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    A União faz a Força

    Investidores que acreditam no potencial de uma
    idéia inovadora podem fazer acontecer a empresa emergente.

    Existem alguns fatores essenciais para o êxito de uma empresa emergente. Sendo o resultado de um produto ou de uma idéia com grande potencial de crescimento, ela precisa ter uma estruturação mínima, com transparência no aspecto contábil e nas regras do jogo, recolher impostos adequadamente etc. Além disso, o empreendedor precisa ter a “cabeça feita” para prestar contas do negócio. Ninguém irá investir numa empresa que esteja inadimplente com o Fisco federal, ou com o Estado ou com o município ou, ainda, incluída no cadastro do CADIN (dos devedores). Tomar simplesmente empréstimo em banco para financiar o negócio não implica interferência do credor na administração. Há o ônus das altas taxas de juro, uma luta de risco total. Mas ele manda no negócio. Já a partir do momento em que aceita um parceiro, um investidor que será seu sócio, o empresário deve abrir as informações de sua administração ao mercado. Segundo o empresário Roberto Faldini, presidente da Associação Brasileira das Sociedades de Capital Aberto (Abrasca), ex-Metal Leve e sócio-diretor da empresa emergente Hidrogesp, “mentalidade aberta para prestar contas, eis o primeiro passo para ganhar sócios efetivos”. Para ele, “isso é ser empresário, e não apenas dono de empresa”, diz, enfatizando a importância de uma administração profissional, que representa a diferença entre aquele que vai tocar o negócio e o autor da idéia que originou o empreendimento.

    O conceito de empresa emergente tem uma raiz na política. Primeiro surgiu no exterior o designativo países emergentes - em desenvolvimento ou com grande potencial para crescer, contrapondo-se aos já consolidados. O Brasil, por muito tempo considerado o país do futuro, costuma ser incluído nessa classificação. A definição estendeu-se a empresas emergentes, isto é, aquelas que, ao fornecerem determinados produtos ou serviços ou realizarem alguma atividade, caracterizam, da mesma forma, enorme potencial de crescimento.

    Como surgem essas empresas emergentes? “Tais empreendimentos geralmente podem acontecer naturalmente, quando, por exemplo, o futuro empresário, com uma idéia genial voltada para o produto ou serviço, deixando de lado o aspecto estrutural, busca apoio para formar uma sociedade”, afirma Faldini. “Os futuros sócios analisam a importância do produto e o potencial emergente, para decidir levar adiante uma idéia embrionária.”

    Na opinião de Faldini, a realidade do mundo, hoje, é que o dinamismo dos negócios não permite ao empresário “dormir sobre os louros”, porque, inevitavelmente, alguém aparecerá e irá superar o que ele está fazendo. Precisa, então, ter uma noção clara de que deve estar permanentemente inovando, porque fatalmente desaparecerá.

    Nos Estados Unidos existem as “venture capital company”, formadas por grupos de investidores que colocam à disposição recursos a serem investidos em empresas fechadas, mas que tenham potencial de crescimento. “No Brasil, as ‘venture capital’ existem, mas ainda não funcionam”, afirma o presidente da Abrasca. “Isso porque, até há pouco tempo, os investidores não encontravam as empresas emergentes estruturadas, transparentes e com mentalidade moderna de abrir parcerias. Havia, ainda, a inflação galopante que corroía a rentabilidade, inviabilizando qualquer investimento a longo prazo. Nessa fase, trinta dias eram considerados um longuíssimo prazo.”

    Hoje, com a estabilidade econômica, a situação está alterando-se. A Bolsa de Valores, em parceria com a Previ e instituições financeiras do mercado, criou um fundo para empresas emergentes. Tais fundos estão sendo organizados em vários estados, o primeiro em Santa Catarina, no valor de US$ 20 milhões ou US$ 25 milhões, à disposição da comunidade empresarial, em conjunto com a Federação das Indústrias estadual. A Fiesp estuda, com a Bovespa, também a criação de seu fundo de empresas emergentes de qualquer segmento. Esses fundos ainda podem ser encontrados em bancos de investimento como Pactual, Matrix, Garantia, Brasilpar e outros.

    “O potencial para idéias novas é inesgotável. O que precisamos, seja qual for o ramo, é ser diferentes no bom sentido e oferecermos ao público consumidor, de certa forma, algo diferente, com respaldo de uma administração profissional, transparente e moderna”, diz Faldini.
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Publicado na Revista Sala do Empresário - Edição nº 10
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