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Autor:
Ana Lúcia de Matos Santa Isabel
Qualificação:
Consultora e pesquisadora do Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual (INSADI)
E-mail:
[email protected]
Data:
22/07/05
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Os Conflitos da Vida Pessoal e Profissional de Um Executivo

O que a experiência relatada no livro "O Monge e o Executivo" realmente tem a nos ensinar


No mundo corporativo, parece não restar dívidas de que o capital humano é fator decisivo para as empresas se diferenciarem e se destacarem nos concorridos dias de hoje. Entretanto, são poucas aquelas que mudaram a sua forma de gestão, quebrando as paredes hierárquicas interdepartamentais, e estrategicamente optaram por processos de negócios horizontais nos quais as interfaces humanas passaram a receber uma atenção especial.

Assim, a pressão do mercado por aumento de produtividade tem gerado um grande desconforto nos colaboradores de organizações que não conseguiram abandonar os antigos paradigmas. São pessoas que se vêem confrontadas a atender uma demanda cada vez maior por eficiência e eficácia empresarial, sobrecarregando o já saturado dia-a-dia de conflitos de relacionamento na organização. Esta situação explica, em grande parte, o sucesso de vendas do livro O Monge e o Executivo, de James C. Hunter, no qual o foco nos relacionamentos aponta para uma situação que precisa ser trabalhada (vivenciada) dentro e fora das empresas.

Na obra, um executivo de sucesso demonstra um incrível talento para a vida, exercendo grande influência sobre os indivíduos que o cercam. Tem o dom de juntar as suas competências profissionais atitudes comportamentais que o transformam num líder de grande respeitabilidade. Alia aos objetivos empresariais uma preocupação em contribuir para que as pessoas ao seu redor alterem a visão que têm de si mesmas e de seu trabalho, ajudando-as a compreender e a transformar seu sistema de crenças e seus paradigmas e a eliminar os pesos mortos que tanto dificultam alçarem vôos na busca da realização dos sonhos.

A crença é um princípio orientador que pode proporcionar significado e direção na vida. As crenças que temos sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre o mundo têm grande impacto sobre a qualidade de nossas experiências. Podem dar apoio ou inibir um comportamento. São, enfim, como um comando do cérebro. Quando acreditamos com convicção que alguma coisa é verdade, é como se elaborássemos uma profecia que tem o poder de se auto-realizar; pois mandamos ao nosso cérebro um comando para representar o que está ocorrendo.

Se quisermos mudar nosso comportamento, temos de aprender primeiro a alterar nossas próprias crenças. Se queremos contribuir para que as pessoas ao nosso redor alterem a visão que têm de si mesmas e de seu trabalho é preciso ajudá-las a compreender e a transformar seu sistema de crenças. O cérebro somente faz o que lhe ordenamos. Ele não cria nossa realidade. Nós a criamos. E o que nós criamos, a qualidade de nossa realidade, depende de nosso sistema de crenças. Há crenças que favorecem a excelência; outras que lhe opõem obstáculos. Como o sistema de crenças de um ser humano depende exclusivamente dele mesmo, por que não ajudá-lo a escolher as que lhe sejam apoiadoras, que o levem à excelência? Esta ajuda deve vir dos líderes com os quais se relaciona ou através de orientação especializada.

Existem algumas crenças que demonstraram em vivências em várias empresas ser muito úteis. A primeira delas é que tudo acontece por uma razão e um fim e este conhecimento nos serve. Outra é que não existe isto a que chamamos fracasso; na verdade o fracasso é apenas ensaio, preparação para a conquista de acertos. O que existe são os resultados dos esforços. Isto nos leva ao conceito de que qualquer que seja o resultado, aconteça o que acontecer, devemos assumir a responsabilidade. A terceira crença que precisa ser cultivada é a de que não é necessário saber tudo para ser capaz de usar tudo. Esta crença, especialmente, leva ao afloramento da intuição, habilidade tão valorizada atualmente. Há ainda duas crenças literalmente vitais a serem desenvolvidas: a de que as pessoas são o maior recurso de uma organização e a de que não há sucesso permanente sem confiança.

Faz parte da criação de uma nova atitude mental procurar ser melhor a cada dia, num processo de busca de melhoria contínua. Este processo começa com o pressuposto de que todas as pessoas podem ser inventivas e inovadoras. Trabalho criativo È aquele realizado por uma mente que pensa e sente, sintonizada sinergicamente com as mudanças necessárias. Qualidade é sentir orgulho e carinho pelo que se faz. … ser senhor da tecnologia. … ter um equilíbrio estável entre o racional e o emocional.

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