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Autor:
Christian Barbosa
Qualificação:
É especialista em administração de tempo e produtividade.
Site:
www.triadps.com.br
Data:
28/03/2013
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Empreenda sem deixar de dedicar tempo para o crescimento do negócio

A ideia de abrir um negócio próprio já faz parte dos projetos de boa parte dos brasileiros. De acordo com uma pesquisa divulgada recentemente pela Endeavor, nos últimos dez anos, o número de empreendedores no país cresceu 44%. Hoje, a cada quatro pessoas que você encontra, três têm o desejo de montar uma empresa. No total, já são cerca de 27 milhões de pessoas envolvidas na criação de um empreendimento.

Para muitos, ser o próprio chefe é sinônimo de uma vida tranquila, com tempo para família, lazer, esporte e passeios, ou seja, uma vida completamente diferente de quando se é empregado. Porém, essa é uma realidade que está longe da maior parte dos empreendedores. Diria que essa é apenas mais uma lenda do mundo corporativo.

Em muitos casos, ao assumir um projeto novo, surge um processo invisível e silencioso que acontece no começo de muitos negócios, a “Síndrome da Fusão”: quando a vida pessoal se une com a vida empresarial. Empresa e vida pessoal se transformam em uma única coisa e nesse momento, começam a aparecer muitos problemas. Um sintoma clássico dessa síndrome é quando o pró-labore se mistura ao caixa da empresa.

Existem muitos sintomas da síndrome da fusão, no entanto, o caso se torna grave quando o empreendedor acha que essas ações estão certas! Esse é o momento em que ele descobre ter se transformado no pior tipo de patrão: o patrão de si próprio.  Uma pessoa exigente, que cobra por resultados,  sem ter superiores para pedir folga e que precisa trabalhar o máximo possível para a empresa crescer, mantendo todas as pessoas que agora dependem dele. O estresse toma conta, a ansiedade aumenta, os papéis se misturam, os problemas crescem e a empresa começa a quebrar.

Muitas vezes o próprio empreendedor não consegue enxergar esse cenário e só toma consciência da situação quando já é tarde demais. É fundamental que os papéis estejam separados e que apareçam dois perfis essenciais para o negócio: o técnico e o empreendedor.

O papel de técnico é o executor, que tem o conhecimento acumulado para criar e desenvolver os produtos e serviços da empresa, seu pensamento é o agora e a visão focada no seu ambiente de operação. O papel empreendedor é aquele  que busca oportunidades, planeja o negócio a longo prazo, investe no desenvolvimento de estratégias, tem visão e sonhos para a empresa.

O problema para a maioria dos empreendedores é que o papel de técnico acaba tomando controle da vida e da empresa. Esse é um grande perigo. O técnico como todo executor, gosta de acumular o máximo possível de responsabilidades, pois tem como conceito, que devido ao seu conhecimento e experiência, é a pessoa ideal para fazer o trabalho bem feito. Essa atitude acaba tomando um tempo precioso do empreendedor que se vê absorvido pelo dia a dia operacional do negócio e não consegue ter tempo para que o papel de empreendedor apareça.

A parte mais difícil nessa história é fazer o empreendedor entender esse conceito. Quando olhamos a empresa pelo papel empreendedor, ela é vista como uma forma de negócio que deve crescer para atingir os objetivos pessoais e não comprometê-los. A empresa não é sua vida e sua vida não é a empresa. Nesse conceito, o empreendedor se foca para a empresa crescer cada vez mais, dependendo cada vez menos dele.

Um excelente começo para deixar o papel de empreendedor aflorar é dedicar algumas horas por semana para isso. Talvez para o lado técnico, ele diga que é “impossível se afastar 1h da empresa”, mas quanto mais o empreendedor aparecer, menos o técnico ficará dando desculpas, pois ele será domado com planejamento, estratégia e delegação. Minha sugestão é que você tire um período por semana para se dedicar ao planejamento do seu negócio. Se possível se afaste do escritório para evitar ser interrompido. Você quer ter uma empresa lucrativa e que funcione bem, mas para isso é preciso dar tempo ao seu empreendedor!

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