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Autor:
Ruy Martins Altenfelder Silva
Qualificação:
É presidente do Conselho de Administração do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e presidente do Centro de Estudos Estratégicos e Avançados da Fiesp.
Site:
www.ciee.org.br
Data:
22/03/2010
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Nova era no mundo do trabalho

Não há mais dúvida. Com dimensão globalizada e rondando quase todas as famílias, o desemprego transformou-se num dos maiores problemas da humanidade, e nada indica que tal situação se modificará nos próximos anos. Ao contrário, todos os sinais apontam para o acelerado declínio do emprego formal, com o enfraquecimento da tradicional relação patrão-funcionário que, no Brasil, tem o agravante de ser engessada por uma obsoleta legislação trabalhista, onerada por pesadíssimos encargos e enredada numa densa teia de burocracia. Some-se a isso a baixa qualificação profissional média da mão-de-obra e tem-se o caldo de cultura propício para alimentar dois problemas do mercado de trabalho que vem se agravando: a alta incidência da informalidade e a igualmente elevada taxa de desocupação jovem, que condena perto da metade da população juvenil a buscar a sobrevivência fora da escola e do emprego.

Após quase três décadas de desenvolvimento em marcha lenta e muito aquém dos picos alcançados pelas outras nações emergentes de potencial equivalente (China, Índia e Rússia), o Brasil pode pelo menos ostentar sólidos fundamentos institucionais e econômicos, que começaram a ser construídos nos anos 90 e posteriormente se consolidaram. Certamente, essa solidez foi parte importante da blindagem que atenuou o impacto da última crise internacional, inclusive no mercado de trabalho. Mas, mesmo que se confirmem as previsões de crescimento acima das pífias taxas esperadas para a economia mundial nos próximos anos, nada indica que o mundo do trabalho deixe de marchar para um cenário mais moderno e flexível, marcado por uma diversidade nas modalidades da relação capital-trabalho, que atenda as novas aspirações de ambas as partes e propicie uma sintonia fina com os avanços da tecnologia da informação e da comunicação.

Nessa nova era que se desenha, qual será o futuro dos jovens sem a tal carteira assinada? Como em todo cenário em mutação, o melhor é não lamentar o leite derramado, mas voltar o olhar para a realidade que surge e se fortalece com a ascensão de novas modalidades de relações dentro do mercado – um processo que vem ampliando as oportunidades de trabalho e renda para aqueles que se dispõem a enfrentar o desafio de se autoempresariar. Esse conceito, que teve origem em avançados centros de pensamento e hoje se expande no ambiente corporativo, é esmiuçado e traduzido em seis etapas práticas pelo consultor José Augusto Minarelli no recém-lançado livro Inteligência Mercadológica.
Dirigido a profissionais – liberais ou não – que buscam novos rumos na carreira, o livro é um precioso guia para os jovens estudantes, ao mostrar que daqui para frente será preciso desenvolver inteligência para descobrir vocações, treiná-las e torná-las atraentes para o mercado de trabalho. Pois no novo cenário alguns fatos permanecem imutáveis. Por exemplo, terá sucesso aquele profissional que apurar sua atenção, tornar-se hábil em descobrir as necessidades das pessoas e, assim, identificar nichos que lhe permitam criar oportunidades de trabalho e renda. Também só poderá aproveitar a fartura de novas oportunidades o profissional que se preparou para atuar com qualidade e desenvolveu sua capacidade empreendedora, dotando-se de diferenciais de competência para enfrentar a acirrada concorrência no mundo do trabalho que está se configurando. Um eficiente ponto de partida para a construção do profissional dos novos tempos já foi testado e comprovou ser um forte estímulo ao desenvolvimento do espírito empreendedor. Trata-se do estágio que, quando bem aproveitado, ensina ao jovem estudante como identificar oportunidades para demonstrar suas competências, sua habilidade em criar soluções e sua garra em perseguir resultados.

Talento em lapidação, o estagiário terá sua capacitação aprimorada se contar com o apoio de um agente de integração sério, experiente e antenado às tendências do mercado. É o caso do CIEE, reconhecido por estudantes e executivos como referência quando o assunto é estágio, dadas a modernidade de seu sistema operacional, a sua capilaridade nacional e o empenho com que se dedica a seu papel de ponte entre os mundos do saber e do fazer, há 45 anos. A título de ilustração, basta lembrar que, ao identificar os novos ventos que começam a soprar no mercado de trabalho, o CIEE se antecipou e, mesmo sem ser escola, lançou uma grade de cursos voltados ao desenvolvimento pessoal e profissional, nas modalidades presencial e a distância. Assim, ensina o jovem a aprender a aprender, valorizando a educação continuada e o autodidatismo – bases inequívocas de qualificação para atuar na, digamos, “era do empreendedorismo”, muito bem resumida no conselho que o economista irlandês Charles Handy deu a seu filho, como presente de formatura: “Procure clientes, não empregos!”, como lembra Minarelli.

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