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Autor:
Alfredo Behrens
Qualificação:
É professor da Faculdade FIA de Administração e Negócios e especialista em liderança corporativa.
E-mail:
[email protected]
Data:
21/11/2011
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Como resolver a falta de garra nos executivos?

Habilidades como audácia, perseverança, pró-atividade e resiliência fazem a diferença entre um bom e um mau CEO. Porém, o que se percebe é que, atualmente, essas capacidades são raras entre os executivos que dominam o idioma inglês. Por outro lado, a grande maioria das faculdades também não exploram o desenvolvimento dessas qualidades nos futuros administradores que por sua vez entram em empresas de baixa autonomia decisória.

Para avaliar as causas deste fenômeno e descobrir formas de como as faculdades podem contribuir para aumentar a “garra” dos executivos, me reuni, recentemente, com jornalistas, recrutadores e outros profissionais que lidam com  esses gestores desde o início da entrada deles no mercado de trabalho. Durante o encontro foi possível identificar que falta garra entre estes jovens  executivos do sexo masculino, que são a maioria no mercado, e que este fato poderia ter origem na famosa “super-proteção” dos pais. Essa proteção os teria privado das oportunidades de confrontação sem regras nas quais os jovens medem as suas forças e adquirem segurança em si proprios. Assim, falta a estes jovens a coragem para sair da “zona de conforto”, enfrentar novos desafios e dirigirem com convicção.

A proteção excessiva é principalmente o resultado do aumento da violência na sociedade, aliado ao menor número de filhos por família. Mas, este zelo demasiado limita o desenvolvimento do jovem e propicia a formação de um adulto inseguro, pouco apto para liderar.

O interessante é que garra é facilmente encontrada em jovens de outras classes sociais, que são obrigados a trabalhar desde muito cedo, a se socializar sem regras e a exercer diversas funções para garantir a sobrevivência. Contudo, eles não têm, por sua vez, uma aprofundada qualificação técnica sobre gestão.

Portanto, uma solução viável seria a realização de um trabalho conjunto entre escolas de negócios e empresas para o treinamento e qualificação de profissionais de classes sociais menos favorecidas, gerando, além de uma inclusão social, um executivo com mais garra.

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