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Autor:
Fábio Mestriner
Qualificação:
Presidente da ABRE - Associação Brasileira de Embalagem e diretor da Packing Design de Embalagem
E-mail:
[email protected]
Data:
28/10/05
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Um Setor da Economia que dobrou de Tamanho nos Últimos 5 Anos

Apesar das deficiências crônicas que o Brasil apresenta nos estímulos que um país deve oferecer ao seu desenvolvimento econômico, há setores da nossa economia que insistem em crescer mesmo com as mais altas taxas de juros e impostos do planeta, infra-estrutura deficiente, legislação trabalhista dos anos quarenta e uma burocracia gigantesca e ineficiente.

É isso que vem acontecendo com o setor de embalagem que não pára de crescer, superando todos os obstáculos.

Com um faturamento de R$ 16,3 bilhões no ano 2000, o setor deve fechar 2005 dobrando de tamanho, com vendas de R$ 33 bilhões.

Isso acontece porque existem alguns fatores que impulsionam o crescimento deste mercado e que vêm se mantendo nos últimos anos.

O primeiro deles é a estabilização econômica e o controle da inflação que criou uma nova base de funcionamento para o país. Com ela, as empresas e as famílias tomaram consciência de sua situação real e puderam se organizar para vencer suas dificuldades e planejar seu progresso.

O segundo fator, conseqüência do primeiro, é o crescimento do mercado interno, o que é crucial para a embalagem, pois neste setor, os alimentos e bebidas representam 60% de todas as embalagens produzidas.

As exportações brasileiras que vêm batendo sucessivos recordes carregam junto as embalagens que protegem nossos produtos, 70% do valor exportado pelo Brasil é composto de produtos manufaturados e semimanufaturados, o que demanda muita embalagem.

O crescimento da agroindústria, que no ano passado foi grande responsável pela nossa ascensão, é outro fator importante, pois este setor é responsável pelo processamento e conseqüente embalamento de uma parcela cada vez maior da nossa produção agrícola.

A tecnologia da indústria de embalagem brasileira que hoje produz mais de 7 mil itens diferentes e a presença no país de 18 entre as 20 maiores empresas mundiais deste setor, juntamente como o fato de aqui se produzir quase todas as matérias-primas utilizadas, também contribuem de forma expressiva para os resultados alcançados.
Tanto auxiliam que hoje somos exportadores de embalagens vazias e deveremos exportar este ano mais de US$ 420 milhões entre embalagens e equipamentos para embalagens.

Estes fatores mencionados foram responsáveis pelo fato do setor ter dobrado de tamanho nos últimos cinco anos. Um resultado expressivo sob qualquer ponto de vista.

Considerando que eles devem se manter para os próximos anos e também pelo fato do consumo de embalagem no Brasil que, hoje representa US$ 71,00 por habitante/ano, estar abaixo da média mundial que é de US$ 85,00, concluímos que ainda existe um grande espaço para o crescimento deste setor que é um dos termômetros da economia.

Se o Brasil pretende competir com seus produtos no mundo globalizado, ele precisa de boas embalagens que agreguem valor e tornem nossos produtos mais competitivos.

Felizmente o setor de embalagem é um daqueles em que o país não está atrasado e podemos colocar hoje em competição nossos produtos nos mercados mais exigentes do mundo.

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