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Autor:
Luso M. Ventura
Qualificação: Diretor da Netz Automotiva e da SAE BRASIL (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade)
E-mail: [email protected]
Data:
19/05/06
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Parece que chegou a hora!

No primeiro de maio, chegando em Congonhas, tomamos um táxi com nossas duas malas de um final de semana prolongado de três pessoas. Uma vai no porta-malas. Só uma, já que a outra não coube. O espaço estava definitivamente ocupado pelos tanques de gás combustível. E a outra mala, onde foi? Evidentemente no banco traseiro, entre os dois passageiros. Desconforto total, a menos para a mala.

A televisão estava ligada. Uma bela propaganda da Petrobras contava as benesses do Brasil atingindo a auto-suficiência em petróleo. Coincidência. É bom chegar e sentir orgulho de ser brasileiro!

Passado o stress de chegar, já no sofá, dá para perceber que as notícias do jornal da tv falam de algo inusitado. O Evo confisca os bens da Petrobras e pode faltar gás. De novo? Mais uma ameaça em poucos meses, essa mais crítica. Será verdade? É, a coisa é realmente complicada entre os populistas. Os nossos, os do Norte e agora os do Oeste da nossa América.

Parece brincadeira, comemora-se a auto-suficiência em petróleo e a indústria pode parar por falta de energia. Os táxis também podem estar voltando à gasolina ou ao álcool. Com o tanque lá no porta-malas esperando poder ser abastecido para dar o lucro da sobrevivência ao taxista.

Será que vale a pena continuar assim para sobreviver, sendo refém do combustível e das bravatas populistas dos governantes vizinhos?

E a história da energia mal aproveitada e da poluição exagerada dos carros adaptados “com tecnologia de ponta” para o uso do gás? E o desempenho sofrível quando se quer dar uma acelerada para uma ultrapassagem ou para sair de uma situação de perigo?

Pois é, algo deveria ser feito. Cadê os táxis a diesel que poderiam estar rodando sem essas desvantagens e com diferenciais positivos da durabilidade adequada para o tipo de uso, do elevado rendimento energético e do desempenho que já chega a ser suficiente até para vencer competições? Existem os feitos aqui. Para exportação. Os menos informados têm dificuldade de acreditar, mas é isso mesmo. Tudo isso!

Chegou a hora do Brasil liberar o uso do diesel para os carros. Vamos começar com os táxis.

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