Com o processo de globalização da economia e o acesso à tecnologia mundial sem restrições, informatizar um estabelecimento comercial deixou de ser um luxo para se tornar uma necessidade cada vez mais presente no cotidiano de qualquer negócio. Independentemente do seu tamanho, qualquer empresa pode investir aos poucos na informatização dos procedimentos operacionais, de acordo com um prazo adequado a ela, sem colocar em risco a sua sobrevivência. E o melhor de tudo: o retorno desse investimento é imediato, pois a eficácia e a agilidade geradas pela automação podem ser conferidas já no dia seguinte da sua implantação. Por isso, pode-se afirmar que esse processo assume dimensões bastante democráticas, permitindo a inserção de todos os empreendimentos, tendo em vista que os custos foram reduzidos em cerca de 2/3 com queda da reserva de mercado. É claro que aqueles que correrem na frente para acompanhar a evolução tecnológica das transações comerciais estarão mais aptos a enfrentar a concorrência e a ganhar em competitividade. Quem chama a atenção para esse aspecto é Roberto Demeterco, presidente da EAN Brasil - Tel.: (11) 881-6560. Em depoimento exclusivo, ele explica como a indústria e o comércio devem estar atentos ao boom de crescimento da economia brasileira previsto para o ano 2000.

CÓDIGO DE BARRAS
"O processo de automação tem-se desenvolvido gradativamente e tem motivado as empresas tanto do varejo quanto do atacado e do setor industrial a entrarem na era do código de barras, utilizando essa tecnologia para melhorar o gerenciamento de produtos e negócios. Isso tem crescido de maneira vertiginosa, porque a própria competição, não só em nível nacional mas principalmente em relação às organizações que vêm de fora, exige do empresário, especialmente do pequeno e do médio, uma iniciativa maior no sentido de reduzir custos para se tornar mais competitivo. Atualmente, temos aproximadamente 400 mil itens já formatados com o sistema de código de barras, o que justifica o investimento em equipamentos de decodificação. Os supermercados em geral são os estabelecimentos que mais usufruem dos benefícios da automação hoje, seguidos pelas farmácias, que podem ter um controle mais incisivo sobre a venda dos medicamentos com tarjas vermelhas ou pretas, facilitando até mesmo a fiscalização e, por fim, as lojas de conveniência, que acabaram conquistando uma fatia de mercado muito interessante no Brasil."

PREPARAÇÃO
"O pequeno negócio tem que ser automatizado, até porque hoje não existe saída. A cada dia está mais complicado abrir uma nova loja dentro do processo antigo. Ao iniciar um empreendimento, é muito mais interessante entrar com um check-out pronto, preparado para a automação e ir investindo aos poucos, não precisa ser tudo de uma vez só. Aí está a democracia desse sistema. Atualmente, não se deve investir em algo cujo retorno possa ser alcançado apenas a longo prazo, ou seja, criar uma estrutura completa dentro da empresa para depois usufruir dela, mas sim obter os resultados imediatos em cada etapa da evolução possível naquele momento. Os pequenos, especialmente, devem entrar com cautela, parcelando o projeto para assegurar os resultados imediatos em economia, agilidade e redução de custos. Nossas empresas precisam ganhar produtividade se quisermos competir com as organizações estrangeiras."

EXPECTATIVAS
"Temos a firme esperança de que o ano 2000 vai ser realmente bom para o Brasil em termos econômicos, porque devem acontecer as reformas estruturais tão esperadas. Não é possível que essas medidas fiquem emperradas mais tempo no Congresso. Isso acontecendo, vamos ter um boom de crescimento muito grande, com a repercussão das reformas no poder aquisitivo das pessoas, o que reflete diretamente no comércio e, conseqüentemente, em todo o parque industrial fornecedor de produtos e bens de consumo. Aqueles que tiverem uma visão a curto prazo e começarem a se preparar desde já serão os primeiros a se beneficiar desse aquecimento. Isso significa aplicar a automação comercial em conjunto com a logística para se adaptar a um sistema mais competitivo e eficaz, com menos desperdício para poder gerar mais lucro. Como isso não se faz do dia a para noite, quem começar agora estará pronto para quando as reformas já estiverem surtindo efeito na economia."