Sala do Empresário
Nº 251
Entrevista publicada no período: 26/01/97 a 01/02/97.
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    OS BENEFÍCIOS DA GLOBALIZAÇÃO

FotoA “onda” de globalização tem sido, amiúde, invocada, no Brasil, para justificar muita incapacidade para enfrentar novas situações de forte competitividade internacional, para racionalização e modernização do processo produtivo e para reduzir as absurdas margens de lucratividade vigentes na economia inflacionária, destoantes de todos os países do Primeiro Mundo. A elevação do Brasil ao nível das economias superdesenvolvidas impõe a adoção de mentalidade e de postura modernas, a busca de soluções administrativas e operacionais criativas e a racionalização de custos e dos processos produtivos - e nenhuma choradeira. Esse caminho percorrido não é tranqüilo e isento de vicissitudes, conforme relata, em depoimento exclusivo, o empresário José Fernandez Alonso, presidente da Asturplasti Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. - Tel.: (11) 291-4522. Para adaptar-se à nova “onda”, o empresário, que produz componentes de acabamento para as indústria moveleira e de carteiras escolares, teve de desfazer-se de uma metalúrgica de alumínio e terceirizar em cerca de 60% a produção, conseguindo uma empresa “redondinha” e bem ajustada.

DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA
“Com a vivência de presidente da Associação dos Empresários Espanhóis no Brasil, foi diretor durante vinte anos da Associação Comercial de São Paulo e da Câmara Oficial Espanhola e conselheiro da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Distrital Mooca), considero que, hoje, o Brasil está num caminho tão bom que a globalização foi realmente um despertar da consciência brasileira para se defender contra qualquer tipo de avanço mundial. O “calcanhar-de-Aquiles” da indústria brasileira tem sido os encargos sociais, os mais elevados do mundo. Essa é a nossa grande desvantagem na competição, por exemplo, com os tigres asiáticos (Coréia, China e Taiwan), onde se trabalha apenas para comer. Com o custo menor da mão-de-obra asiática, é enorme, a nossa desvantagem, em termos de competitividade, de preços.”

PROTEÇÃO SOCIAL POSITIVA PARA A ECONOMIA
“Quanto ao aspecto social, no Brasil, a situação do trabalhador é superior: a proteção social aqui permite que trabalhemos não somente para comer mas também para vestir e para viver... E isso é muito positivo e merece nossos aplausos, pois, além de melhorar a qualidade de vida do trabalhador, ao final, retorna ao empresário, na forma de expansão do consumo. Outro fator que reduz as condições de competição com os produtos estrangeiros são as absurdas margens de lucro até recentemente costumeiras em nosso país, não só em comparação com os países asiáticos mas também com a Europa. O empresário brasileiro - o comerciante, então, nem se fala! - estava muito mal acostumado, não hesitando em compensar nos preços qualquer eventual aumento de custos ou perda registrados no processo operacional. A inflação galopante permitia mascarar todas as deficiências. A situação nestes novos tempos é outra, com a nova postura de todos os agentes econômicos, caracterizada pela busca de maior racionalidade em produção e consumo, pela avaliação do custo-benefício, o que é muito importante, pela eliminação de desperdícios antes tolerados.”

COMO SERÁ O EMPRESÁRIO DO FUTURO
“O empresário, daqui para a frente, deve ter, antes de mais nada, o ideal de ser empresário e de ser empresário benéfico. Este, no meu entender, é aquele que não pensa, expressamente, apenas em grandes lucros, mas sim em ser útil à empresa, à coletividade, à Nação. Deve encarar a globalização racionalmente e com pragmatismo e ir conduzindo a inevitável abertura da economia com plena consciência de estar apto a absorver tecnologia moderna, a automatizar-se com a melhor qualidade possível, em suma, de carrear benefícios à empresa e ao País. Não me sentiria feliz, quando vou dormir, se minhas peças não contribuíssem para dar trabalho a milhares de operários em muitas indústrias, se recebesse devoluções de meu produto devido à baixa qualidade. Não estou pensando em quanto estou ganhando, mas quanto serei útil, com minha criatividade, com meu trabalho. Desse modo, teremos empresários sadios, eficientes, produzindo com qualidade e competitividade, e preparados para enfrentar com segurança o processo de globalização, que é também um direito e uma possibilidade de nós, brasileiros.”

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Redação: Angelo Sarubbi Neto - MTb. 8.964
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