enfatizar os diferenciais e o estilo da rede, além de ser trabalhado de acordo com as características regionais dos futuros consumidores.

A partir disso, chega o momento de estruturar todo o serviço de apoio que a franqueadora fornecerá ao franqueado (treinamentos, reciclagem, supervisão para manter o padrão dos serviços, produtos e atendimento), tudo de maneira planejada e com cautela, para que não haja gastos excessivos.

Na prática, para viabilizar esse controle no dia a dia, é necessário acompanhar o trabalho realizado, pessoalmente ou via videoconferências, para alinhar e obter feedbacks mais dinâmicos para as tomadas de decisão ou, até mesmo, para agilizar a resolução de algum problema.

É preciso ter em mente que um contrato de franquia é como um casamento. Franqueador e franqueado precisam fazer uma autoanálise e se projetarem naquela união por, pelo menos, cinco anos (prazo médio de contrato). Ou seja, se as etapas não forem bem planejadas, as dores de cabeça virão e, o que era sonho, pode virar pesadelo. Desta forma, a seleção de interessados deve ser feita da maneira mais criteriosa possível. É preciso que o candidato selecionado tenha o mesmo DNA da marca e do negócio. E, em linhas gerais, é preponderante realizar um planejamento financeiro detalhado, prevendo cada uma das etapas citadas e, principalmente, para o início da operação.

Os primeiros anos da nova rede são de muito trabalho e de baixo retorno, até que a marca ganhe projeção no mercado. O sistema deve prever a viabilidade das unidades, assim como o planejamento de cada franquia, seus pontos comerciais, valor de aluguel etc, cabendo ao franqueador auxiliar o franqueado nesse processo inicial.

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