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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 269 (01/06/1997)

O Versátil Empresário Brasileiro

Versatilidade, flexibilidade, criatividade e muito trabalho são os instrumentos de que se utilizam os empresários no Brasil para encarar e resolver os múltiplos e variados problemas do dia-a-dia, na tentativa de sobreviver numa economia até bem pouco tempo caracterizada pela gangorra dos diversos planos de governo e pela impossibilidade de planejamento por prazo maior do que uma semana. Essa experiência está sendo passada, na atualidade, para superar situação, talvez até mais difícil e séria, criada por uma pouco disciplinada e controlada abertura (ou escancaramento?) da economia, sem maiores defesas contra a globalização avassaladora. Essa é a opinião, manifestada em depoimento exclusivo, pelo empresário Luis Antonio Gonzalez Iglésias, da Lugo Comercial Elétrica www.lugo.com.br –, que trabalha com materiais para alta, baixa e média tensões, destinados, principalmente, à manutenção elétrica industrial nas áreas de distribuição ou transmissão, e presidente da Associação de Empresários Espanhóis no Brasil (Aseesp). "O 'jogo de cintura', a habilidade e a criatividade do brasileiro são bem conhecidos lá fora", diz.

FLEXIBILIDADE E DINAMISMO DESPERTAM INTERESSE
"Vou dar um exemplo das vantagens desses atributos: os executivos de grandes empresas multinacionais no exterior são brasileiros. Elas vêm recrutar no Brasil seus dirigentes, porque nós temos a capacidade de raciocínio imediato, de pensar e cuidar de várias coisas ao mesmo tempo, somos mais dinâmicos e receptivos a novas idéias e a inovações científicas e tecnológicas, enquanto os administradores estrangeiros, com raras e honrosas exceções, são rigidamente formais, pouco flexíveis e dirigem esforços e executam tarefas em funções bem definidas. Essas características vão trazer benefícios sem fim, porque conseguiremos, com mais facilidade e rapidez, analisar situações, acidentes de percurso, discernir entre as melhores opções e tomar as decisões mais adequadas, por mais complexas que sejam, a novas situações. Por isso, a superação das dificuldades da economia do País, diante do processo de globalização, a meu ver, é líquida e certa, como já está ocorrendo, sendo apenas questão de tempo para os empresários brasileiros se adaptarem..."

RACIONALIZAÇÃO E REDUÇÃO DE CUSTOS
"Assim, hoje em dia, já está havendo uma forte conscientização do empresariado para racionalizar e otimizar suas linhas, produzindo em escala para reduzir ao máximo os custos de produção e tornando-se competitivos em nível internacional. Ele precisa repensar seu próprio negócio sobre todos os aspectos. Não se pode dar ao luxo de ter itens que não sejam rentáveis, precisa ser altamente seletivo e fixar prioridades de produção. Se fabrica produto ou itens que não lhe trazem rentabilidade, deve, simplesmente, abandoná-los. Se, para uma empresa não mais despertam interesse, para outras, talvez, representem novo nicho. Não nos falta potencial de expansão, num mercado de 160 milhões de habitantes, com um regime político e uma economia estáveis, que ingleses, americanos, alemães, franceses, há algum tempo, e agora os espanhóis descobriram."

PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO DE PRIVATIZAÇÕES
"A Espanha, enfrentando sérios problemas econômicos e prejudicada por arraigado regionalismo, viu uma saída no aumento da produção industrial para poder agregar e buscar novos negócios. Pesquisou mercados e vislumbrou as perspectivas do nosso país, com o qual também é secularmente ligada por fortes laços históricos. Ela ostenta um desenvolvimento tecnológico de ponta, especialmente nos setores de máquinas e equipamentos e de sistemas portuários, relativamente desconhecido da grande maioria dos empresários brasileiros. O estreitamento de relações entre as duas economias é ainda favorecido pelo interesse manifesto dos espanhóis em participar do processo de privatização, principalmente das concessionárias de energia e de telefonia (a Cia. Riograndense de Telecomunicações já tem participação de capitais espanhóis), bem como com aporte financeiro, atraído pelo alto custo do dinheiro - entre 30 e 40% ano - no Brasil, em comparação com taxas anuais de cerca de 10% na Espanha."


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