Manter os dados da folha de pagamento
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Quando tempo a empresa precisa manter os dados da folha ou demonstrativos de pagamento?

Em face do prazo prescricional para o ingresso de ação trabalhista previsto no art. 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal/88, os documentos trabalhistas e previdenciários deverão ser conservados pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da data do pagamento da verba ou de dois anos contados da rescisão contratual.

O art. 440 da CLT determina que contra os empregados menores de 18 anos de idade não corre prazo prescricional. Sendo assim, quando estes empregados completarem 18 anos é que o empregador deverá iniciar o "prazo de guarda" dos documentos que a estes se relacionarem.

Dessa forma, por disposição legal ou por uma questão de cautela, existem documentos que deverão permanecer arquivados por um prazo maior. Com base no exposto, relacionamos esses documentos.

Documento

Prazo de Guarda

Base Legal

Previdência Social

- GPS original (Guia da Previdência Social); e
- Folha de pagamento.

10 anos

Lei nº 8.212/91, art. 32, § 11º

- Recibos de pagamento;
- Atestados médicos;
- Ficha de salário-família; e
- Ficha de salário-maternidade.

5 anos

Decreto nº 3.048/99, arts. 348 e 349

- CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho); e
- Comprovante de pagamento de benefícios reembolsados pelo INSS (salário-família e salário-maternidade).

5 anos

Decreto nº 3.048/99, art. 348

Documentos relacionados ao FGTS (*)
-  Depósitos do FGTS (GFIP).

5 anos

Lei nº 8.036/90, art. 23, § 5º

Trabalhista

- Acordo de Prorrogação de Horas;
-  Adiantamento Salarial;
-  Autorização de descontos não previstos em lei;
-  Controles de ponto;
- Contrato de trabalho e suas alterações;
- Recibos de abonos pecuniários (férias);
- Recibos de gozo de férias; e
- Recibos de entrega de vale-transporte.
- Aviso prévio;

5 anos durante a vigência do contrato e 2 anos após a rescisão.

CF, art. 7º, XXIX

- TRCT (Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho); e
- Pedido de demissão e quaisquer outros documentos rescisórios.

2 anos após a rescisão

CF, art. 7º, XXIX

Seguro-Desemprego

- SD (Requerimento de Seguro-Desemprego); e
- CD (Comunicado de Dispensa).

5 anos

CF, art. 7º, XXIX, e Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 16, § 6º

Programa de Integração Social (PIS)

- Documentos comprobatórios dos pagamentos e da base de cálculo das contribuições.

10 anos

Decreto-Lei nº 2.052/83, arts. 3º e 10, e Decreto nº 4.524/02, art. 94.

CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)

- Recibo de entrega, cópia do arquivo e extrato da movimentação processada.

5 anos

Portaria MTE/GM nº 1.129/14, art. 2º, § 1º.
As empresas já obrigadas ao eSocial estão dispensadas da transmissão do CAGED. A substituição do CAGED ocorrerá para as admissões e desligamentos ocorridos a partir de 01/01/2020 (Portaria SEPRT/ME nº 1.127/19).

RAIS (Relação Anual de Informações Sociais)

- Formulário padronizado ou recibos de entrega do arquivo gerado em meio eletrônico - RAIS.

5 anos

Portaria MTE/GM nº 1.256/03, art. 8º.
Esclarecemos ainda que todas as empresas declarantes do eSocial, que se enquadrarem nos critérios descritos abaixo, estão desobrigadas de declarar a RAIS, e serão bloqueadas de declarar a RAIS pelo GDRAIS 2019 (Portaria nº 1.127/19):
1) Empresas obrigadas ao envio de eventos periódicos (folhas de pagamento), inclusive eventos S-1299 - Fechamento dos Eventos Periódicos, em todos os meses do ano-base 2019 (jan a dez/2019);
2) Empresas criadas no ano-base 2019 e obrigadas ao envio de eventos periódicos (folhas de pagamento), inclusive eventos S-1299 - Fechamento dos Eventos Periódicos, desde o mês de criação até dezembro de 2019.
3) Empresas encerradas em 2019 e obrigadas ao envio de eventos periódicos (folhas de pagamento), inclusive eventos S-1299 - Fechamento dos Eventos Periódicos, desde janeiro de 2019 até o mês de encerramento da empresa.
Vale ressaltar que as empresas acima mencionadas estão compreendidas nos grupos 1 e 2 do eSocial, conforme cronograma estabelecido pela Portaria nº 1.419/19.
As empresas que não se enquadrarem nos critérios da desobrigação da Portaria nº 1.127/19, além de realizarem a declaração a RAIS ano-base 2019 pelo GDRAIS, devem enviar a declaração ao eSocial, conforme cronograma estabelecido pela Portaria nº 1.419/19.

Contribuição Sindical

- GRCS (Guia de Recolhimento de Contribuição Sindical).

5 anos

CTN, art. 174

Salário-Educação

- Recibos de Salário-Educação - Documentos de convênios.

10 anos

Decreto-Lei nº 1.422/75, art. 1º, § 3º, e Decreto nº 3.142/99, art. 1º

Segurança e Medicina do Trabalho

- Atestado de Saúde Ocupacional  (ASO).

20 anos após a rescisão.

Portaria MTb nº 3.214/78, NR-7, subitem 7.4.5.1.

 - CIPA - documentos relativos à eleição.

5 anos

Portaria MTb nº 3.214/78, NR-5, subitem 5.40, "j".

- CIPA - atas de reunião

Prazo indeterminado

Portaria MTb nº 3.214/78, NR-5, subitem 5.26

- SESMT - Comprovante de entrega do Mapa Anual de Acidente do Trabalho.

5 anos

Portaria MTb nº 3.214/78, NR-4, subitem 4.12, "j".

- PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais).

20 anos

Portaria MTb nº 3.214/78, NR-9, subitem 9.3.8.2.

- Declaração de instalação - estabelecimentos novos (NR-2).

Prazo indeterminado

Portaria MTb nº 3.214/78, NR-2, subitem 2.3

- Resumo Estatístico Anual - empresas de construção civil (NR-18).

3 anos

Portaria MTb nº 3.214/78, NR-18, subitem 18.32.2

- Registro de Segurança - caldeiras e vasos de pressão (NR-13).

Tempo de manutenção do equipamento

Portaria MTb nº 3.214/78, NR-13, subitem 13.6.4.

Livros de Apresentação Obrigatória à Fiscalização

-  Livro Diário.

10 anos

Lei nº 8.212/91, art. 32, § 11º

-  Livros de Inspeção do Trabalho.

Prazo indeterminado

CLT, art. 628

-  Livros de Registro de Empregados.

Prazo indeterminado

CLT, art. 603


• (*) O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade das normas que previam prazo prescricional de 30 anos para ações relativas a valores não depositados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O entendimento é o de que o FGTS está expressamente definido na Constituição da República (artigo 7º, inciso III) como direito dos trabalhadores urbanos e rurais e, portanto, deve se sujeitar à prescrição trabalhista, de cinco anos (Recurso Extraordinário com agravo (ARE) 709212).

Assim, na modulação da decisão ficou definido que, para os casos cujo termo inicial da prescrição, ou seja, a ausência de depósito no FGTS, ocorra após a data do julgamento (13/11/2014), aplica-se, o prazo de cinco anos. Para aqueles em que o prazo prescricional já esteja em curso, aplica-se o que ocorrer primeiro: 30 anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir do julgamento.

- 05/05/2021 = Resposta de acordo com a legislação vigente nesta data.

FONTE: Consultoria CENOFISCO

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