(SP) Algodão: Padrões p/ Certificação
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Resolução SAA, de 24-3-2004 - DOESP/ 25.03.04

Define Norma de Padrões Mínimos de Qualidade para Algodão em pluma, como base para Certificação de Produtos pelo Sistema de Qualidade de Produtos Agrícolas, Pecuários e Agroindustriais do Estado de São Paulo, instituído pela Lei n° 10.481, de 29/12/1999
O Secretário de Agricultura e Abastecimento, considerando o que estabelece o inciso II do Artigo 3° da Lei n° 10.481/99 e a Resolução SAA - 32, de 09/10/2001, resolve:

    Artigo 1° - Definir a seguinte Norma de Padrões Mínimos de Qualidade.
    Norma - PMQ 005/04 PARA ALGODÃO EM PLUMA

    CONDIÇÕES GERAIS

    Definição do Produto
    Algodão Premiun
    Origem/Região Produtora
    Algodão em Pluma cujos procedimentos de produção e beneficiamento sejam realizados no Estado de São Paulo.
    Cadeia de Produção/Distribuição
    Inicia-se na propriedade de produção de algodão e se encerra com o beneficiamento do algodão.

    CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO

    Aspecto
    Cor branca, não devendo conter: manchas, descoloração, fibras pegajosas, cortadas, enoveladas, imaturas e mortas; matérias estranhas e impurezas.
    Características Físicas e Tipo
    O algodão em pluma será classificado pelas características intrínsicas da fibra a saber: comprimento (28 mm para melhor, conforme tabela II), uniformidade (82% para melhor), resistência (30 gf/tex para melhor) e micronaire (entre 3,8 e 4,3 micrograma/polegada), determinadas em aparelho HVI (High Volume Instrument) ou similares. Os códigos de identificação do tipo corresponderão aos Padrões Físicos Universais e a outros padrões descritivos, conforme a Tabela I deste Regulamento. O Grau da folha será determinado por meio de códigos, discriminados na Tabela III deste Regulamento, os quais referem-se à quantidade de impureza que está dentro da escala representada por um jogo de amostras dos Padrões Físicos Universais. O percentual de umidade do Algodão Premium em pluma é de até 10% (dez por cento).
    Tabela I - Classes de Tipo e Cor (*)
    Branco
    11
    21
    31
    Legenda:
    Código 11: Cor Boa Média - GM (Good Middling)
    Código 21: Cor Estritamente Média - SM (Strict Middling)
    Código 31: Cor Média - M (Middling)
    Tabela II - Classes de Comprimento de Fibra (*)
    Algodão em Pluma de Comprimento Médio Comprimento de Fibra em polegadas (UHM) Comprimento de Fibra em milímetros Código
    1.1/8 1,11 - 1,13 28,0 - 28,7 36
    1.5/32 1,14 - 1,17 28,8 - 29,7 37
    1.3/16 1,18 - 1,20 29,8 - 30,5 38
    1.7/32 1,21 - 1,23 30,6 - 31,2 39
    Tabela III - Graus de Folha do Algodão Padrão (*)
    Grau de Folha Código Correspondente ao Código de Determinação do Tipo
    1 LG1 11
    2 LG2 21
    3 LG3 31
    (*) Instrução Normativa Nº 63, de 05/12/2002 do Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento
    Características Químicas
    Não Aplicável.
    Características Biológicas
    Não Aplicável.
    Características Organolépticas
    Não Aplicável.
    Outras Características do Produto
    Não Aplicável.
    Legislação adicional relativa ao produto
    Instrução Normativa Nº 63, de 05/12/2002 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
    Embalagem e Rótulo - Marcação
    A marcação e identificação de cada fardo é de responsabilidade da usina de beneficiamento, e deverá ser feita diretamente na tela, de forma legível e indelével, ou por etiqueta com código de barras, contendo as seguintes informações:
    Usina, número do fardo, peso bruto do fardo e safra;
    Nome do produtor e município de produção.
    Testes comprobatórios da qualidade do produto
    Serão aceitos testes já realizados em órgãos credenciados, desde que, sejam documentados os resultados dos testes.

    CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO

    Insumos Críticos
    Condições gerais
    Insumos críticos são os insumos que podem influenciar a qualidade final do produto. Os insumos críticos devem ser identificados e controlados. Os procedimentos necessários para o controle dos insumos críticos devem ser documentados e praticados por pessoal qualificado. Exemplos de insumos críticos a serem identificados e controlados podem ser: matérias primas, sementes e mudas certificadas, agrotóxicos registrados, embalagens protetoras, corantes, conservantes.
    Condições específicas (campo)
    Plantio com sementes: Genéticas, Básicas, Certificadas ou Fiscalizadas;
    Defensivos e reguladores de crescimento, quando utilizados, devem ter o registro para a cultura de algodão;
    Plantio em época recomendada para a região;
    Uso de práticas conservacionistas do solo;
    Manejo adequado de pragas e doenças;
    Serão necessários apresentação de certificados, registros, notas fiscais e laudos de um Engenheiro Agrônomo.
    Controle dos pontos críticos do processo
    Condições gerais
    Pontos críticos de um processo são os locais onde práticas eou testes permitem assegurar que as características do produto permanecem estáveis ao longo do tempo, ou seja sua repetibilidade. Estes pontos críticos devem ser definidos e controlados. Os procedimentos necessários para o controle dos pontos críticos do processo que assegurem a repetibilidade das características do produto devem ser documentados e praticados por pessoal qualificado. Exemplos de pontos críticos a serem identificados e controlados podem ser, entre outros, :controle de adubação, aplicação de defensivos, condições de colheita, condições de seleção e beneficiamento, parâmetros de processos industrializados, ensaios finais. etc.
    Condições específicas (campo)
    Apresentação de Nota Fiscal da compra das sementes;
    Atestado ou certificado de garantia da semente;
    Controle de qualidade da lavoura (mapa de acompanhamento);
    Mapa de pré classificação do algodão em caroço no campo (fardão, gaiola, ensacado).
    Condições específicas (usina)
    Reclassificação do algodão em caroço;
    Controle do teor de umidade de até 15% no recebimento;
    Controle do teor de umidade durante o processo de beneficiamento (de 6% a 8%);
    Controle do teor de umidade no final do processo do beneficiamento (até 10%).
    Mapeamento do controle do processo: serras, costelas e limpeza das máquinas;
    Armazenamento dos fardos de pluma em local fechado e empilhamento adequado;
    Apresentação dos resultados do Teste de HVI - Hight Volume Instrument (fibra).
    Boas práticas de produção e processamento
    Condições gerais
    As condições de higiene dos ambientes de trabalho devem ser eficientes e suficientes de modo a não influenciarem de maneira negativa a qualidade dos produtos finais. Os procedimentos necessários para o controle das condições de higiene dos ambientes de trabalho devem ser documentados e praticados por pessoal qualificado. Devem ser atendidas as legislações pertinentes.
    3.3.2 Condições específicas (campo)
    Manutenção e controle de entrega de embalagens de defensivos para reciclagem ;
    Limpeza das vias de acesso da lavoura de material que possa contaminar a fibra;
    Não utilização de materiais para embalagens, amarrilhos e etc. que possam contaminar o produto tais como: polipropileno e plásticos.
    3.3.3 Condições específicas (usina)
    Manual de boas práticas de processamento (anexo I);
    Treinamento específico;
    Prensagem, enfardamento e armazenamento da fibra.
    3.4 Boas práticas de conservação, manuseio, armazenamento, embalagem, expedição
    Condições gerais
    As condições de conservação, manuseio, armazenamento, embalagem, expedição devem ser eficientes e suficientes de modo a não influenciarem de maneira negativa a qualidade dos produtos finais. Os procedimentos necessários para o controle das condições de higiene dos ambientes de trabalho devem ser documentados e praticados por pessoal qualificado. Devem ser atendidas as legislações pertinentes.
    Condições específicas (campo)
    Conservação do produto para que se evite a umidade e a contaminação por materiais estranhos.
    Condições específicas (usina)
    Manual de boas práticas de processamento (anexo I).
    3.5 Testes e ensaios no processo
    3.5.1 Condições gerais
    Os testes necessários para assegurar a qualidade do produto final, realizados durante o processo de produção, devem ser identificados e praticados por pessoal qualificado e realizados em condições que assegurem a validade dos resultados alcançados e em freqüência pré determinada. Devem ser registrados os resultados dos testes e os critérios de aceitação e rejeição.
    3.5.2 Condições específicas (usina)
    Teste de umidade, antes, durante e após o benefíciamento;
    Apresentação dos resultados dos testes de HVI - Hight Volume Instrument (fibra).
    3.6 Rastreabilidade e Registros Necessários
    3.6.1 Condições gerais
    Deve ser identificada a necessidade de haver procedimentos de controle de rastreabilidade e sua abrangência. Os procedimentos de controle de rastreabilidade
    necessários devem ser documentados e os registros devem ser mantidospor prazos definidos. Procedimentos de rastreabilidade podem incluir itens tais como: lote de insumos, data de processamento, data de embalagem, testes realizados.
    3.6.2 Condições específicas (usina)
    Nome do produtor no fardo;
    Nome da fazenda ou região;
    Data do beneficiamento;
    Data da colheita;
    Etiqueta com código de barras;
    Usina;
    Número do fardo;
    Peso bruto do fardo e safra.

    4. ASPECTOS ÉTICOS

    Preservação ambiental
    Condições gerais
    Deve haver uma política de preservação ambiental, com diretrizes claras sobre a atuação da organização frente aos possíveis impactos ecológicos decorrentes da produção. Esta política deve ser documentada e divulgada por toda a organização. Itens tais como: proteção a florestas, proteção de recursos hídricos, disposição de resíduos, impactos na comunidade, etc, podem ser incluídos na política ambiental.
    Condições específicas
    De acordo com a legislação ambiental vigente e normas técnicas recomendadas.
    Segurança no trabalho
    Condições gerais
    Devem haver diretrizes claras sobre a atuação da organização frente às condições de segurança do trabalho. Estas diretrizes devem ser documentadas e divulgadas por toda a organização. Itens tais como: condições do ambiente de trabalho, uso de equipamentos de proteção individual, procedimentos em caso de acidentes de trabalho, etc, podem ser incluídas nestas diretrizes.
    Condições específicas
    Observar o cumprimento da legislação vigente e normas técnicas recomendadas.
    4.3 Mão de obra infantil
    Condições gerais
    Fica proibido o trabalho noturno, ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; conforme dispõe o inciso XXXIII do artigo 7º da Constituição Federal.
    4.3.2 Condições específicas
    Não deve haver emprego de mão de obra infantil no ambiente rural e industrial;
    Havendo emprego de mão de obra infantil fora do ambiente rural e industrial, deve-se especificar as condições em que serão contratados, responsabilidades, benefícios estabelecidos, convênios atendidos.

    Artigo 2° - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

    ANEXO I - MANUAL DE PROCEDIMENTOS NO DESCAROÇAMENTO DO ALGODÃO

    A: CUIDADOS COM MAQUINISMO
    1. VENTILADORES
    1.1 Diariamente
    a. Abrir as tampas de inspeção e proceder à limpeza dos rotores;
    b. Verificar estado das correias e esticar se necessário;
    c. Verificar a fixação do ventilador à base e reapertar parafusos, se necessário;
    d. Durante o funcionamento verificar:
    d.1 - Temperaturas dos mancais;
    d.2 - Vibrações (trepidações anormais);
    Se algo ocorrer de anormal nestes casos:
    d.3 - Aquecimento excessivo pode ser causado:
    Muita graxa nos mancais (enchimento de Y2).
    Falta de alinhamento dos mancais e eixo com o acionamento.
    d.4 - Corpos estranhos no rotor (limpar);
    Desequilíbrio do rotor (trocar);
    Ventilador solto na base (reapertar).
    e. Desgaste da carcaça, corta-ventos e rotor. Inspecionar e reparar.

    2. VÁLVULA SEPARADORA
    2.1 Diariamente:
    a. Limpeza por ocasião de parada.
    2.2 Semanalmente:
    a. Limpeza completa, inclusive da entrada e saída de ar.
    Verificação dos mancais correias, fixação dos braços.

    3. VÁLVULA "DROPPER"
    3.1 Diariamente:
    a. Verificar o estado das lonas de vedação. Trocar imediatamente as que estiverem sem condições (folga) ou ajustar na chapa abaulada.
    3.2 Semanalmente:
    a. Verificar o estado da chapa do corpo. Verificar o estado das correias de acionamento (esticar se necessário).

    4. SECADOR DE TORRE
    4.1 Semanalmente:
    a. Proceder à limpeza interna.
    Remover materiais estranhos que tenham se decantado ou depositado nos bulbos dos elementos de controle (termoelementos e termômetros). Examinar o estado das bandejas e desempenar as que estiverem entortados. Verificar vedação nas portinholas de inspeção da torre.

    5. BATEDOR DE ROLOS DE PINO
    5.1 Diariamente:
    a. Limpar o rolo catador de barbantes (2 vezes ao dia)
    b. Verificar esticamento das correias
    5.2 Semanalmente:
    a. Verificar o estado de pinos e reparar.
    b. Verificar o estado das telas (grelhas) e reparar.
    c. Proceder limpeza completa.

    6. ROSCAS DISTRIBUIDORAS
    6.1 Diariamente
    a. Limpeza e remoção dos corpos estranhos dos mancais
    6.2 Semanalmente
    a. Verificar o estado dos mancais, reapertar os parafusos de fixação observando o alinhamento.
    b. Verificar o estado das pontas de eixo, reapertar os parafusos de fixação.
    6.3 Quinzenalmente
    a. Verificar os anéis de vedação dos mancais de rolamento.

    7. EXTRATORES ALlMENTADORES
    7.1 Diariamente
    a. Limpeza completa e inspeção visual.
    7.2 Semanalmente
    a. Verificação do aperto das chapas redutoras.
    b. Verificação do estado das serrilhas e seu reparo.
    c. Reaperto geral em todas as polias de acondicionamento.
    7.3 Quinzenalmente
    a. Verificação do estado das correias e rotação.
    b. Verificação do estado e ajuste das escovas.
    c. Verificação da regulagem de alimentação.
    7.4 Mensalmente
    a. Verificação do estado dos rolos de pinos e de cantoneiras e sua substituição se necessário.
    b. Verificação do estado das chapas perfuradas ou grelhas.

    8. DESCAROÇADORES.
    8.1 Diariamente
    a. Limpeza dos jatos e escovas (parte do piolho) 2 vezes ao dia.
    b. Inspeção das telas dos descaroçadores
    b.1. Centragem e nivelação das costelas do peito e ante-peito)
    b.2. Estado das serras, troca imediata caso haja 3 dentes consecutivos avariados ou mais de 10 dentes alternados avariados.
    c. Inspeção das costelas (peito e ante-peito) verificando:
    Espaçamento
    Desgaste e/ou quebra
    Troca imediata das peças avariadas.
    8.2 Semanalmente:
    a. Estado de afinação das serras
    b. Firmeza das costelas peito e ante - peito - reaperto se necessário.
    c. Inspeção da entrada da pluma nos jatos e limpeza se necessário.
    d. Afastamento das serras do jato - regular se necessário para 3/32".
    e. projeção dos dentes de serra nas costelas do ante-peito. Regular se necessário.
    f. Funcionamento dos "Pich-RoII" (rolo de ante-peito) , inspecionar o estado e mecanismo de regulagem. Proceder os reparos necessários.
    g. Pente de caroço e chapa de extração de piolho (onde houver).
    Verificar o estado e proceder reparos necessários.

    9. TUBO DE FLUXO DE PLUMA (LINT - FLUE)
    9.1 Diariamente:
    a. Limpeza
    9.2 Semanalmente:
    a. Verificar os defletores e seu funcionamento.

    10. CONDENSADOR
    10.1 Diariamente:
    Limpeza da tela e remoção das buchas dos roletes e juntas de vedação.
    10.2 Semanalmente:
    a. Verificação do estado
    b. Borrachas dos roletes
    c. Junta de borracha do tambor
    d. Tela do tambor
    e. Acionamento

    11. LINT-CLEANER
    11.1 Diariamente:
    a. Observar a cada 2 horas o estado do rolo de serrilhas e proceder a sua limpeza se necessário, com a máquina parada.
    b. Limpeza completa com jato de ar de todas as partes do equipamento, inclusive condensador (máquina parada).
    c. Inspeção do estado do rolo de serrilhas. Substituir imediatamente caso a faixa de serrilha estiver avariada.
    Ultrapasse 3 cm em faixa contínua.
    Ultrapasse 10 cm em faixa alternadas.
    d. Funcionamento da mola do rolete dentado flutuante. Verificar se está livre o seu movimento.
    11.2 Semanalmente:
    (usar os calibres padrões)
    a. Verificar as folgas e estado das barras.
    b. Verificar o desgastes da escovas.
    c. Verificar o ajuste e o estado dos roletes.
    d. Verificar o condensador (tela, junta de borracha e roletes) substituir todos os elementos avariados.
    11. 3 Semanalmente:
    Verificar a folga da chapa da caixa de ar para escovas para serrilhas.
    Inspeção de todas as correntes e engrenagens de acionamento.
    c. Inspeção do estado das correias e da embreagem de segurança.

    12. CONJUNTO DE PRENSAGEM
    12.1 Diariamente:
    a. 2 (duas) vezes pôr dia verificar o funcionamento daválvula de segurança da prensa. Reajustar caso necessário, o ponto de sua abertura marcado em vermelho no manômetro. Marcar no relatório diário a pressão de abertura.
    b. Inspecionar todas as válvulas sobrepostas da bomba, pistões da prensa e fechos hidráulicos no tocante a vazamentos.
    c. Inspecionar o estado das sapatas do calçador. Reapertar os parafusos frouxos.
    d. Verificar em funcionamento o aquecimento dos mancais da bomba.
    12.2 Quinzenalmente:
    a. Verificar o aperto das porcas do mastro.
    b. Reapertar todos os parafusos das longarinas superiores e inferiores.
    c. Verificar a fixação "platôs" da prensa.
    d. Verificar o ajuste dos pistões da prensa LI
    e. Verificar o funcionamento das válvulas de segurança e de mudança de pressão se houver.
    f. Verificar se todos os registros estão funcionando livres.
    g. Inspecionar o estado do sistema de movimento do calcador (puxavante, correntes, engrenagens, cremalheiras, etc.).

    13. COMPLEMENTOS
    13.1 Maçarico:
    Inspecionar diariamente o estado dos bicos pulverizadores.
    Verificar a pressão do manômetro da bomba.
    Limpar ou trocar os bicos obstruídos.
    Não usar lima, lixa ou agulha, lavar com óleo diesel.
    13.2 Fornalhas:
    Verificar diariamente o estado da alvenaria refratária.
    Observar se não há formação de carvão, ou alvenaria caída, que possam provocar o esbarro da chama e fumaceamento.
    Parar Imediatamente caso tal aconteça para a limpeza e reparo.
    13.3 Motores
    Elétricos:
    Proceder diariamente a limpeza das aberturas de ventilação mantendo-as livres de fibra e pó.
    Motores Abertos: Soprar internamente com ar comprimido.
    13.4 Transformadores:
    (Cuidado no acesso por se tratar de lugar perigoso)
    a. Verificação do nível de óleo (se houver)
    b. Verificar o estado do filtro sílica gel (se houver)
    c. Controlar temperatura em carga.
    13.5 Tubulações em geral
    13.6 Filtros de manga
    13.6.1 Diariamente:
    a. Limpeza das mangas assim que necessário.
    13.6.2 Semanalmente:
    a. Inspeção do funcionamento do mecanismo de limpeza.

    B: CUIDADOS NO DESCAROÇAMENTO

    CLASSIFICAÇÃO E SELEÇÃO DE MÓDULOS
    Como 1ª etapa no descaroçamento uma cuidadosa classificação do algodão dos módulos acompanhada de uma perfeita homogeneização possibilita alimentar os equipamentos com matéria-prima uniforme facilitando as operações de secagem e remoção das impurezas e possibilitando obter melhores condições de aproveitamento dos recursos das máquinas.
    1.1 - Manter uma finalização constante sobre a remoção manual dos corpos estranhos na ocasião do despojo, homogeneização e alimentação das máquinas. Os operários que trabalham na alimentação dos módulos usam tambores de lixo perto dos módulos para recolher estes resíduos.
    1.2 - No despejo, controlar a umidade do algodão em caroço, no mínimo 2 vezes por módulo, anotando estes valores para conhecimento do mecânico na planilha adequada.

    2. PRÉ-LlMPEZA
    2.1 -Separadores Gravimétricos
    Visam eliminar corpos estranhos pesados (pedras, pedaços de ferro, etc.) e extrair parcialmente os capulhos não abertos (carimã duro e maças verdes).

    3. SECAGEM DO ALGODÃO
    3.1 - Generalidades
    A finalidade da secagem é condicionar o algodão para possibilitar uma boa limpeza (extração das impurezas) e posterior descaroçamento livre de novelos e carneiros.
    O ponto ideal de secagem estabelecida é:
    Obter-se uma fibra de algodão com máximo 9,5% de unidade.
    Este ponto deverá ser objeto de um controle perfeito e continuo pôr parte do mecânico e servirá de base para regular o trabalho do secador.
    Controlar a umidade da fibra antes da umidificação onde houver de 30 em 30 minutos, reajustando condições de trabalho de forma a fibra manter-se com umidade de 9,5%.
    Por outro lado deve-se lembrar que a secagem não faz-se por meio da temperatura, mas pela absorção da umidade do algodão (fibra) pelo ar seco.
    O algodão é um produto hidrófilo que conforme as condições do ar ambiente absorve ou cede umidade para o pó mesmo buscando um ponto de equilíbrio. Este fenômeno baseia-se o princípio da secagem e não na evaporação da água pelo calor.
    3.2 - Normas De Secagem
    Nunca ultrapassar a temperatura do ar quente de 70° C.
    b. Antes de iniciar o descaroçamento de um módulo, determinar a umidade do algodão ali depositado.
    c. Em função este valor e da unidade relativa do ar, lida no higrômetro, consultar a tabela anexo afim de escolher a temperatura técnica ideal de secagem. (sumamente importante).
    d. Ajustar o termostato nessa temperatura e observar a umidade de fibra resultante ajustando a temperatura de secagem para mais ou menos conforme oscilação da umidade da fibra em torno de 9,5%.
    e. E importante observar:
    Quando acender a fornalha é importante que a válvula de ar seja posicionada para "By-pass" de ar livre.
    Regular a chama até ter certeza que a combustão é perfeita não havendo fuligem no ar.
    Passar então ar no secador.
    A secagem a frio pode ser obtida desde que a umidade relativa do ar e sua temperatura o permitam.
    Não utilizar secagem desnecessariamente, desviando sempre o algodão de torre quando as condições da matéria prima permitam. Nunca utilizar ar frio quando a umidade relativa do ar for superior a 55%.
    Aferir semanalmente o higrômetro.
    Para tanto colocar pano bem úmido em torno das aberturas de ventilação. Aguardar de 2 a 3 horas. Verificar se a umidade assim indicada fica entre 97 e 100%. Caso negativo avisar imediatamente o responsável para ajuste do aparelho.

    4. BATEDORES DE 7 ROLOS
    4.1 - Destina-se a limpeza do algodão removendo a terra, ciscos e pequenos gravetos.
    4.2 - No seu funcionamento não deve haver:
    Enrolamento da fibra dos capulhos.
    Perda de capulhos através de telas acompanhado as impurezas.
    No caso (a) reduzir o número de rolos.
    No caso (b) verificar o espaçamento das barras ou aberturas das telas conforme caso.
    Sempre que o algodão em caroço apresentar-se com umidade superior a 15%, reduzir o n° de rolos do batedor para 5.
    Sempre que o algodão em caroço apresentar - se com mais de 5% de carimã, reduzir o n° de rolos do batedor para 5.

    5. EXTRATORES ALlMENTADORES
    5.1 - Destinam-se a alimentar os descaroçadores procedendo ao mesmo tempo a extração de determinadas impurezas ao algodão.
    Nos extratores de Modelo:
    Continental - Máster XX
    Mitchell - Convertible
    Hardwicke - Etter
    As impurezas (casca e gravetos) poderão vir acompanhadas de pequenas quantidades de carimã aberto. Este recurso se devidamente usado, pode melhorar a qualidade da fibra. Entretanto é importante que não haja de capulhos bons, principalmente ponteiros. Deve-se proceder a regulagem da extração totalmente fechado, abrindo a mesma até o ponto em que aparecem nos resíduos capulhos de algodão bom ou ponteiros.
    Proceder fechando o necessário para que tais produtos deixem de ser extraídos.
    b. Extratores de modelo Mitchell Standard e Super Unit: Só extraem cascas, gravetos, etc...não retirando carimã. Regulagem idêntica aos anteriores.

    6. DESCAROÇADORES
    6.1 - Ante-Peito
    Uma vez acertada a projeção dos dentes:
    a. Regular o rolete (pick-roller) de forma a obter uma extração do carimã casca sem perda dos capulhos bons.
    b. Para obter tal resultado abrir a extração até aparecerem capulhos bons, voltar fechando a extração até os mesmo desaparecem.
    c. Manter em observação constante o resíduo da extração procedendo novas regulagens assim que se verificar perde produto bons (capulhos).
    6.2 - Alimentação
    a. O Controle da alimentação é dado por:
    Dureza do rolo de caroço do descaroçador.
    Teor da fibra no caroço obtido.
    Defeitos de beneficiamento na fibra (carneiros e novelos.).
    b. Rolo de caroço
    Após regulada a alimentação do descaroçador, verificar o estado do caroço resultante. O mesmo não deve apresentar-se com excesso de fibra e/ou "rabichos" nem deve ser excessivamente raspado.
    No 1° caso há perdas no rendimento, no 2° caso há introdução excessiva de fibras curtas prejudicando a qualidade da pluma resultante.
    Regular individualmente por descaroçador o pente de caroço até obter caroço com aspecto normal.
    Após regular o pente, voltar a verificar o estado do rolo e fazer novos ajustes na alimentação e pente até chegar as condições ideais.
    c. Observar o estado da pluma para verificar qualidade do descaroçamento, procedendo novas regulagens se necessários.
    6.3 - Pressão do ar no jato
    a. É um dos fatores preponderantes para se obter uma boa qualidade de descaroçamento. Falta de pressão do ar além de provocar embuchamentos reflete-se na qualidade da pluma sob forma de V, carneiros e novelos.
    Excesso de pressão provoca estiramento da fibra e arraste das impurezas na pluma.
    b. Para obter uma boa regulagem da pressão do ar.
    Tomar por referência o descaroçador mais afastado do ventilador.
    Abrir completamente a admissão do ar no ventilador de recalque.
    Prosseguir fechamento vagaroso e graduadamente.
    Abrir vagarosamente a admissão de ar até desaparecer o retorno.
    Verificar no mínimo 4 vezes ao dia a regulagem da pressão.
    Proceder esta regulagem tora vez que:
    Mudar-se de tulhas
    Verificar-se qualquer anormalidade na qualidade da fibra obtida (excesso de piolho, carneiros, novelos, etc):
    Lembrar que o manômetro de coluna de água é apenas elemento indicativo de funcionamento, não devendo servir de padrão a regulagem.
    6.4 - Extração de impurezas traseira (Piolho)
    a. Existem dois tipos de extração:
    Por gravidade máquinas até 550 RPM no eixo das serras.
    Por centrifugação máquinas com rotação acima de 550 RPM
    b. Por gravidade - são providas de chapas reguláveis, as mesmas devem se posicionadas no ponto em que a extração seja máxima sem perder pluma.
    c. Por centrifugação - A extração depende da regulagem da pressão do ar jato (vide 6.3 b).
    7 - LlNT-CLEARNER
    (Limpadora de fibra) - é um equipamento usado opcionalmente, conforme necessidade comercial.
    Cumpre duas funções:
    a. Limpeza da fibra.
    "Penteamento" e paraleleização da fibra.
    É sumamente importante seguir rigorosamente:
    Instruções do item A-XI.
    Ter certeza que a fibra esteja no máximo com 10% de umidade.
    As falhas de beneficio causados pelo mau trabalho do equipamento são irrecuperáveis e irreversíveis. Todos cuidados são poucos.

    8 - CONDENSADOR
    Tem por finalidade formar a manta possibilitar a prensagem da fibra.
    É de uma importância:
    a. Manter a manta com espessura uniforme.
    b. Manter a manta centralizada no tambor. Para tanto deve-se atuar:
    Sobre o espaçamento dos roletes ("8).
    Sobre os defletores existentes no "Lint-flue" (tudo de recalque da fibra) (8b).
    Limpeza da tela do tambor o sentido da eliminar os defeitos em (88) e 8b).

    9 - CONJUNTO DE PRENSAGEM E UMIDIFICAÇÃO
    a. Bico da prensa e umidificador.
    A pulverização deve ser uniforme sem respingos afim de evitar concentração da umidade no algodão. (controle da pressão e limpeza dos bicos).
    A umidificação deve ser a tal ponto, que no fardo a umidade da fibra após 12 horas da prensagem nunca ultrapasse 10%.
    Devem ser evitados pontos de concentração da umidade, afim de eliminar a formação posterior de placas duras e eventual fermentação da fibra.
    Verificar continuamente (prenseiros) se o sistema automático de parada do umidificador funciona quando da parada do calcado (virada da prensa).
    Manter limpa a bica de descida da manta prensa, bem como isenta de umidade.
    b. Borboleta de Alimentação
    Observar seu funcionamento que deve-se efetuar de forma a não enrugar manta, nem manter a bica cheia.
    O aspecto da amostra retirada á sumamente importante não devendo apresentar "sanfonas" mas camadas uniformes da manta.
    A má apresentação da amostra influi no resultado da classificação rebaixando o tipo que poderia ser obtida.
    c. Calçador:
    Manter sapatas limpas e inteiras.
    Caso haja qualquer acidente com calçador, ou garras da prensa, isolar o fardo que estiver sendo trabalhado. Após a retirada do fardo da prensa abrir com o mesmo e ver se não contém corpos estranhos. Este exame deve ser feito com máximo cuidado pelo Sr. Mecânico e administrador em conjunto.
    Por ocasião de qualquer serviço de manutenção ou lubrificação do calcador, manter o caixão da prensa coberto com lona plástica.
    Orientar os prenseiros no sentido de obter-se o peso dos fardos mais uniforme possível, guiando-se pelo amperímetro do motor. Assinalar ponto de parada com traço vermelho.
    Pesos E Fardos.
    Prensa H. Etter - 180 a 190 Kg.
    Prensa continental- 185 a 195 Kg.
    Prensas Murray / Piratininga (leves) 190 a 200 Kg.
    Prensas Lummus e Piratininga /pesada 195 a 210 Kg.
    Manter estes valores afixados nos quadros junto às prensas.
    d. Prensas:
    Preparar material de embalagem com dimensões econômicas para cobrir e fechar o fardo. Preparar material suficiente para consumo num turno de trabalho.
    Manter controle rigoroso sobre consumo de materiais procurando reduzir ao máximo o mesmo.
    Consumo "Standard" máximo.
    Tela de algodão - 4,20 m/fardo;
    Arames - 6 unidades / fardo - 2,52 mts.
    Marcar nitidamente os fardos, evitando que a tinta atinja a fibra, o que poderá causar danos a sua qualidade e reclamações posteriores.
    Lembrar que os resultados oficiais limitam:
    Altura do fardo: 90 cm (máximo)
    Peso do fardo - 220 Kg (máximo).
    Retirar amostras representativas do fardo costurando com cuidado a tela no local, afim de proteger a mercadoria.
    tirador de amostras deverá avisar imediatamente a Gerência no caso denotar que há variação no aspecto da qualidade entre os dois lados do fardo ou dentro da própria amostra.

    PROCEDIMENTOS NA SECAGEM DO ALGODÃO

    1. Fazer a leitura do hidrômetro e obter a umidade relativa do ar.
    2. Com a umidade relativa do ar verificar qual tabela será escolhida
    (55%, 60%, 65%, 70%, 80%)
    3. Caso a umidade relativa esteja entre as duas da relação acima (por exemplo 75%) considerar a imediatamente superior, ou seja 80%)
    4. Selecionada qual tabela será usada, obter a umidade do algodão na tulha.
    5. Com a umidade do algodão na tulha, entrar na tabela escolhida e obter a temperatura que o ar quente deverá ter na entrada do secador.
    Exemplo:
    Umidade relativa do ar 60%.
    Umidade do algodão na tulha 15%.
    Temperatura regulagem do termostato na entrada do secador 38°C
    6. Quando a temperatura da secagem encontrada for superior a 70°C) o termostato não deverá ser regulado para temperatura (o máximo é 70°C). Nesse caso, o algodão deverá ser secado duas vezes.
    Exemplo:
    Umidade relativa do ar 80%
    Umidade do algodão na tulha 21%
    Temperatura da secagem 81%
    Beneficiamento ideal é 9.5 a 10% de umidade na frente da máquina.
    7. E importante que os Srs. mecânicos verifiquem periodicamente, mínimo intervalo de uma hora, numa mesma tulha, se a umidade se mantém ou se é necessário nova regulagem o termostato de entrada do secador.
    8. O termostato de segurança deverá continuar regulado e lacrado a 80º C.
    9. Quando a temperatura ambiente (do ar) for maior que a temperatura encontrada na tabela deverá ser obedecida a temperatura do ar, não ligando o maçarico.
    Exemplo:
    Umidade relativa do ar 55%
    Umidade do algodão na pilha 12%

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