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Autor:
José Matias Pereira
Qualificação:
Professor-pequisador e Doutor em Ciência Política
E-Mail
[email protected]
Data:
23/04/04
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Motivações para Alinhar Tecnologia e Negócios nas Empresas

Está evidenciado que, diante das ameaças do mercado e da exigência dos clientes no mundo globalização os processos de inovação e mudança nas empresas que desenvolvem suas atividades com alta tecnologia ou com prestação de serviços se tornaram cada vez mais necessários. Assim, no planejamento estratégico (Ackoff, 1975) dessas empresas que empregam tecnologia de última geração a utilização da tecnologia de informação (TI) passou a ocupar um lugar de destaque (Roberts e Grabowski, 1996). O termo tecnologia de informação, conforme Keen (1996), deve ser entendido como uma gama crescente de equipamentos, aplicações, serviços e tecnologias básicas que se enquadram em três categoriais principais – computadores, telecomunicações e dados de multimídia .

Encontrar solução para a perda da capacidade competitiva e de oportunidades de negócio numa empresa requer, na maioria das vezes, decisões tempestivas e ousadas (Porter, 1989). Essas medidas, adotadas nos âmbitos das diretorias das empresas, conforme observado, decorrem de uma crescente dependência das empresas por soluções de tecnologia, e exigem elevados investimentos em tecnologia de informação.

O termo “alinhar tecnologia e negócios” é empregado para exprimir intenção dos dirigentes das empresas em utilizar os projetos de TI para produzir resultados efetivos para o negócio. É a forma de buscar soluções de tecnologia que atendam as questões de estratégia, processos, dados e
organização que uma empresa necessita para viabilizar a implementação das mudanças que irão incrementar os seus resultados. Busca-se, dessa forma, que a companhia inove ou, pelo menos, que se mantenha competitiva (Tidd etal., 1997). O retorno desses investimentos, deve-se observar, são incertos e de difícil comprovação.

Nesse contexto, a busca por parte das empresas em reavaliar suas estratégias de atuação, seja por meio da ocupação de novos mercados, aquisições e/ou fusões, desenvolvimento de novos produtos, novos canais de distribuição, nova imagem, novas parcerias, entre outras medidas, tem que ser adequadamente enfrentada, com vista a fomentar os resultados da
organização (Burns e Stalker, 1961). Para ser colocada em prática uma nova estratégia, é fundamental a revisão de processos de negócios, ou da
introdução de novas formas de executar as operações da empresa (Volberda, 1998). Por sua vez, esses novos processos exigem dados ou informações confiáveis para que possam ser executados, acompanhados e avaliados, de forma a constatar se a estratégia planejada está alcançando os seus propósitos. Por decorrência, com a modificação dos processos, a estrutura organizacional da empresa será afetada, o que irá gerar a necessidade de fusões ou a criação de novas áreas, ou mesmo a utilização de terceiros.

Como conseqüência, para produzir e atualizar os novos dados, será necessário alterar os sistemas existentes, ou mesmo implementar novas aplicações. As mudanças na arquitetura de sistemas irão provocar alguma
revisão da infra-estrutura, especialmente nas áreas de segurança, hardware e banco de dados.

Registre-se, por fim, que conciliar o mecanismo de alinhamento de atuação com as necessidades de negócio, sem que as empresas fiquem vulneráveis aos riscos tecnológicos não é uma tarefa fácil, considerando que, a implantação envolve mudanças nas políticas e na governança corporativa, especialmente na área de TI. Essas mudanças, em que pese os seus elevados custos e riscos, são inadiáveis para empresas que estão diante da possibilidade de perder a capacidade competitiva e oportunidades de negócios.

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